AXÉ !!!

"Energia mágica, universal sagrada do orixá. Energia muito forte, mas que por si só é neutra. Manipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos... o conteúdo mais importante do "TERREIRO DO CANDOMBLÉ" é o AXÉ. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o de vir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital."



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Uma autêntica GUERREIRA !!!




Nas cerimônias do Candomblé, Ìyásan, ela surge quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, e ao mesmo tempo feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma desmedida com que exterioriza sua cólera.

Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos iorubás, é a divindade de um rio conhecido internacionalmente como rio Níger, ou Ọya, pelos africanos, isso, porém, não deve ser confundido com um domínio sobre a água.

A figura de Ìyásan sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do panteão mitológico africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está sempre longe do lar; Ìyásan não gosta dos afazeres domésticos.

É extremamente sensual, apaixona-se com freqüência e a multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Ìyásan costuma ser íntegra em suas paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do arrebatamento, da paixão.

Foi esposa de Ògún e, posteriormente, a mais importante esposa de Ṣàngó. é irrequieta, autoritária, mas sensual, de temperamento muito forte, dominador e impetuoso. É dona dos movimentos (movimenta todos os Orixás), em algumas casas é também dona do teto da casa, do Ilê.

Ìyásan é a Senhora dos Eguns (espíritos dos mortos), os quais controla com um rabo de cavalo chamado Eruexim - seu instrumento litúrgico durante as festas, uma chibata feita de rabo de um cavalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal.

É ela que servirá de guia, ao lado de Ọbalúwaìye, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Comanda também a falange dos Boiadeiros.

Duas lendas se formaram, a primeira é que Ìyásan não cortou completamente relação com o ex-esposo e tornou-se sua amante; a segunda lenda garante que Ìyásan e Ògún, tornaram-se inimigos irreconciliáveis depois da separação.

Ìyásan é a primeira divindade feminina a surgir nas cerimônias de cultos afro-brasileiros.

Deusa da espada do fogo, dona da paixão, da provocação e do ciúme. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria o desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase estou apaixonado, tem a presença e a regência de Ìyásan, que é o orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúme doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão propriamente dita. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado no campo amoroso. Ìyásan rege o amor forte, violento.

Características

Animais Cabra amarela, Coruja rajada
Bebida Champanhe
Chacra Frontal e cardíaco
Comidas 
Acarajé
Broto de bambu
Bobó de Inhame
Ipetê
Cor Coral (amarelo)
Data Comemorativa 4 de dezembro
Dia da Semana Quarta-feira
Elemento Ar e Fogo
Essências Patchouli
Fio de Contas Coral (marrom, bordô, vermelho, amarelo)
Flores Amarelas ou corais
Incompatibilidades Rato, Abóbora.
Metal Cobre
Numero 9
Pedras Coral, Cornalina, Rubi, Granada
Planeta Lua e Júpiter
Pontos da Natureza Bambuzal
Saudação Eparrei Oyá Odò Ọya
Saúde 
Símbolo Raio, Eruexim,Alfanje
Sincretismo Santa Bárbara, Joana d'arc.
Folhas

Ameixa (èso kan bí ìyeyè)
Cajá (ìyeyè)
Caqui
Figo (èso ọ̀pọ̀tọ́)
Framboesa (ẹ́yà àgbáyun kan)
Grandiúva (àfẹ́rẹ̀)
Jenipapo (bujẹ̀)
Laranja (ọsán)
Maçã (èso òro òyìnbó)
Mamão (síbó)
Manga (mángòrò)
Manga Rosa
Maracujá (kankinse)
Melão (ẹ̀gúsí)
Morango (irú èso dídùn kan)
Nespereira
Pêra
Pêssego
Romã (àgbá)
Uva (èso àjara)
Abóbora (élégédé)
Alface (irú ẹ̀fọ́ kan)
Altéia
Angico da folha miúda
Bambu (dankó)
Caruru (ewé tẹ̀tẹ̀)
Casuarina (ewé Ọya)
Cinco Chagas (kolẹ̀orọ́gba)
Cravo da Índia
Dormideira (apẹ̀jẹ̀)
Erva Prata (ewé dìgì)
Erva Tostão (étìpọ́nlá)
Espada de Yansã (ewé ida Ọya)
Eucalipto-limão
Flamboyant (sekeseke)
Flamboyanzinho (esa pupa)
Flor de Lótus (òṣibàtà)
Folha de Fogo (ewé inọ́n)
Gengibre (atalẹ̀)
Hortelã da Horta
Inhame (isu)
Inhame (iṣu àlùbọ́sà)
Jaborandi (ìyèyé)
Louro (ewé asá)
Malva Rosa
Manjericão Roxo (efínrín pupa)
Mato Pasto (àgbọ́là)
Para Ráio (ewé mẹsán)
Parietária (ewé monan)
Pata de Vaca Rosa (abàfè)
Pinhão Branco (bòtújẹ̀ funfun)
Pinhão Roxo (bòtujẹ̀ pupa)
Salsa Brava (gbọ̀rọ̀ ayaba)
Salsa da Praia (gbọ̀rọ̀ ayaba)
Sândalo (ewé didún)
Taquaril (ewé firírí)
Trombeta Roxa (eṣo felejẹ́)
Espirradeira Roxa
Maravilha (ẹ̀kelẹ̀yi)
Ameixeira (ìyeyè)
Cajazeira (ẹ́kikà)
Cambuí amarelo
Embaúba (àgbaó)
Figueira comum (ọ̀pọ̀tọ́)
Jacarandá Cor de Rosa (ayàdà)
Macieira (òro òyìnbó)
Mamão (ìbẹ́pẹ)
Nim (afóforo òyínbó)
Qualidades

Ọya Biniká - Tem fundamento com Ọ̀ṣun Opará
Ọya Seno - Tem fundamento com Òṣùmàrè.
Ọya Abomi - Tem fundamento com Ṣàngó e Ọ̀ṣun
Ọya Gunán - Tem fundamento com Ṣàngó
Ọya Bagán - Não tem cabeça. Come com Èṣù, Ògún e Ọ̀ṣọ́ọ̀si. Tem caminhos com Egun
Ọya Onìrá (Nação Cabinda)
É uma Ìyásan com algumas características diferentes do padrão de Ìyásan, como por exemplo o fato de ela se dar muito bem com Ọ̀ṣun, e até mesmo as cores Próprias - como são suas mais clarinhas e suaves, com tons de azul e rosa, coral e amarelo muitas vezes, diferente das cores fortes de Ìyásan como o vermelho. Nem porisso ela deixa de ser uma guerreira, e de ser agressiva e violenta.

Na verdade Ònírá orixá é um "independente". Acho que foi no Brasil que se ligou uma Ìyásan Ònírá, exatamente por ela ser guerreira também, e por ela ter os Eguns ligação com. Mas é uma mãe da água doce, como Ọ̀ṣun, daí a sua identificação com ela. Segundo a lenda, foi quem ensinou Ọ̀ṣun Ònírá um lutar.

Em Cuba, chega-se a associar um Ònírá Ogum

Ìyásan Ònírá - é uma qualidade de Ìyásan (Ọya), guerreira, mas que é uma ninfa das águas doces, com ligação direta com o culto dos Eguns (almas). É a dona do "atori", uma pequena vara usada no culto de Òṣàlà para chamar os mortos na intenção de fazê-los participar da cerimônia. A função do "atori" é a de, assim que ao ser tocada batida no chão, que se faça o poder de fazer reinar a paz no local ou na vida de alguém e trazer-lhe abundância. O "atori" também tem a força de mandar chover regularmente para trazer a prosperidade."Ìyásan Ònírá" deu a Oṣoguian o "atori" e seu poder de exercê-lo, além de ter lhe ensinado o fundamento e como usá-lo.

Em anos regidos por Oṣoguian, é preciso agradar muito a essa qualidade de Ìyásan para que ela permita que, através dela, Oṣoguian traga a paz e a abundância."Ìyásan Ònírá" é a mãe de criação de "Logun-Edé Apanan". Por isso, toda oferenda para essa orixá, deverá também ser oferecido um agrado a essa qualidade do orixá Logun-Edé."Ìyásan Ònírá" reina no mundo dos mortos e tem ligação direta com Ọbalúwaìye e Ògún, sendo que sua ligação maior é com "Ọ̀ṣun Opará", que recebeu dessa qualidade de Ìyásan os ensinamentos para lutar e ser guerreira. Foi "Ìyásan Ònírá" que ensinou "Ọ̀ṣun Opará" a lutar."Ọ̀ṣun Opará" ser tornou então, companheira inseparável de "Ìyásan Ònírá", comendo juntas no bambuzal ou nos rios e tendo aprendido os fundamentos dos Eguns. Sendo assim, essa qualidade de Ọ̀ṣun, também tem relação direta com os Eguns (almas). Quando "Ìyásan Ònírá" e "Ọ̀ṣun Opará" se juntam, se tornam muito perigosas pois têm em dobro a força e a sabedoria dos guerreiros Oṣoguian, Ògún e Obaluwaye. Veste o coral e amarelo, contas iguais.

Ọya Kodun - eró com Oṣoguian
Ọya Maganbelle - esse caminho mostra a dificuldade quanto à geração de filhos. Tem fundamento com Iroko e Ṣàngó. Seu assentamento deve ser feito aos pés de Iroko.
Ọya Yapopo
Ọya Onisoni - Tem fundamento com Omulu
Ọya Bagbure - Não tem fundamento com nenhum Orixá. Parece pertencer ao culto de Egunguns
Ọya Tọpẹ́ - Tem ligação com Ṣàngó e veste-se de branco. Tem fundamento com Ògún e Èṣù.
Ọya Filiaba - Tem fundamento com Ọmọlú
Ọya Semi - Tem fundamento com Ọbalúwaìye
Ọya Sinsirá - Tem fundamento com Ọbalúwaìye
Ọya Sire - Tem fundamentos com Ọ̀sónyìn e Ayrá.
Ọya Mẹsán ou Ìyásan - mais velha das Ọya, conhecida mesmo como Ìyásan. (Nação Batuque)
Ọya Timboá - Ligada aos desapegado, sem rumo, ligada aos que moram na rua, fundamento com Bara Lóde. (Batuque, Cabinda)
Ọya Dirã - ligada aos eguns, muito semelhante a Ọya Gbálẹ̀ ou Ìgbálẹ̀. (Nação Batuque, Cabinda)
Ọya Fúnka - senhora das tempestades, que espalha ao redor (Nação Cabinda)
Ọya Lariwo - como trovão (Cabinda)
Ọya Lóde - Adjuntó com Bara Lóde (Batuque)
Ọya Gbálẹ̀ ou Ìgbálẹ̀.

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