AXÉ !!!

"Energia mágica, universal sagrada do orixá. Energia muito forte, mas que por si só é neutra. Manipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos... o conteúdo mais importante do "TERREIRO DO CANDOMBLÉ" é o AXÉ. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o de vir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital."



quarta-feira, 25 de julho de 2012

OIÁ MÃE DE EGUNS



OIÁ MÃE DE EGUNS


OIÁ não podia ter filhos, procurou o conselho de um babalaô, ele revelou-lhe que somente teria filhos quando fosse possuída por um homem com violência.

Um dia XANGÔ a possuiu assim e dessa relação OIÁ teve nove filhos, desses filhos, oito nasceram mudos.

OIÁ procurou novamente o babalaô, ele recomendou que ela fizesse oferendas.

Tempos depois nasceu um filho que não era mudo, mas tinha uma voz estranha, rouca, profunda, cavernosa. Esse filho foi EGUNGUM, o antepassado que fundou cada família. Foi EGUNGUM, o ancestral que fundou a cidade.


Hoje, quando EGUNGUM volta para dançar entre seus descendentes, usando suas ricas máscaras e roupas coloridas, somente diante de uma mulher ele se curva. Somente diante de OIÁ se curva EGUNGUM.


Os nove filhos de OIÁ



O nome Iansã, como dito acima, significa "mãe de nove" (com Ogum, Oxóssi ou Xangô, dependendo da versão) e uma versão do mito conta que oito nasceram mudos e o último, Egun, graças aos sacrificios recomendados por Ifá, nasceu com o poder de falar com voz estranha e sobrenatural. Algumas tradições especificam os nomes dos nove filhos que, segundo uma delas, seriam: 

Imalegã - nasceu no primeiro dia. Foi tirado do ventre de Oiá pelas Iyami e envolvido em abanos; 


Iorugã - foi envolvido em palha seca e alimentado com talos de bananeira. Nasceu com a vaidade de Oiá e é o preferido.



Akugã - nasceu do terceiro dia da tempestade e foi criado nas touceiras de bambu. É rebelde. Não se deve tocar o chão do bambuzal. 

Urugã - alimenta-se das folhas das bananeiras e esconde-se nas florestas. Faz buracos.



Omorugã - alimenta-se do pó do bambu que está caído no chão. Vive no milharal e fica escondido nos bambuzais observando os seres humanos.


Demó - Oiá cobriu-o de lama para saber os segredos de seus inimigos. Usa pele de búfalo para acompanhar Oxóssi. 

Reigá - Acompanha os mortos e ronda os cemitérios. Esconde-se nas grandes árvores dos cemitérios e ronda as sepulturas à procura de objetos perdidos ou esquecidos pelas pessoas.



Heigá - É violento e vive perseguindo o Ori do ser humano. Propicia desastres e desordens; 

Egungun - Oiá preparou-o para combater. Apossa-se do ser humano, fazendo-o cometer desatinos.




Ọya Gbálẹ̀ ou Ìgbálẹ̀


Mitos


Em épocas muito remotas, havia na cidade do Oyo um fazendeiro chamado Alapini, que tinha três filhos chamados Ojéwuni, Ojésamni e Ojérinlo. Um dia Alapini foi viajar e deixou recomendações aos filhos para que colhessem os inhames e os armazenassem, mas que não comessem um tipo especial de inhame chamado ihobia, pois ele deixava as pessoas com uma terrível sede. Seus filhos ignoraram o aviso e o comeram em demasia. Depois, beberam muita água e, um a um, acabaram todos morrendo.


Quando Alapini retornou, encontrou a desgraça em sua casa. Desesperado, correu ao Babalawo, que consultou o oráculo de Ifá. O sacerdote indicou que, após o l7º dia fosse ao ribeirão do bosque e executasse o ritual que foi prescrito no jogo. Ele deveria escolher um galho da árvore sagrada atori e fazer um “bastão de invocação” do qual deveria ser denominado de isan. Na margem do ribeirão, deveria bater com o bastão na terra e chamar pelos nomes dos seus filhos, que na terceira vez eles apareceriam. Mas ele também não poderia esquecer de antes fazer certos sacrifícios e oferendas.


Assim ele o fez; seus filhos apareceram. Mas eles tinham rostos e corpos estranhos; era então preciso cobri-los para que as pessoas pudessem vê-los sem se assustarem. Pediu que seus filhos ficassem na floresta e voltou à cidade. Contou o fato ao povo, e as pessoas fizeram roupas para ele vestir seus filhos.


Deste dia em diante ele poderia ver e mostrar seus filhos as outras pessoas; as belas roupas que eles ganharam escondiam perfeitamente suas condições de mortos. Alapini e seus filhos fizeram um pacto: em um buraco feito na terra pelo seu pai, deveria ser “acomodado” os fundamentos do culto e denominado de ojúbo – Altar, no mesmo local do primeiro encontro, ou seja no Igbó Ìgbálẹ̀, ali seriam feitas as oferendas e os sacrifícios e onde as roupas deveriam permanecer guardadas, para que eles as vestissem quando o pai os chamasse através do ritual do bastão.


Seguindo o pacto e as instruções do Babalawo, de que sempre que os filhos morressem fosse realizado o ritual após o l7º dia, pais e filhos para sempre se encontraram. E, para os filhos que ainda não tiverem roupas, é só pedir às pessoas que elas as farão com imenso prazer...”


Assim sendo, poderia interpretarmos Ọya Ìgbálẹ̀ como “A Senhora da Floresta Sagrada dos Ancestrais”.


Se um dos atributos de Ọya em sua pura essência é o “Espírito do Vento”, neste caminho ela é denominada de “O Vento da Morte, A Regente do Vento Invisível dos Egúngun” Ọya Ìgbálẹ̀ é a divindade que Olódúmarè outorgou o direito de controlar os espíritos dos seres humanos quando desencarnados. Ela tem que assegurar que nosso espírito, de alguma forma ou outra, não seja prejudicado nesta “transição” tão delicada. Esta transição esta sub-dividida em 9 etapas: leito de morte, velório, caminho do cemitério, porta do cemitério, caminho da sepultura, sepultura, ritos fúnebres, despacho do carrego e o caminho para o além; e caso este espírito tenha que regressar ao mundo dos vivos, para solucionarmos alguma pendência, novamente deverá ser acompanhado por Ọya Ìgbálẹ̀. Há tradicionalista modernos quem diga que o conhecido Déjà Vu a esta divindade pertence.


Oduleke foi o primeiro caçador a receber os ritos do Asese, celebrado por Ọya Ìgbálẹ̀. Até então este rito era somente destinados aos caçadores, para somente depois ser designado a todos os iniciados e consagrados ao Culto do Òrìsà e Egún.


Ọya Ìgbálẹ̀ reina principalmente o Ile Ibojì – O Cemitério, sua porta e seus arredores estão impregnados com sua poderosa energia. Considerada como uma das entidades mais bem estruturadas, como um organismo vivo, e com funções evolutivas específicas e importantes para o culto.


Uma de suas principais características, esta em sua lealdade para com seus seguidores. Quando Ọya Ìgbálẹ̀ acompanha seus seguidores em uma batalha, invoca seu poderoso exército de Egúngun liderado por um dos mais temíveis Ancestrais – Baba Ajimuda. Os mitos relatam que nesta batalha Ọya Ìgbálẹ̀ cobre o rosto com uma mascara para ocultar a face da destruição. Na diáspora, esta mascara foi substituída pela pintura de efun do qual cobre por completo o rosto de Ọya Ìgbálẹ̀ e que ninguém deve dirigir o olhar diretamente a ela, mesmo que esta cerimônia seja realizada no escuro.


Quando alguém esta com alguma enfermidade grave, muitas vezes podemos recorrer a este caminho de Ọya quando há necessidade de alguma transformação, porém aquele que iniciado e consagrado a esta divindade jamais poderá visitar um doente, mas se o fizer não poderá jamais sentar na cama do enfermo.


Ọya em sua essência pura é representada por 9 cores com exceção do preto. No Novo Mundo Ọya Ìgbálẹ̀ passa a morar no Ile Awo – A casa do Segredo, mas especificamente no Ile Sanyin ou popularmente conhecido com Lesanyin quando cultuada no Culto de Lese Egún e no Ile Ibo Aku quando cultuada em Lese Òrìsà. Suas representação materiais e seus atributos diferem de um lugar para outro, porém seu maior segredo se mantem em igualdade em ambos os cultos. Entre tantos outros o que mais diferencia seus assentamentos, são a presença de uma ossada retirada do corpo de um animal, do qual deverá ser prepara e consagrada para determinadas funções. Sabemos que o osso representa a morte, a representação de um ser que em outrora vivera.




Qualidades:


Ọya Gbálẹ̀ Funán - Afefe Yku Funan: A Senhora do Fogo e dos ventos da Morte. Caminha com Ògún e Ọbalúwaìye. Tem caminhos também com Egun e Ikú. Veste branco e pode usar azul-claro, embora receba oferenda de animais inteiramente pretos.


Ọya Gbálẹ̀ Fure - Usa uma foice na mão esquerda e um eruexim na direita. Veste branco e por cima das vestes a palha da costa. Dança como se estivesse carregando na cabeça uma enorme cabaça. Em suas vestes são penduradas pequenas cabaças, no tornozelo direito uma pulseira de aço. Tem ligação direta com o culto aos Eguns. Preside a vida e a morte.

Ọya Gbálẹ̀ Guere - uma de suas formas. Tem forte fundamento com Ògún e Ọmọlú.

Ọya Gbálẹ̀ Toningbe

Ọya Gbálẹ̀ Fakarebo - Não é feita em seus eleitos. É a verdadeira dona do ebó, é a ela que é entregue todos os ebós. Seus caminhos levam diretamente a Èṣù e Egun. Seus rituais são todos feitos no murim, cabaças e porrões.

Ọya Gbálẹ̀ De

Ọya Gbálẹ̀ Min

Ọya Gbálẹ̀ Lario

Ọya Gbálẹ̀ Adagangbará - Tem fundamento com Èṣù.



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