Oyá e o número 9
O Òrun é composto por nove espaços, sendo que o quinto ou espaço do meio é denominado de Àiyé, que é a terra onde vivemos.
Na verdade, o Òrun é uma massa infinita sem local determinado, sem começo e sem fim que segundo a tradição Yorubá é sustentado pelo Ala-kokô, uma árvore sagrada, cujo tronco é o próprio eixo que sustenta o Òrun atravessando assim os nove espaços. Daí Iansã ser chamada de Iyá Mèsàn Òrun que significa "Mãe dos Nove Espaços do Òrun". Iansã também é chamada de Ya Unlá Kokô ou "A grande Senhora Ala-Kokô", porque cada espaço do Òrun pertence na verdade a um filho de Iansã; sendo que o último, ou o nono, pertence à Egun. É por isso a grande associação de Iansã com o número 9 (nove) e com os mortos.
Ainda vendo esta associação de Oyá com o número 9 (nove), vemos que na Nigéria, em Banigbe, o nome recebido pelo orixá como Abesan, deu origem à expressão Aborimesan, que significa "com nove cabeças" fazendo aí alusão aos nove braços do delta do Rio Niger, origem verdadeira de Iansã ou Oyá, como é chamada na terra Yorubá.
Oya Igbalé é Oya Messan Orun (Oya dos nove céus), sua saldação é Iyá Messan Orún ou èpá Héy. Essa Oyá é identificada nos búzios pelos Odús Ossá, Odí e Owarín.
Essa Oyá é conhecida por sua ligação com o Cemitério (Igbalé/ Balé), pois Omolú a encarregou de receber todos os mortos e conduzilos ao caminho certo.
Vestida de branco e usando Irukere, separa os vivos dos mortos. Igbalé é a mais envocada nos rituais de Axexe (Iku).
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