AXÉ !!!

"Energia mágica, universal sagrada do orixá. Energia muito forte, mas que por si só é neutra. Manipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos... o conteúdo mais importante do "TERREIRO DO CANDOMBLÉ" é o AXÉ. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o de vir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital."



quinta-feira, 28 de junho de 2012

Sem folha não tem vida, Sem folha não tem nada




Sem folha não tem sonho
Sem folha não tem festa
Sem folha não tem vida
Sem folha não tem nada

Quem é você e o que faz por aqui
Eu guardo a luz das estrelas
A alma de cada folha
Sou Aroni

Cosi euê
Cosi orixá
Euê ô
Euê ô orixá

Sem folha não tem sonho
Sem folha não tem festa
Sem folha não tem vida
Sem folha não tem nada

Eu guardo a luz das estrelas
A alma de cada folha
Sou aroni.


Na Mitologia Bantu, Katendê é o Senhor das florestas e das Nsaba, as folhas sagradas. senhor das alquimias divina. senhor do retiro e vida das florestas, às vezes também entendido como sendo uma senhora, mas em geral mantém a idéia Masculina. O caminho é o mesmo do Ossain do Yorubá. É fundamental sua importância, porque detém o reino e poder das plantas e folhas, imprescindíveis nos rituais e obrigações de cabeça e assentamento de todos os Nkisis através dos banhos feitos de ervas. Como as folhas estão relacionadas com a cura, Katendê também está vinculado à medicina, por guardar escondida na sua floresta a magia da cura para todas as doenças dos homens, contida nas virtudes de todas as folhas. A cura é invocada no caso de doença, com o auxílio de Obaluaê. Divindade Masculina, do ar livre, que governa toda a floresta, juntamente com Mutakalambô, Na verdade, Katendê e Mutalambô possuem inúmeras afinidades: ambos são Minkisi do mesmo espaço, da floresta, do mato, das folhas, grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata e da Terra. Dono do mistério das folhas e seu emprego medicinal ou sua utilização mágica. Dono do asé (força , poder , fundamento , vitalidade e segurança ). É bastante cultuado no Brasil, sendo conhecido por diversos nomes, Ossaim, Ossonhe, Ossãe e Ossanha, a forma mais popular. Por causa do som final da palavra, é freqüentemente confundido com uma figura feminina, mais nada é um Nkisi masculino. Katendê teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. Aroni seria um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo (figura bastante próxima ao Saci-Pererê), possui um olho pequeno e o outro grande (vê com o menor) e tem uma orelha pequena e a outra grande (ouve com a menor). Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Katendê, que, segundo dizem, também possui uma única perna. Não se pode por isso confundir Katendê com o Saci-Pererê, que é um personagem do folclore brasileiro. Katendê é um Nkisi de grande fundamento, que possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folha possui um só tronco. As áreas consagradas a Katendê nos grandes Candomblés, não são jardins cultivados de maneira tradicional, mas sim os pequenos recantos, onde só os sacerdotes Tata Nsaba (Consagrado a todas as funções ligada as folhas), podem entrar, nos quais as plantas crescem da maneira mais selvagem possível. Graças a esse domínio, Katendê é figura de extrema significação, pois praticamente todos os rituais importantes ultilizam, de uma maneira ou de outra, o sangue escuro que vem dos vegetais, seja em forma de folhas ou infusões para uso externo ou de bebida ritualística. Quando os Tatas e Mamas D´ Nzó D´Minkisi (Pais e Mães da Casa de Orixás), penetram no reino de Katendê para fazerem as colheitas das ervas sagradas para os banhos e defumações, devem antes pedir a Katendê permissão para tal tarefa, pois se não o fizerem, com certeza todas as folhas que retirarem de seu reino, não terão os asés e magias que teriam se pedissem a sua permissão, e até dependendo do caso como alguns entram em seu reino zombando e sem firmeza de cabeça, suas ervas poderão agir ao contrario, causando muitos distúrbios naqueles que zombarem de seu reino e faltarem com o devido respeito ao seu domínio. Junto á planta cortada, deixa-se sempre a oferenda de algumas moedinhas e um pedaço de fumo-de-corda com mel, assim assegurando que a vibração básica da folha permaneça, mesmo depois de ela ter sido afastada da planta e, portanto do solo que a vitalizava. As folhas e ervas de Katendê, depois de colhidas são esfregadas, espremidas e trituradas com as mãos, e não com pilão ou outro instrumento, esse era seu jeito de trazer energias puras as folhas. Cumprir seu ritual, pois Katendê deixa seu asé em tudo que se usa de suas fontes de energias, que são as folhas sagradas.
Qualidades de Katendê (Ossain).


Katendê Agué - Usa roupas e contas verde rajado de branco. Come com Hongolo e Matamba.


Katendê Mokossu - Um tipo velho, vive escondido no mato, fuma muito e bebe com abundância. Tem caminhos com Pambu Njila (Exu).


Katendê Gayaku - É novo, muito vivo, só vive em cima das árvores, nunca aparece nos lugares habitados. Come com Mutakalambô e aparece na roda do pade.


Katendê Agbenigi - É velho, grande feiticeiro, dono do pássaro sagrado e o único que chega bem perto das Iya Mi Oxorongá. Dono absoluto do poder das ervas. Come diretamente com Pambu Njila.


Katendê Arony - Recebe uma saudação própria, diferente dos outros. Apesar de ser companheiro de Agbenigi, é o mais terrível, fumando seu cachimbo faz mais bruxarias que os outros. Só come bicho de duas pernas.


Dia da Semana: Quinta-feira.
Cores fio de Contas: Verde e branco.
Símbolos: Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo.
Elementos: Floresta e plantas selvagens (Terra).
Domínios: Medicina e liturgia através das folhas.


Ewé ó!!! Ewé ó!!!



Ossaim 
Origem e História 



Sem folhas não há orixá, elas são imprescindíveis aos rituais do Candomblé. Cada orixá possui suas próprias folhas, mas só Ossaim (Òsanyìn) conhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam seu poder, sua força.


Ossaim desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem sua presença, nenhuma cerimônia pode se realizar, pois ele detém o axé que desperta o poder do ‘sangue’ verde da folhas. 


As folhas de Ossaim veiculam o axé oculto, pois o verde é uma das qualidades do preto. As folhas e as plantas constituem a emanação direta do poder da terra fertilizada pela chuva. São como as escamas e as penas, que representam o procriado. O sangue das folhas é uma das forças mais poderosas, que traz em si o poder do que nasce e do que advém. 


É preciso esclarecer que o sangue (ejé) é um elemento essencial no Candomblé. Três são os tipos de sangue: o vermelho, dos animais, do azeite-de-dendê, do mel; o preto (verde), do sumo das folhas, e o branco, do sêmen, do vinho de palma, da água. 


As folhas constituem o fundamento inicial do Candomblé. Antes de passar por qualquer ritual, o neófito tomará o banho de ervas (amassi) que o purificará e será sua primeira consagração dentro do culto. É com o amassi que se lavam os colares, os objetos rituais do ibá, a cabeça, a alma e o corpo dos iniciados. 


É sobre as folhas sagradas de ossaim que repousará o iaô em sua consagração ao orixá. É com as folhas que os animais consentem o sacrifício. Ossaim é, portanto, a primeira consagração no Candomblé: primeira e constante, pois a folha faz parte do dia-a-dia dos adeptos do Candomblé; Ossaim é imprescindível à religião, aos orixás e aos iniciados. 


Ossaim é o grande sacerdote das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas e milagres, pode trazer progresso e riqueza. È nas folhas que está à cura para todas as doenças, do corpo ou do espírito. Portanto, precisamos lutar por sua preservação, para que conseqüências desastrosas não atinjam os seres humanos. 


A floresta é a casa de Ossaim, que divide com outros orixás do mato, como Ogum e Oxóssi, seu território por excelência, onde as folhas crescem em seu estado puro, selvagem, sem a interferência do homem; é também o território do medo, do desconhecido, motivo pelo qual nenhum caçador deve penetrar na floresta na mata sem deixar na entrada alguma oferenda, como alho, fumo ou bebida. 


Ossaim é orixá de grande fundamento, que possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folhas possui um só tronco. 


Kó si ewé, kó sí Òrìsà, ou seja, sem folhas não há orixá, elas são imprescindíveis aos rituais do Candomblé. Cada orixá possui suas próprias folhas, mas só Ossaim (Òsanyìn) conhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam o seu poder, a sua força.


Ossaim desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem a sua presença, nenhuma cerimónia pode realizar-se, pois ele detém o axé que desperta o poder do ‘sangue’ verde das folhas.


Ossaim é o grande sacerdote das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas e milagres, pode trazer progresso e riqueza. È nas folhas que está à cura para todas as doenças, do corpo ou do espírito. Portanto, precisamos lutar por sua preservação, para que consequências desastrosas não atinjam os seres humanos.


A floresta é a casa de Ossaim, que divide com outros orixás do mato, como Ogum e Oxóssi, o seu território por excelência, onde as folhas crescem em seu estado puro, selvagem, sem a interferência do homem; é também o território do medo, do desconhecido, motivo pelo qual nenhum caçador deve penetrar na floresta na mata sem deixar na entrada alguma oferenda, como alho, fumo ou bebida. Medo de que? Medo dos encantamentos da floresta, medo do poder de Ogum, de Oxóssi, de Ossaim; respeito pelas forças vivas da natureza, que não permitem a pessoas impuras ou mal-intencionadas penetrar em sua morada. Se nela entrarem, talvez jamais encontrem o caminho de volta.


Ossaim teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. Aroni seria um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo (figura bastante próxima ao Saci-Pererê), possui um olho pequeno e o outro grande (vê com o menor) e tem uma orelha pequena e a outra grande(ouve com a menor). Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Ossaim, que, segundo dizem, também possui uma única perna. Não se pode por isso confundir Ossaim com o Saci-Pererê, que é um personagem do folclore brasileiro. Ossaim é orixá de grande fundamento, que possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folha possui um só tronco.


De acordo com a história desse orixá, há uma rivalidade entre Ossaim e Orunmilá, que reflecte, na verdade, a antiga disputa entre os Oníìsegùn – mestres em medicina natural que dominavam o poder das folhas – e os Babalawó – sacerdotes versados nos profundos mistérios do cosmo e do destino dos seres, os pais do segredo.


Ossaim é um orixá originário da região de Iraó, na Nigéria, muito próxima com a fronteira com o antigo Daomé. Não faz parte, como muitos pensam, do panteão Jeje assimilado pelos Nagô, como Nana, Omolú, Oxumaré e Ewá. Ossaim é um deus originário da etnia Ioruba. Contudo, é evidente que entre os Jeje havia um deus responsável pelas folhas, e Ágüe é o seu nome, por isso Ossaim dança bravun e sató, a exemplo dos deuses do antigo Daomé.


Uma confusão latente refere-se ao sexo de Ossaim; é preciso esclarecer que se trata de um orixá do sexo masculino. Entretanto, como feiticeiro e estudioso das plantas, não teve tempo de relacionamentos amorosos. Sabe-se que foi parceiro de Iansã, mas o controvertido relacionamento com Oxóssi, que ninguém pode afirmar se foi ou não amoroso, é o mais comentado.


Na verdade, Ossaim e Oxóssi possuem inúmeras afinidades: ambos são orixás do mesmo espaço, da floresta, do mato, das folhas, grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata, da Terra.


Cacterísticas dos filhos de Ossaim: Os filhos de Ossaim são pessoas extremamente equilibradas e cautelosas, que não permitem que suas simpatias ou antipatias interfiram em suas opiniões sobre os outros. Controlam perfeitamente seus sentimentos e emoções. Possuem grande capacidade de discernimento e são frios e racionais em suas decisões. 


São pessoas extremamente reservadas, não se metem em questões que não lhe dizem respeito. Participam de poucas atividades sociais, preferindo o isolamento. Elas evitam falar sobre sua vida, sobre seu passado, preferem manter certa aura de mistério. Geralmente, não têm nada de mais a esconder, mas desejam manter reserva. 


Pressa e ansiedade não fazem parte de suas características, pois são pessoas detalhistas e caprichosas no cumprimento de suas tarefas. Possuem gosto por atividades artesanais que exigem isolamento e paciência; não gostam de ter chefe nem subalternos, não se prendem a horários, apreciam a independência para fazer o que gostam na hora que querem. São pessoas fascinadas com as regras e tradições, adoram questioná-las. 




O acaçá é um corpo, o símbolo de um ser. A única oferenda que restituí a redistribui o axé.


ACAÇA

 






As definições mais elementares do acaçá (àkàsà)  é de uma pasta de milho branco ralado ou moído, envolvido, ainda quente, em folhas de bananeiras. A definição é correta, mas extremante superficial, pois o acaçá é de longe a comida mais importante do candomblé. Seu preparo é forma de utilização nos rituais e oferenda. Envolvem preceitos e regulamentos bem rígidos, que nunca podem deixar de ser observados.
Todos os orixás, de Exu a Oxalá, recebem acaçá. Todas as cerimônias, do ebó mais simples as sacrifícios de animais, levam acaçá. Em rituais de iniciação, de passagens fúnebres e tudo o mais que ocorra em uma casa de candomblé só acontece com a presença do acaçá. A vida e a morte no candomblé se processam à partir desta oferenda fundamental, sem a qual nenhum homem seria poupado dos dissabores e percalços do destino. Quando recorremos á história dos orixás, percebemos o grande mal que a humanidade todas as vezes que se afasta do poder divino, representada, nesse caso, pelo poderoso Orun, a morada de todas as divindades, e pelo supremo, senhor do Destino dos Homens. Olodumaré, também conhecido como Olorum (Zambi).
Só existe uma oferenda capaz de restituir o axé e desenvolver a paz e a prosperidade na Terra, ela é justamente o acaçá. Mas o que faz de uma comida aparentemente tão simples a maior das oferendas aos orixás?

Será que todos sabem o que realmente é um acaçá?
Façamos então uma classificação dos elementos que compõem o acaçá para chegarmos à derradeira conclusão. Primeiramente, é preciso esclarecer que a pasta branca à base de farinha de milho (que fica alguns dias de molho e depois passada pelo pilão ou moinho) chama-se na verdade eco (èko). Depois de coxear, uma porção da pasta ainda quente, é envolvida em um pedaço de folha de bananeira para enrijecer (na África é utilizada outra folha, chamada èpàpo), tornando-se, agora sim, um acaçá. (Hoje em dia nós temos a facilidade de encontrar o milho vermelho moído que é o fubá vermelho e o milho branco que é o fubá branco, mais existem sacerdotes que ainda utilizam o ritual de antigamente).
Percebe-se a fundamental importância da folha de bananeira, uma vez que o eco só passa a ser acaçá quando envolvido em uma folha verde que lhe atribui existência individualizada, pois passa a ser uma porção desprendida da massa, assim como e emi, que dá vida aos seres, é, na verdade, uma parte da atmosfera, ou do próprio Olorum, que todos ser leva dentro de si, o sopro da vida, o ar que respiramos.
Portanto, o acaçá é um corpo, o símbolo de um ser. A única oferenda que restituí a redistribui o axé.
É importante insistir que o que faz do acaçá um corpo único, eminente representação de um ser, é a folha, seu poderoso invólucro verde, que lhe confere individualidade e força vital diante do poderoso orun, os orixás e do grande Deus Oludumaré.
Somente a água é tão importante quanto o acaçá, pois não existem substitutos para nenhum dos dois, que são, a exemplo do obi, elementos indispensáveis em qualquer ritual. Ambos configuram-se como símbolo da vida, e é justamente para afastar a morte do caminho das pessoas, para que o sacrifício não seja o homem, que são oferecidos.
O acaçá remete ao maior significado que a vida pode ter: a própria vida. E por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-se a comida e predileção de todos os orixás.
Fato é que quem não faz um bom acaçá não é um bom conhecedor do candomblé, pois as regras e diretrizes da religião nunca foram ditadas pela intuição. “Constituem grandes fundamentos cristalizados” ao longo de anos e anos de tradição. Aos incautos vale afirmar que candomblé não é intuição, mas fundamento sim, e fundamentos se aprende.
Fundamento é o segredo compartilhado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode enganar o orixá.
O acaçá deve permanecer fechado, imaculado até o momento de ser entregue ao orixá. Só então é retirado da folha. É como se o sagrado tivesse de ficar oculto até a hora da oferenda, prova de que o segredo é quase sempre um elemento consagrado. E o segredo do acaçá é enrolar na folha de bananeira, é o que mantém um terreiro de candomblé de pé. Não existe acaçá que não seja enrolado na folha de bananeira..
Entretanto, a imprudência vigora em muitos terreiros e não raras vezes se ouve falar de novas iguarias apresentadas como acaçá. Os mais comuns são os acaçá de pia e de forma. No primeiro caso a massa de ecó, mais grossa, é colocada às colheradas sobre o mármore das pias, onde os bolinhos esfriam antes de serem utilizados nos ritos. Na segunda receita a massa é espalhada em uma forma e posteriormente cortada em quadradinhos. Este é um procedimento incorreto e condenável, e as pessoas que agem assim então fadadas ao insucesso e não podem ser consideradas pessoas de axé.
Não há candomblé sem acaçá, nem acaçá sem folha. A religião dos orixás não admite modificações na essência na essência, e esta comida é essencial, portanto, inviolável. Primeiro vem o acaçá antes dele só a vida. Logo, a folha de bananeira guarda uma vida. Deixar a massa do acaçá exposto é o mesmo que deixar a vida vulnerável. Eis o grande fundamento.

 

















Texto: Gongofila - Tata de Nkice Ananguê de N'gola Djanga ria Matamba.


Salubá !!! Salubá !!!

NANÃ


Nanã é sem dúvida muito antiga, suas características são muito diversas, Orixá dos mistérios é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois quando Oduduá separou a água parada, que já existia, e liberou o saco de criação a terra, no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se encontram os maiores fundamentos de Nanã.
Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza em si a morte, fecundidade e riqueza.
Seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos Jêje, da região do antigo Daomé, significa mãe. Sendo a mais antiga divindade das águas, ela representa a memória ancestral.
É a mãe antiga, Ìyá Agbà por excelência.
É a mãe dos orixás IrokôObaluaiê e Oxumarê, é respeitada como mãe de todos os outros Orixás, nesse caso pela antiguidade.
Nanã é o princípio, meio e o fim, o nascimento, a vida e a morte.
Ela é a dona do Axé por ser o orixá que dá vida e a sobrevivência, a senhora dos Ibás que permite o nascimento dos deuses e dos homens.
As águas paradas e lamacentas dos pântanos têm uma aparência morta   a primeira vista mas existe  a vida de plantas ,micro organismos  que como as plantas buscam nas profundezas das lagoas, na lama, a vida e o sustento.
Nanã.
Senhora da morte, geradora de Iku ,morte.
Deusa dos pântanos e da Lama.
Nanã é o encantamento da própria morte.
Seus cânticos são súplicas para que leve Iku , a morte, para longe e quem permite que a vida seja mantida.
É a força da Natureza que o homem mais teme, pois ninguém quer morrer! Ela é a Senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões.
Em terras da África, Nanã é chamada de Iniê e seus assentamentos, objetos sagrados, são salpicados de vermelho.
Nanã é lama, é terra com contato com a água.
Nanã também é o pântano, o lodo, sua principal morada e regência.
Ela é a chuva, a tempestade, a garoa.
O banho de chuva, por isso, é uma espécie de lavagem do corpo, homenagem que se faz à Nanã, lavando-se no seu elemento. 
A chuva é a parte da vida, que vai irrigar a terra, Se ela cai demais, é porque a força da Natureza, Nanã, está insatisfeita. 
Considerada a Iabá Orixá feminina mais velha, foi anexada pelos iorubanos nos rituais tal a sua importância.Nanã é a possibilidade de se conhecer a morte para se ter vida.
É agradar a morte, para viver em paz.
Nanã é a mãe, boa, querida, carinhosa, compreensível, sensível, bondosa, mas que, irada, não reconhece ninguém.
Entre os símbolos de Nanã está o ibiri, que é feito com palitos do dendezeiro  que representa a multidão deEguns, que são seus filhos na terra dos homens, e Nanã o carrega como mimasse uma criança.
Os búzios que simbolizam morte por estarem vazios e fecundidade porque lembram os órgãos genitais femininos, também pertencem a Nanã.
Contudo, o símbolo que melhor sintetiza o caráter de Nanã é o grão, pois ela domina também a agricultura e todo o grão tem que morrer para germinar.
Nanã é a morte que reside no âmago da vida, que possibilita o renascimento. 
Nanã não roda na cabeça de homem.
Seus adeptos dançam com a dignidade que convém a uma senhora idosa e respeitável.
Seus movimentos lembram um andar lento e penoso, apoiado num bastão imaginário. 
Em certos momentos, viram para o centro da roda e colocam seus punhos fechados, um sobre o outro, parecendo segurar um bastão.  
Em determinada atribuição cuida dos mortos enquanto seus corpos se decompõem no lodo, se preparando para formarem novos seres.
Protege contra feitiços e perigos de morte.
Nanã, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outras
Nanã é a sacerdotisa que, segura de suas experiências sabe o momento de agir.
Seu mundo é a natureza viva e morta, ela é capaz de sentir quando o peso da realidade exterior bloqueia as possibilidades de concretizar suas intenções, por isso quando a realidade está obscura, ela se senta, recolhe suas lembranças, medita e escuta o caminho a seguir.
Considerada avó de todos os orixás.
Sua dança é lenta, andar curvado, demonstrando sua idade madura, sua velhice.
Na síntese mitológica iorubana Nanã é considerada a mais velha deusa da nação, predominando com associações diretas com a morte e com a posição reservada aos bem mais idosos.
Muitas pesquisas apontam ainda que os iorubas começaram a ter um conceito de Deus Supremo antes inexistente, e que esse conceito pode (fato não comprovado) ser conseqüência da influência dos maometanos do norte da África sobre a população negra mais próxima. Assim Nanã assume, como outros Orixás femininos, o conceito de maternidade como função principal. 
É neste contexto, a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluaê) e Oxumarê. 
Pierre Verger aponta que Nanã, no culto daomeano, teria um posto hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo do Deus Supremo Olorum. Neste contexto, era uma figura feminina mas às vezes também alguém acima das distinções macho e fêmea, pois constituía, num par completo, pai e mãe unificados de todas as coisas, fossem os seres humanos, fossem os Orixás. 
Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido. 
A senhora do reino da morte é, como elemento , a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo. 
Muitos são portanto os mistérios que Nanã-terra esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da  do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem o invoca em geral a mesma e sempre relação austera que mantém com o mundo.

Segundo alguns mitos Nanã é a mãe de Ossaim.
Nanã é um orixá bastante complexo, representa a memória transcendental do ser humano e o acervo das reações pré-históricas de nossos antepassados.
É uma divindade das águas paradas e dos pântanos, responsável pela matéria prima da vida, barro, que deu forma ao primeiro homem, assim da criação do mundo e dos seres.
Nanã rege fisicamente o estômago, os intestinos, a memória e os pés, temida por todos que conhecem seus hábitos e costumes, este é o Orixá representante da continuidade da existência humana e, portanto, da morte.
Salubá Nanã Burúku, entidade que separa os vivos dos mortos.
Nanã muito temida, parece manter a imagem mais ligada as antigas Iyámi.
É dada como amante mais velha de Oxalá que ao seduzi-la roubou parte de seus poderes, mas em troca faz dela mãe de Omulu e Oxumarê.
Nanã  também tem relações com Xangô.
Outros tabus conservam igualmente características ameaçadoras ainda que veladas. 
Não gosta de homens, e é praticamente assexuada, possuindo grande capacidade de trabalho, e autossuficiente, tem hábitos austeros e intolerante a preguiça, falta de educação, desordem, desperdício.
Previdente, organizada e rigorosa nos princípios morais.
Zeladora dos bons costumes e princípios morais, não perdoa mentirosos, traições, desonestidades.



MITOLOGIA


Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia ioruba, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé, atual República do Benin, assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.
Resumindo esse processo cultural, Oxalá, mito ioruba ou nagô, continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá, mito igualmente ioruba, é a mãe de seus filhos nagô e Nanã  jeje  assume a figura de mãe dos filhosdaomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá  não existia.
Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs, pois vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo.
A melhor maneira para entendimento e estudo futuro antes de se perder totalmente, foi acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá.
Nanã é uma velhíssima divindade das águas, vinda de muito longe e há muito tempo.
E Ogum é um poderoso chefe guerreiro que anda, sempre, à frente dos outros Imalés.
Eles vão, um dia, a uma reunião.
É a reunião dos duzentos Imalés da direita e dos quatrocentos Imalés da esquerda.
Eles discutem sobre seus poderes.
Eles falam muito sobre Obatalá, aquele que criou os seres humanos.
Eles falam sobre Orunmilá, o senhor do destino dos homens.
Eles falam sobre Bará, Um importante mensageiro!

Eles falam muita coisa a respeito de Ogum, que graças a seus instrumentos podem viver. Declarando que é o mais importante entre todos.

Nanã contesta então:
-Não digam isto. Que importância tem, então, os trabalhos que ele realiza?
Os demais orixás respondem:
-É graças a seus instrumentos que trabalhamos pelo nosso alimento. É graças a seus instrumentos que cultivamos os campos. São eles que utilizamos para esquartejar e guerrear.
Nanã conclui que não renderá homenagem a Ogum.
Por que não haverá um outro Imalé mais importante? Ogum diz:

-Ah! Ah! Considerando que todos os outros Imalés me rendem homenagem, me parece justo, Nanã, que você também o faça.

Nanã responde que não reconhece sua superioridade. Ambos discutem assim por muito tempo.
Ogum perguntando:
-Você pretende que eu não seja indispensável ?
Nanã garantindo que isto ela podia afirmar dez vezes. Ogum diz então:
-Muito bem! Você vai saber que eu sou indispensável para todas as coisas.
Nanã, por sua vez, declara que, a partir daquele dia, ela não utilizará absolutamente nada fabricado por Ogum e poderá, ainda assim, tudo realizar.
Ogum questiona:
-Como você fará?  Então não sabe que sou o proprietário de todos os metais? Estanho, aço,chumbo, ferro, cobre. Eu os possuo todos.
Os filhos de Nanã eram caçadores. Para matar um animal, eles passaram a se servir de um pedaço de pau, afiado em forma de faca, para o esquartejar.
Os animais oferecidos a Nanã são mortos e decepados com instrumentos de madeira.
Não pode ser utilizada a faca de metal para cortar sua carne, por causa da disputa que, desde aquele dia, opôs Ogum a Nanã.

Nanã, Senhora de Dassa Zumê, elegante senhora, nunca se meteu ou se preocupou com o que este ou aquele fazia de sua própria vida. Tratou sempre de si e dos filhos, de forma nobre, embora tenha sido sempre precoce em tudo.
Entretanto, Nanã sempre exigiu respeito àquilo que lhe pertencia.
O que era seu, era seu mesmo. Nunca fora radical, mas exigia que todos respeitassem suas propriedades.
E, vemos novamente Ogum “quizilado”com ela.
Viajante, conquistador, numa de suas viagens, Ogum aproximou-se das terras de Nanã.
Sabia que o lugar era governado por uma velha e poderosa senhora.
Sabia que se quisesse, não seria difícil tomar as terras de Nanã, pois para Ogum, não havia exército, nem força que o detivesse.
Mas Ogum estava ali apenas de passagem.
Seu destino era outro, mas seu caminho atravessava as terras de Nanã.
Isto ele não podia evitar e nem o importava, uma vez que nada o assustava. Ogum nada temia.
Na saída da floresta, Ogum deparou-se com um pântano, lamacento e traiçoeiro, limite das terras de Nanã.
Era por ali que teria que passar.
Seu caminho, em linha reta, era aquele, por pior que fosse e não importando quem dominava o lugar.
O destino e objetivo de Ogum era o que realmente lhe importavam.
Parou à beira do pântano e já ia atravessá-lo quando ouviu a voz rouca e firme de Nanã:
- Esta terra tem dono. Peça licença para penetrar nela!
No que Ogum respondeu em voz alta:
Ogum não pede, toma! Ogum não pede, exige! E não será uma velha que impedira meu objetivo!
Peça licença, jovem guerreiro, ou se arrependerá! Retrucou Nanã com a voz baixa e pausada.
Ogum não pede licença, avança e conquista! Para trás, velha, ou vai conhecer o fio da minha espada e a ponta de minha lança!
 Ogum avançou pela pântano, atirando lanças com pontas de metal contra Nanã.
Ela, com as mãos vazias, cerrou os olhos e determinou ao pântano que tragasse o imprudente e impetuoso guerreiro.
E assim aconteceu...
Aos poucos, Ogum foi sendo tragado pela lama do pântano, obrigando-o a lutar bravamente para salvar sua própria pele, debatendo-se e tentando voltar atrás.
Ogum lutou muito, observado por Nanã, até que conseguiu salvar sua vida, livrando-se das águas pantanosas e daquela lama que quase o devorava.
Ofegante e assustado, Ogum foi forçado a recuar, mas sentenciou:
Velha feiticeira! Quase me matou! Não atravessarei suas terras, mas vou encher este de pântano de aço pontudo, para que corte sua carne!
Nanã, impassível e calma, voltou a observar:
Tu és poderoso, jovem e impetuoso, mas precisa aprender a respeitar as coisas. Por minhas terras não passarás, garanto!
E Ogum teve que achar outro caminho, longe das terras de Nanã.
    
ARQUÉTIPO


Pessoas muito calmas, e muito lentas.
Gostam de crianças. Sempre aparentam mais idade.
São pessoas de ímpeto boas, decididas, simpáticas, mas que quando em vez se tornam ranzinzas e rancorosas, do tipo  que guardam rancor.   
Às vezes, porém, exige atenção e respeito que julga devido, mas não obtido dos que a cercam. 
É o tipo de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma que ela.
Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões, manter sempre no caminho da sabedoria e da justiça.
Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejando a volta de situações do passado, modos de vida que já se foram.
Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para trás.
Reclamam dos novos costumes, da nova moralidade.
Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente têm. Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas.
Ao mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha do que sua própria existência.
Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural.
Sensatez, perseverança, ordem, objetividade, ou inverso: estupidez, preguiça, conservadorismo extremo, medo, avareza.
Aparência física pesada, truculenta, desgraciosa, fracasso na sexualidade e no amor pela falta de habilidade no trato social e pela agressividade.
Sem beleza, sem vaidade.
Apesar da aparência, tem extraordinária resistência física.
 0 tipo psicológico feminino tem um temperamento severo e austero. Rabugenta, é mais temida do que amada.

Pouco feminina, não tem maiores atrativos e à muito afastada da sexualidade. Por medo de amar e de ser abandonada e sofrer, ela dedica sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social.


CURIOSIDADE


Frase de impacto: 
Sálù  nàná burúku
Divindade que separa os espíritos trevosos da morte.


Animais : Rã, galinha branca, pata branca, cabra branca, rã.



Bebida : Água da chuva, água de coco, mel e dendê.



Comida : Acaçá, pipoca, farofa de dendê, peixe cozido com pouco sal, farofa de amendoim torrado, aipim cozido no dendê, Aberem, mugunzá, efó,  sarapatel, feijão com coco, pirão com batata roxa.


Cor : Branco com traços azuis ou roxos, cor anil, branco e roxo, também pode ser lilás, roxo ou azulão.



Dia  : Quarta-feira.



Doenças :Erisipela, artrite, estomatite.



Domínios :  Pântanos ,chuva, morte.



Elemento : Água – e terra +. 



Emblema : Iberim, cetro da nervura do dendezeiro.



Ervas : Avenca, alfavaca, hortência, sempre-viva roxa. folha da fortuna, viuvinha (trapoeraba roxa), samambaia, melão de São Caetano, manacá.


Essências :  Guiné, noz moscada, camomila, cravo.



Flores : Crisântemo branco e lilás,campânula ,hibisco, violetas, flores do campo de cor lilás, lírio, orquídea, narciso, begônias.


Fruta : Laranja lima, figo, ameixa, melancia, uva escura, melão, limão, fruta do conde, coco seco, banana da terra,   abacaxi, jaca.


Função : Criação e transformação.



Kizilas : multidões, instrumentos de metal.



Metal :  Ouro branco, estanho, latão.



Morada  :Cemitério, pântano, lamaçal.



Natureza : Pântanos, lama.



Números  :  06 e 13.



Partes do corpo : Barriga, o útero, a parte genital feminina, protege as mulheres gestantes.



Pedra : Ametista.



Ritmo : O toque Jêje sató, um ritmo vagaroso e pesado, apropriado aos lentos movimentos dessa deusa que dança curvada, "varrendo" o mal. No Ketu, seu toque é o kiribotô.


Saudação : Salubá.



Símbolo : Ibiri e os bradjas , contas feitas com búzios, dois a dois, e cruzados nos peitos, indicando ascendente e descendente.

ORIKI



Okiti KataEkùn A Pa Eran Má Ni Yan Okiti Katala
leopardo que mata um animal e o como sem assá-lo

Olu Gbongbo Ko Sun Ebi Eje
Dono de uma bengala, não dorme e tem sede de sangue

Gosungosun On Wo Ewu Eje Salpicado com Osun,
seu traje parece coberto de sangue

KO Pá Eni Ko Je Oka Odun
Ele só poderá comer massa no dia da festa, se tiver matado algúem

Ni Esin O Ni Kange
Ele tem o cavalo, ele tem o quizo

Odo Bara Otolu Rio Omi a Dake Je Pa Eni
Água adormecida que mata alguém sem preveni-lo

Omo Opara Ogan Ndanu
Filho de Opara

Sese Iba
Orixá , respeito

Iba Iye Ni Mo Mo Je Ni Ko Je Ti Aruní
Louvo a vida e não a cabeça

Emi Wa Foribale Fun Sese
Venho prosternar-me diante do Orixá

Oluidu Pe O papa
Presto homenagem aos ancestrais

Ele Adie Ko Tuka
Aquele que tem frango, não depena vivo

Yeye Mi Ni Bariba Li Akoko
Minha mãe estava primeiramente em Bariba

Emi Ako Ni Ala Mo Le Gbe Agada
Eu o primeiro a poder usar a espada

Emi A Wa Kiyà Onile Ki Ile
Venho saudar o dono da terra para que ele me proteja


QUALIDADES

Muitos são os nomes, títulos ou qualidades conhecidas como  Asainan ou Asenàn ,  Iyabahin ou Lànbáiyn , InselèSùsùréElegbéBíodúnìkúrèAsaiyó, etc.,mas abaixo estão as mais conhecidas e trabalhadas atualmente.   


Abenegi : Dessa Nanã nasceu o Ibá Odu, que é a cabaça que traz OxumarêOdéOlodéOiá e Iemanjá.


Adjaoci ou Ajàosi : É a guerreira e agressiva que veio de Ifé, às vezes confundida com Obá. Mora nas águas doces e veste-se de azul.

Ajapá ou Dejapá : É a guardiã que mata, vive no fundo dos pântanos, é um Orixá bastante temido, ligado a lama, a morte, e a terra. Veio de Ajapá. Está ligada aos mistérios da morte e do renascimento. Destaca-se como enfermeira, cuida dos velhos e dos doentes, toma conta dos moribundos. Nela predomina a razão.

Buruku ou Búkùú : Também é chamada Olú waiye senhora da terra, ou Oló wo senhora do dinheiro ou aindaOlusegbe. Este Orixá veio de Abomey, ligado à água doce dos pântanos, usa um ibirí azul.

Obaia ou Obáíyá : É ligada a água e a lama. Mora nos pântanos; usa contas cristal vestes lilás .


Omilaré : É a mais velha, acredita-se ser a verdadeira esposa de Oxalá. Associada aos pântanos profundos e ao fogo. É a dona do universo, a verdadeira mãe de Omolu Intoto. Veste musgo e cristal.

Savè : Veste-se de azul e branco, e usa uma coroa de búzios.


Ybain: É a mais temida. Orixá da varíola. Usa cor vermelha, é a principal, come direto na lagoa, dando origem a outros caminhos. Para chamá-la, a ekeji tem que ir batendo com seus otás para fazê-la pegar suas filhas.


Oporá : Veio de Ketu, coberta de òsun vermelho. É a mãe de Obaluaiê, ligada a terra, temida, agressiva e irascível.


Xalá : Muito ligada ao Branco e a Oxalá.