AXÉ !!!

"Energia mágica, universal sagrada do orixá. Energia muito forte, mas que por si só é neutra. Manipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos... o conteúdo mais importante do "TERREIRO DO CANDOMBLÉ" é o AXÉ. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o de vir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital."



sexta-feira, 27 de julho de 2012

O criador do culto dos ancestrais: XANGÔ




África

Xangô (Sòngó), é o fundador do culto a Egungun, somente ele tem o poder de controla-los, como diz um trecho de um Itan:

O criador do culto dos ancestrais.

Segundo a tradição do culto de Egungun, que é originário da África, região de Oyò. O culto de Egungun, é exclusivo de homens, sendo Alápini o cargo mais elevado dentro do culto tendo como auxiliares os Ojés. Todo integrante do culto de Egungun é chamado de Mariwó.

"Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Yàmi fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Yàmi ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraido atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Yàmi atacaram, derrubaram a Adubaiyni filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilà, que lhe disse que Yàmi é que havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilà lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Ikù(Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilà.

Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Egungun, e se tornando estremamente proibida a participação de mulheres neste culto, provocando a ira de Olorun, Xangô, Ikú e os próprios Egungun, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais as Yàmi".

Xangô – Arquétipo do orixá

Xangô nasce do poder e morre em nome do poder. O poder é sua síntese. Rei Absoluto, forte e imbatível: Um déspota. O prazer de Xangô é o poder. Xangô manda nos poderosos, manda em seu reino e nos reinos vizinhos. Xangô é rei entre todos os reis.

Xangô gosta de desafios, que não raras as vezes aparecem nas saudações feitas por seus devotos, tanto na África quanto no Brasil. Porém, o desafio é feito sempre para ratificar o poder de Xangô.

A maneira como todos devem se referir a Xangô, já expressa seu poder. Procure imaginar um elefante, mas um elefante de olhos tão grandes quanto potes de boca larga: Esse é Xangô e, se o corpo do animal segue a proporção dos olhos, Xangô realmente é o elefante que manda na savana, imponente e poderoso.

Percebe-se que a imagem de Xangô está sempre associada a Xangô. É o rei que não aceita contestação, todos sabem de seus méritos e reconhecem que seu poder, antes de ser conquistado pela opressão, pela força, é merecido. Xangô foi o grande Alafim de Oyó porque soube inspirar credibilidade em seus súditos, tomou as decisões mais acertadas e sábias e, sobretudo, demonstrou sua capacidade para o comando, persuadindo a todos não só por seu poder repressivo como por seu senso de justiça muito apurado.

O fato é que não se pode falar de Xangô sem falar de poder. Ele expressa a autoridade dos grandes governantes, mas também detém o poder mágico, já que domina o mais poderoso dos elementos da natureza: O fogo. O poder mágico de Xangô reside no raio, no fogo que corta o céu, que destrói na terra, mas que transforma, que protege, que ilumina o caminho. O fogo é a grande arma de Xangô, com a qual ele castiga aqueles que não honram seu nome. Por meio do raio ele atinge a casa do próprio malfeitor.

Tudo que se relaciona com Xangô lembra realeza, suas vestes, a sua riqueza, a sua forma de gerir o poder. A cor vermelha, por exemplo, sempre esteve ligada a nobreza, só os grandes reis pisavam no tapete vermelho, e Xangô pisa sobre o fogo, o vermelho original, o seu tapete.

Xangô sempre foi um homem bonito e extremamente vaidoso. Por isso conquistou todas as mulheres que quis. Xangô era um amante irresistível, por isso foi disputado por três mulheres. Iansã foi sua primeira esposa e a única que o acompanhou em sua estratégica saída da vida. É com ela que divide o poder do fogo. Oxum foi a segunda esposa de Xangô e a mais amada. Apenas por Oxum, Xangô perdeu a cabeça, só por ela chorou. A terceira esposa de Xangô foi Òbá, que amou e não foi amada. Obá abdicou de sua vida para viver por Xangô, foi capaz de mutilar o seu corpo por amor ao seu rei.

Xangô decide sobre a vida de todos, mas sobre sua vida (e morte) só ele tem o direito de decidir. Ele é mais poderoso que a morte, razão pela qual passou a ser seu anti-símbolo.

Xangô – O estrategista

Um dos orixás mais venerados de toda a Diáspora e conhecido como a mais forte expressão masculina da energia dos orixás. Xangô é a essência da estratégia.
Associamos a este orixá o deus grego Zeus e o deus romano Júpter, pois todos eram reis e donos dos raios e deuses muito poderosos. Este é o poder de Xangô. Inimigo do mal e do sofrimento, é um orixá muito íntegro e adora corrigir erros.

Segundo a lenda, Xangô era um rei muito poderoso e não mostrava nenhuma clemência a nenhum dos seus inimigos. Sua fama espalhou-se por toda a África. Sua personalidade foi tão notável que seu espírito foi elevado ao status de orixá, depois de sua morte. Honrado pela maioria dos territórios africanos, onde até mesmo os Bantos da área do Congo vieram lhe prestar homenagens. Lá era chamado de Nzazi. No Daomé era chamado de Hevioso e Djakutá. Sua popularidade não se extinguiu na África, mas se espalhou também nas Américas, onde a cada dia aumenta a devoção ao nosso amado Xangô.

Apesar de sua integridade, Xangô não é um orixá moralista. Digamos que é um excelente estrategista. Afinal, um rei próspero é, geralmente, um ótimo estrategista. Se nos referirmos à sua energia como tendo o “poder da dança”, o “poder do tambor”, o “poder da palavra”, podemos ter uma ideia da importância desse orixá no panteão. A habilidade para falar é essencial para um estrategista. A habilidade de Xangô em visualizar o futuro e de ter comprado de Orunmilá as suas habilidades, é outro modo de reconhecer o grande estrategista que está olhando os movimentos do futuro.

A expressão de Xangô, ao invés da essência da sua energia é bastante interessante. Em nossa cultura ocidental, a satisfação à curto prazo é o que todos querem e esta habilidade para manobrar os outros se expressa em um comportamento ruim. Desta forma, Xangô está predisposto a oferecer satisfação à curto prazo, sem levar em conta as consequências a longo prazo. A confiança de Xangô que sua energia sempre vai descobrir uma forma de se livrar das dificuldades leva a isto. Mas esta é a expressão da energia, não sua essência.

Não é uma falha em Xangô, mas em nossa sociedade. A utilização da energia de Xangô pode ser poderosa e construtiva, mas, examine o seu caráter antes de utilizá-la. Muitas lendas mostram Xangô com relação a diversas mulheres. Iyemanjá era sua mãe. Teve relação com Oxum, Oyá e Obá. Obá era sua esposa legítima, mas ele gastou muito mais tempo com Oxum e Oyá. Era um verdadeiro mulherengo, e as mulheres o amavam. 

Depois de ter trocado suas ferramentas de adivinhação com Orunmilá, em troca da habilidade de dançar e falar, nada o deteve. Mas, frequentemente, isso lhe causou problemas e teve que perder muito tempo em guerras. Xangô tinha um grande poder psíquico e o utilizava para se sair vitorioso das diversas e perigosas situações que vivera. Os filhos de Xangô nascem, em sua maioria, com essas habilidades.

Um dos símbolos de Xangô é o Oxé, um machado que possui duas lâminas. Esta é a arma que Xangô utilizava para destruir seus inimigos e também é um símbolo do equilíbrio. Da mesma forma, associamos a Xangô a balança, também símbolo do equilíbrio e da justiça, da qual ninguém consegue fugir.

Apesar de todo seu poder, a energia de Xangô não é utilizada, por ele, indiscriminadamente. Seu trabalho é cuidar das leis universais. Sua ira não é dirigida a qualquer um, mas para aqueles que cometeram alguma infração ou foram injustos. Ele não só protege seus filhos, mas todos os outros filhos dos outros orixás. Qualquer um que se sinta prejudicado pode buscar ajuda de Xangô, se são, verdadeiramente, as vítimas da injustiça.

Fonte: vodun Abe.

Xangô – O verdadeiro Rei do Candomblé no Brasil.

Xangô é um dos orixás mais populares do Brasil. Historicamente, é atribuído a ele o reinado sobre a cidade de Oyó (o que alcançaria após ter derrotado seu meio-irmão Dadá-Ajaká, através de um golpe). Apesar de histórias como essa serem comuns na tradição ioruba, no caso de Xangô ela é particularmente importante, já que quase tudo referente à sua figura se relaciona com seu status de Obá (rei).

Talvez, seja Xangô, o orixá mais cultuado e respeitado em todo o Brasil. Isso porque foi ele o primeiro deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras. É, portanto, o principal tronco dos candomblés brasileiros.

Isso explica a enorme importância que Xangô ocupa nas religiões africanas, tanto no Brasil como nas Américas. Isto é, no século XIX particularmente no Brasil, os escravos recém-chegados eram trazidos não só para os trabalhos em plantações e minas do interior, onde ficavam dispersos, mas também para as cidades, onde eram encarregados de executar diversos tipos de trabalhos e serviços, morando longe de seus proprietários, vivendo em bairros com grande concentração de negros libertos e escravos, e tendo assim maior liberdade de movimento e organização, podendo se reunir nas irmandades católicas, com novas e amplas oportunidades para recriarem aqui a sua religião africana.

Nascido da iniciativa de negros iorubás, que reuniram numa irmandade religiosa na Igreja da Barroquinha, em Salvador, o primeiro templo iorubá da Bahia foi, emblematicamente, dedicado a Xangô. Seus ritos, que em grande parte reproduziam a prática ritualística de Oyó, acabaram por moldar a religião que viria a se constituir no candomblé, e cujo a estruturação hierárquica sacerdotal em grande parte reconstituía, simbolicamente, a organização da corte de Oyó, isto é, a corte de Xangô, como veremos adiante. Emblemas que na África eram exclusivos do culto à Xangô, foram generalizados entre nós para o culto de todos os orixás, como o uso do colar ritual de iniciação chamado quelê.

Por estranha ironia, a nação de Xangô na Bahia, acabou recebendo o nome de Queto, cidade do orixá Oxossi, não o nome de Oyó, cidade de Xangô, como era de se esperar. Mas essa denominação deve ter ocorrido muito tempo depois da fundação da Casa Branca do Engenho Velho, o primeiro terreiro de Xangô, cujo chão Oxossi é o dono, e que serviu de modelo a todo candomblé. Da casa Branca do Engenho Velho, descendem dois importantes terreiros de candomblé: O Gantois e o Ilê Axé Opô Afonja. Este último dedicado a Xangô e fundado por Mãe Aninha, que costumava dizer, nos anos 1930: “Minha casa é Nagô puro”. Ou seja, o termo Candomblé de Queto, surge, após os anos 50, tendo Oxossi como o rei desta nação.

Onde quer que tenha se formado a manifestação americana da religião dos orixás, seja o candomblé, o xangô, o batuque, o tambor-de-mina, a santeria cubana, ou o xangô caribenho, a memória do orixá Xangô, o Obá de Oyó, manteve o realce que o orixá do império detinha na África. Como Obá, Xangô também era o mais alto magistrado de seu povo, o juiz supremo. Sua relação com o ministério da justiça fez dele, entre os seguidores das religiões dos orixás, o senhor da justiça.

 Num mundo de tantas injustiças, desigualdades sociais, marginalização, abandono e falta de oportunidades sociais de todo o tipo, como este em que vivemos, o orixá da justiça ganhou cada vez maior importância. Seu prestígio foi consolidado. Retirou-se a posição de Xangô como o grande patrono e rei do candomblé, porém, ninguém se atreveu, a discordar que este é o grande protetor daqueles que, de algum modo, se sentem injustiçados.

A importância de Xangô na constituição do candomblé, que é brasileiro, pode ser identificada também quando examinamos as estruturas hierárquicas e a organização dos papeis sacerdotais do candomblé em comparação com o ordenamento dos cargos da própria corte em Oyó, a cidade de Xangô. Não há dúvidas que as sacerdotisas e sacerdotes que fundaram os primeiros templos de orixás no Brasil tinham grande intimidade com as estruturas de poder que governavam a cidade do Alafim. O candomblé é, de fato, uma espécie de memória em miniatura da cidade africana que o negro perdeu ao ser arrancado do seu solo para ser escravizado no Brasil.

Com sentido de reforçar a ideia do terreiro de candomblé como sucedâneo da África distante, para legitimar suas estruturas de mando e valorizar suas origens, cargos de tradição africana são recuperados e readaptados com certa liberdade pelos dirigentes brasileiros. Assim surgiram os Obás ou Mogbás de Xangô, conselho de doze ministros do culto de Xangô, instituído inicialmente no terreiro Axé Opô Afonjá, na década de 1930 por sua fundadora Mãe Aninha e assessorada pelo Babalaô Martiniano Eliseu do Bonfim, e depois reinstalados nos mais diferentes terreiros que têm Xangô como patrono. Mais adiante, faremos uma matéria revelando sobre os Obás de Xangô e suas atribuições na hierarquia do candomblé.

Um rei africano era, antes de mais nada, um guerreiro. Guerras, conquistas, povoamento de novas terras, escravidão, descoberta e renascimento, tudo isso faz parte da história de Xangô, rei e guerreiro, como faz parte da memória de nossa civilização de brasileiros. Mas Xangô é mais que a história da África e mais que a história do Brasil. Seu duplo machado (OXÉ) visa a justiça para cada um dos dois lados que se opõem na contenda, suas pedras-de-raio são o santuário guardião das esperanças de tanta gente que padece em consequência das mazelas de nossa sociedade: desemprego, falta de oportunidades, incompreensão e dificuldades no trabalho, escassez dos meios de sobrevivência, perseguição e disputas insanas, inveja, complicações legais de toda sorte, e tantas outras coisas ruins. Apelar a Xangô, para o devoto, é buscar alento, realimentar esperanças, prover-se de forças para a difícil aventura da vida.

Mas no terreiro em festa, sob o roncar frenético dos tambores, a dança de Xangô não é somente uma demonstração de energia e de força marcial, de cadência e vitalidade, mas igualmente de harmonia, graça e sensualidade. Xangô é duro, mas também se compraz com o bom da vida. O paladar de Xangô lembra as qualidades do bom glutão que não dispensa jamais a boa mesa, tanto que até nos faz pensar nele como um rei gordo e guloso. Tanto é assim que suas oferendas votivas devem ser sempre servidas em grande quantidade, pois Xangô aprecia que seus súditos comam muito e bem.

Seu prato predileto é o amalá, comida feita à base de quiabo, camarão, pimentas de várias qualidades e tantos outros condimentos que são verdadeiras iguarias, utilizados pelas filhas de santo que muito apreciam e disputam da comida dos deuses. A comida servida no terreiro serve para “reunir gente”, e Xangô é o orixá que mais as acolhe, pois toda a corte é repleta de súditos e não seria diferente no terreiro, onde há sempre muita gente, muita dança e muita comida.

Além de orixá comilão, Xangô é, também, o grande amante e teve muitas mulheres segundo seus mitos. O que queremos dizer é que Xangô não nos remete tão somente aos aspectos sérios, circunspectos e duros dos compromissos do dia-a-dia, mas nos faz lembrar, sim, o tempo todo, que a vida é muito boa para ser vivida, e por isso mesmo, temos que lutar por ela sem descanso. É por essa razão que o fiel, sempre, pede passagem para o rei, gritando para o povo reunido em festa: “Deixai passar, Deixai passar sua majestade”; “ Kaô, Kaô Kabiessí”.

Xangô de Oyó, Xangô de Kossô, da África ou das Américas. Xangô é um e é muitos, mas, como indica o sentimento dos devotos, essa multiplicidade pode ser reunida numa só palavra: Xangô.

Fonte: Prandi, Reginaldo – Xangô – Rei de Oyó





O Jogo de Búzios também chamado IFÁ ou, ainda, Merindilogún (Jogo dos Dezesseis) I



O Jogo de Búzios também chamado IFÁ ou, ainda, Merindilogún (Jogo dos Dezesseis), o oráculo que desvenda as brumas do invisível e do futuro, é um dos aspectos mais herméticos do Candomblé: uma porta fechada para leigos e, aqui, não se pode omitir o fato de que é uma relevante fonte de renda para os terreiros afinal, terreiros assim como o Vaticano também têm contas a pagar.

No Brasil os búzios (conchas pequenas de praia), (cawris na África eram usados como dinheiro, foi moeda corrente) são usados pelos Babalorixás e Iyalorixás para comunicação com os Orixás, como adorno em roupas dos Orixás e para confecção de alguns fio-de-contas. Também é usado em outras religiões afro-descendentes em vários países.

Além dos búzios pode-se utilizar outros objetos para consulta dos Orixás: Obí, Orobô, Alobaça (cebola), atarê (pimenta da costa), ossos, víceras, e outros.

O jogo com quatro búzios, mais utilizado nos rituais para perguntas, normalmente as caídas correspondem às caídas do jogo de Obi

O oráculo afro-brasileiro tem mais de uma modalidade: usando um rosário, o Rosário de Ifá ou com as peças [búzios ou sementes soltas. Estudos indicam que ambos os métodos de vidência tem origem na cultura ioruba [Nigéria] e estão relacionados com o mito de Òrúnmìlà´. O SER de Òrúnmìlà é objeto de controvérsias: alguns consideram-no um Orixá, outros afirmam que este SER pertence a "...um plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás" [André D'Òsòòsí ]: é a emanação mais transcendente ou superior de Olorum [o Deus Supremo]. O fato é que Òrúnmìlà é o Senhor dos Destinos, o Testemunho de Deus [Elérí Ìpín], o Vice-Deus [Ibìkéjì Olódúmarè], Aquele que Está no Céu e na Terra [Gbàiyégbòrún | PIRES FILHO/ESCADA].

Instrumentos do Oráculo:

A tábua de madeira consagrada onde são "deitados" os búzios [ou o rosário] e que pode ser redonda, quadrada, retangular ou oval; o rosário Òpele-Ifá; os Ikins, que são os búzios ou as sementes de dendezeiro. Os búzios podem também ser jogados sobre uma toalha ou uma peneira, esses detalhes dependem da nação de onde provém o culto. Também são utilizados: uma vela branca e uma sineta, chamada adjá, usada para saudar os Orixás, um imã. As fórmulas de evocações ou rezas são parte indispensável do ritual de abertura do jogo [Como se vê, uma prática quase impossível para leigos].

Como funciona o Jogo de Búzios:

Exú, o orixá mensageiro, Senhor dos Caminhos, por possuir o dom da vidência, da adivinhação, é o intermediário entre a potência de Òrúnmìlà´ e o sacerdote ou sacerdotiza dos búzios. Por isso, toda consulta aos búzios deve ser precedida de uma evocação e oferenda a Exú. Ao contrário do que muitos imaginam, as profecias dos Búzios não são mensagens dos Orixás mas, sim, provenientes Odús. Os Odús "são inteligências siderais que participaram da criação do universo; cada pessoa traz um odú de origem e cada orixá é governado por um ou mais odús. Cada odú possui um nome e características próprias... Os Odús são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os cerca" [PORTAL DOS ORIXÁS].

Os odús primordiais são em número de 16; deles, derivam ou emanam, como filhos ou forças interagentes ou, ainda, como combinações, 256 omo-odús [filhos de odú]; o cruzamento dos "caminhos" de todos esses odús perfazem 4 mil e 96 possibilidades de interpretação do jogo [PIRES FILHO/ESCADA]. Para entender o que "dizem" os búzios neste panorama de possibilidades tão amplas o sacerdote precisa de vasto conhecimento dos arquétipos dos Odús, conhecimento ancestral que foi preservado através das lendas relacionadas a estas "inteligências siderais"; lendas que retratam personalidades e situações quase infinitas ligadas a cada pessoa, cada consulente. Afinal, não há pessoas iguais, não há vidas iguais.

Eis a lista dos 16 Odús primordiais e os respectivos Orixás regidos por cada um deles:

01. Okaran (Exú)
02. Ejioko (Ogum, Ibeji)
03. Etaogunda (Obaluayiê, Ogun)
04. Iorosun (Yemanjá, Oya)
05. Oxê (Oxum)
06. Obara (Oxossi, Logunedé e Xangô)
07. Odí (Omolu, Oxóssi e Oxalá)
08. EgionilO (Oxaguian)
09. Ossá (Oyá, Yewa e Yemanjá)
10. Ofum (Oxalufan)
11. Owarim (Oyá, Ogum e Exu)
12.Egilexebora (Xangô, Oba, Iroko)
13. Egioligibam (Nanã)
14. Iká (Ossain e Oxumare)
15. Obeogundá (Ogun, Ewá e Obá)
16. Alafia (Orixalá, isto é, todos os outros Orixás funfun).

O Jogo de Búzios também chamado IFÁ ou, ainda, Merindilogún (Jogo dos Dezesseis)








  FUNDAMENTOS DE JOGO DE BÚZIOS

                                                               O método de tiragem

Sobre um pano branco, virgem, colocamos em volta , as guias de todos os Orixás, que são os colares coloridos feitos de miçangas , para que possam ser jogados os búzios dentro desta esfera. A intenção é que, simultaneamente , as guias e os búzios obtenham a forca, a proteção e a permissão destes orixás para o Odu que representa o resultado de cada jogada. Cada resultado estabelece uma combinação dos búzios , que podem ser de 16 búzios ( na Nação Ketô ), ou de 21 ( nas Nações Angola e Gegê ) .

PRIMEIRO PASSO: 
O principal do método colocado anteriormente , esta em lavar os búzios com misturas de ervas de colônia , Santa Luzia , Saião , Elevante , Fortuna , Orepepê , Seivas de Alfazema , açúcar com epô de Oxalá ( milho cozido ) e macaça . Deixe os búzios no sereno em noite de lua cheia e , pela manhã , lave os com as ervas , água corrente e mel antes do sol nascer . 
Permita o descanso dos búzios pôr algumas horas e estará pronto a leitura. Em seguida , coloque as guias referentes , cada uma com 96 contas de miçangas , em volta do pano branco , que esta em cima da peneira de palha. As guias são definidas pelas cores que representam os orixás : EXU : miçangas vermelhas e pretas intercaladas ; OGUM : miçangas azul - escuras foscas ; OXOSSI : miçangas azul - turquesa foscas ou verde - água ; XANGÔ : miçangas brancas e vermelhas foscas , intercaladas ; IANSÃ:vermelhas ( ANGOLA ) ou marrons ( KETÔ ) ; OXUM : miçangas amarelo - ouro ; OBÁ : miçangas vermelho - rubi ; LOGUM NEDÉ : miçangas azul - turquesa e amarelo - ouro , intercaladas ; NANÃ : miçangas brancas com riscos lilases e brancos ; IBEJI : todas as cores intercaladas ou rosa fosco ; OBALUAIÊ : miçangas brancas e pretas , intercaladas (ANGOLA ) ou marrons rajadas ( KETÔ ) ; OSSAIM : miçangas brancas e verdes , intercaladas ; EWÁ : miçangas vermelhas - claras e amarelo - ouro , intercaladas ; OXALÁ : miçangas brancas . 

SEGUNDO PASSO: 
O pano branco deve ser virgem e sobre este coloca - se uma vela acesa , ao seu lado incenso ou defumador de Oxalá e do outro lado um copo de água filtrada.

TERCEIRO PASSO: 
O “olhador” que interpreta a leitura de búzios ( o que lê os resultados do Odu ) , deve estar descalço , não pode fumar durante o jogo e nem ingerir bebidas alcóolicas no dia do jogo . Em seguida , deve - se pedir a permissão do jogo para o orixá que rege o dia da semana : 
SEGUNDA - FEIRA : EXU E OBALUAIÊ ; TERÇA - FEIRA : NANÃ , OXUMARÊ e OGUM ; QUARTA - FEIRA : XANGÔ e IANSÃ ; QUINTA - FEIRA : OXOSSI e LOGUM - NEDÉ ; SEXTA - FEIRA : OXALÁ ; SÁBADO : Yabas ; IEMANJÁ , OXUM e BEGÊS ; DOMINGO : OLORUN E TODOS OS ORIXÁS . 

QUARTO PASSO: 
O “olhador” deve fazer uma oração para “pedir licença para abrir o jogo”, saudando todos os orixás , começando com Exu e finalizando com Oxalá . 
REZA DOS BÚZIOS PELA NAÇÃO KETÔ: 
“Aduduá , dadá Orunmilá 
Babá mi alari ki Babá 
Olofumarê Babá mi 
Bakê Oshê 
Bara lonan 
Kou filé Babá mi 
Emim lo shirê Babá 
Ifá Bemim mojubaré 
Ibá Orum mojubaré 
Exu mujibá ( aqui bate o pé 3 vezes ) 
Okê Oxé 
Ifá Agô 
Ogum ê Patacori 
Jassy , jassi”. 

QUINTO PASSO: 
O “olhador deve saudar Orunmilá , o Deus supremo , levando os búzios com as mãos fechadas , saudando primeiro seu lado esquerdo , que representa os espíritos femininos , depois o direito, os espíritos masculinos atrás e no alto da cabeça , saudando os espíritos desencarnados ,e , por fim , a sua fronte, representando a saudação à vida , ao nascimento , à transformação e à renovação . 

SEXTO PASSO: 
Ao final , o consulente ( aquele para quem O “olhador” está lendo os resultados dos búzios ) deve dizer o seu nome completo e data de nascimento . Se o “olhador” estiver jogando para si mesmo , deve iniciar o jogo mentalizando diretamente suas questões . 

SÍNTESE: 
O jogo de búzios é considerado um oráculo de Ifá , que usa essas conchas como instrumentos divinos da comunicação espiritual , “falada”pelos deuses africanos e transmitidas aos homens pelos Babalaôs , Babalorixás e Yalorixás . 
Ifá não é magia . É o transmissor , o sábio dos deuses . A sua arte é considerada esotérica com codificações da vida , do dia - a -dia . 
Olorum criou os quatros elementos : a terra , a água , o fogo e o ar . Destes foram gerados os elementos , que geraram todas as coisas vivas sobre o planeta. Foram atribuídos a cada um destes elementos quatros Odus , ou seja , quatro signos interligados dos destinos : 
TERRA : Odus Irosun , Egi Laxeborá , Ika Ori e Obará , representam o caminho da tranqüilidade à riqueza; ÁGUA : Odus Egi Okô , Ossá , Egi Ologbo e Oxé , representam o caminho da dúvida ao triunfo ; 
AR : Odus Egi Onilé , Ofun , Obé Ogunda e Alafia , representam o caminho da indecisão até à paz ; 
FOGO : Odus Okaran , Odi , Owarin e Eta Ogundá , representam o caminho da insubordinação até à guerra .

AS QUALIFICAÇÕES PARA SE JOGAR OS BÚZIOS : 

Existem dez princípios essenciais e necessários para um sacerdote exercer o jogo de búzios : 
1 - Ter a mediunidade desenvolvida e respeito ao consulente . 
2 - Ter a “visão tratada”, que significa , lavar os olhos antes de cada jogada e limpar a mente de pensamentos que interfiram o jogo , levando a uma analise errônea .
3 - Ter vidência auditiva 
4 - Ter o conhecimento das caídas dos búzios e todas as suas derivações . 
5 - Ter o conhecimento intermediário de psicologia , acentuado pela pratica de aconselhar o consulente , analisando a situação como um todo . 
6 - Saber usar a tática do jogo de búzios com astúcia e domínio da situação apresentada . 
7 - Saber usar o jogo de búzios com estratégia ,a fim de possibilitar a solução dos problemas do consulente.  
8 - Saber usar a prática do jogo de búzios com influências e determinação sobre o consulente , porém , com sabedoria e perspicácia . 
9 - Saber usar a malícia que o jogo permite , a fim de desvendar os mistérios ocultos nas próprias mensagens das caídas e do consulente . 
10 - Saber , principalmente , utilizar - se bem da intuição , que é o fator imprescindível para o crescimento do sacerdote . 

O MÉTODO PELA NAÇÃO ANGOLA: 
O jogo de búzios na Angola ( jogo com 21 búzios ) ou em qualquer outra nação , tem a seguinte característica : 
Quando caírem búzios fechados , deve se pedir ao orixá que respondeu aquela caída , a confirmação da pergunta do consulente . Por exemplo , se na caída restarem 8 búzios fechados , quem respondeu foi a orixá OXUM ; 
permaneça com os búzios abertos na cesta , recolha os fechados e jogue novamente por , no máximo , três vezes com estes búzios fechados . Solicite a presença do orixá para confirmar a pergunta e faça a combinação dos que estão abertos na cesta com da nova caída . 
RESULTADOS : 
Caída de 21 búzios fechados 
Responde : OLORUN 
Caída de búzios 20 búzios abertos e 1 fechado 
Responde : EXU 
Caída de 19 búzios abertos e 2 fechados 
Responde : OBALUAIÊ 
Caída de 18 búzios abertos e 3 fechados 
Responde : EXU 
Caída de 17 búzios abertos e 4 fechados 
Responde : OXALUFÃ . É confirmação correta . 
Caída de 16 búzios abertos e 5 fechados 
Responde : EXU . Negação para pergunta . 
Caída de 15 búzios abertos e 6 fechados 
Responde : OXAGUIÃ . Confirmação para pergunta . 
Caída de 14 búzios abertos e 7 fechados 
Responde : OGUNTÁ 
Caída de 13 búzios abertos e 8 fechados 
Responde : OXUM 
Caída de 12 búzios abertos e 9 fechados 
Responde : OMULU 
Caída de 11 búzios abertos e 10 fechados 
Responde : YEMANJÁ 
Caída de 10 búzios abertos e 11 fechados 
Responde : IANSà
Caída de 9 búzios abertos e 12 fechados 
Responde : XANGÔ 
Caída de 8 búzios abertos e 13 fechados 
Responde : OXUMARÊ e OBALUAIÊ 
Caída de 7 búzios abertos e 14 fechados 
Responde : NANà
Caída de 6 búzios abertos e 15 fechados 
Responde : Todos os orixás 
Caída de 5 búzios abertos e 16 fechados 
Responde : NANà
Caída de 4 búzios abertos e 17 fechados 
Responde : Essa caída representa o jogo para o “olhador’’. Não significa jogo. 
Caída de 3 búzios abertos e 18 fechados 
Responde : NANà
Caída de 2 búzios abertos e 19 fechados 
Responde : Essa caída representa o jogo para o “olhador”. Não significa jogo . 
Caída de 1 búzio aberto e 20 fechados 
Responde : Essa caída representa o jogo para o “olhador” . Não significa jogo . 
Caída de 21 búzios abertos 
Responde : É confirmação absoluta . 


MÉTODO ALAFIA: 
O método mais simples é o jogo com quatro ( 4 ) búzios , ficando os outros doze ( 12 ) assentados no canto do pano branco perto do “olhador”. Embora seja praticamente impossível tornar-se um leitor de búzios sem a iniciação completa, até o sacerdócio, em um Terreiro ou Casa de Santo, existe uma modalidade mais simples de operar o oráculo, chamada "Jogo da Confirmação". Se alguém conseguir o jogo de 16 búzios consagrados e demais acessórios, se conseguir aprender a evocação a Exú e se quiser se arriscar na prática do incerto e duvidoso, eis a fórmula para esse tipo de sessão divinatória simplificada:

RESULTADOS : 
ALAFIA : 
Caída de 4 búzios abertos : 
Significa “SIM”, positivo , confirmação , tudo bem . Não há nenhuma margem de erro ou contrariedade para a pergunta em questão . 
ETAWA ou ORUSUN : 
Caída de 3 búzios abertos e 1 fechados 
Significa “TALVEZ”, dúvidas , dificuldades para a realização e concretização , momento de cautela , de conselhos e prudência . 
EJI ALAKETO ou MEGE
Caída de 2 búzios abertos e 2 búzios fechados : 
Significa “SIM”, tudo favorável , caminhos desobstruídos , tendências fortes ao sucesso e progresso espiritual . Geralmente , confirma a pergunta anterior . 
OKARAN ou TAUAR : 
Caída de 1 búzio aberto e 3 fechados : 
Significa “TALVEZ”, negativo , tendências fortes a inimizades , problemas pessoais que interferem atrapalhando a vida material , retrocesso espiritual . 
No lado positivo , recebimento de notícia. 
OYAKU ou AKU : 
Caída de 4 búzios fechados : 
Significa “NÃO”, com força de catástrofe , ruínas , separação , desastres , perdas em todos os sentidos . Geralmente , denota a presença de transformações radicais , como a morte . 
Além disso, este Jogo de Confirmação ou Jogo dos 04 (quatro) Búzios também é chamado de "Jogo de Exu", porque segundo alguns antigos Babalorixás, quem responde nesse jogo é Exu, pela precisão e rapidez nas respostas".

MÉTODO PELA NAÇÃO DO KETÔ: 
ODU : ONICANÇAM 
Caída de 1 búzio aberto e 15 fechados . 
Quem responde é EXU . 
O orixá estabelece a magia boa e má , a dubiedade e a certeza . 
Representa maus presságios , roubos , ambições desenfreadas , brigas , contestações , trabalhos espirituais realizados contra o consulente e prejuízos derivados de infortúnios do cotidiano . 
ODU : EDI NEGÊ 
Caída de 2 búzios abertos e 14 fechados . 
Quem responde é OBALUAIÊ . 
O orixá responde como médico , expondo simultaneamente , a presença de doenças e o fim do sofrimento . Estabelece a vivacidade do raciocínio e da inteligência , decepções amorosas e força com discernimento para desarmar os inimigos ocultos . 
ODU : OGUNDA MASSÉ 
Caída de 3 búzios abertos e 13 fechados . 
Quem responde é OGUM . 
O orixá responde com confirmação , com caminhos abertos e possibilidades de vitórias infinitas , tanto profissionais , quanto sobre adversários e invejosos . 
ODU : AGÊ MIRALÁ AGÊ 
Caída de 4 búzios abertos e 12 fechados . 
Quem responde é YEMANJÁ . 
A orixá responde como a dona da cabeça que guia os atos do consulente , prevendo mudanças profissionais e pessoais , riscos emocionais e traições . 
ODU : AXÊTURA 
Caída de 5 búzios abertos e 11 fechados . 
Respondem : OXUM e OXUMARÊ . 
Dúvida . A orixá responde emocionalmente , fertilidade e felicidade para o consulente . Estabelece , ainda , a entrada de dinheiro e triunfo na profissão escolhida . Aviso ou uma notícia inesperada pode acontecer . 
ODU : OBARA - KÊ 
Caída de 6 búzios abertos e 10 fechados . 
Quem responde é ORUNMILÁ . 
O orixá responde positivamente em questões baseadas na justiça , ordem e relacionamento . Estabelece , ainda , a presença de invejosos que podem levantar calúnias contra o consulente . DU : ONDI - CANÇAN 
Caída de 7 búzios abertos e 9 fechados . 
Respondem : OXALUFÃ ou OXAGUIÃ . 
O orixá responde que , embora , haja esperança , o sofrimento é inevitável em momentos de tristeza e angústia . Contudo , a tranqüilidade irá imperar no final . 
ODU : OGUNILÊ 
Caída de 8 búzios abertos e 8 fechados . 
Quem responde é OXALUFÁ . 
O orixá responde dando proteção espiritual ao consulente , porém , alerta-o contra problemas e doenças que o poderão atingir . Traições e pessoas vingativas estão por perto . Sugere a união do consulente às boas amizades e o controle de seu temperamento forte . Novas paixões e acidentes pequenos estão previstos . 
ODU : EXÊ OBARÁ 
Caída de 9 búzios abertos e 7 fechados . 
Quem responde é XANGÔ AIRÁ . 
O orixá responde como proteção ao consulente em questões jurídicas , que o favoreçam . Contudo , a presença de XANGÔ AGANJU , pode denota desgostos, perdas significativas , perseguições por pessoas ciumentas e invejosas , e mudança da situação social em que se encontra . 
ODU : OBATURÁ BESA 
Caída de 10 búzios abertos e 6 fechados . 
Quem responde é XANGÔ AGODÔ . 
Aqui o orixá responde com proteção jurídica , porém , o caso estará muito adiantado , pois a causa irá à presença de juizes e superiores para ser resolvida . É positivo no lado profissional do consulente, porém , há problemas de dinheiro . Sugere que o mesmo reavalie tudo o que deixou pendente . 
ODU : OULAÇAM LAACHÉ 
Caída de 11 búzios abertos e 5 fechados . 
Respondem ODÉ OXOSSI E OSSAIM 
Os orixás respondem alertados o consulente sobre traições de pessoas distantes que se aproximam , batalhas por negociações de posição profissional 
e , principalmente , muita desconfiança no ambiente em que vive . Porém , se souber tirar proveitos , poderá obter lucros. 
ODU : ORIXÁ KÊ 
Caída de 12 búzios abertos e 5 fechados . 
Quem responde é IANSÁ 
A orixá responde no tempo , definido o período em que o consulente irá se defrontar com tristezas e vitórias , traições e conquistas , paixões e indecisões, podendo ser alvo de intrigas e doenças passageiras . 
ODU: ETALÁ METALÁ 
Caída de 13 búzios abertos e 3 fechados . 
Quem responde é NANÃ BURUKU. 
A orixá responde como senhora das almas . 
Alerta contra a destruição , as doenças , as decepções e os feitiços contra o consulente . Alerta , principalmente , sobre a presença iminente da morte . 
ODU : OUDUM MIRELÊ 
Caída de 15 búzios abertos e 1 fechado . 
Respondem : OS IBEJIS . 
Os orixás respondem com surpresas , notícias que favoreçam o consulente , relacionamentos instáveis , esperanças concretizadas e amizades novas que colaboraram com o seu sucesso . 
ODU : ORÊ BABÁ - BAJÁ 
Caída de 15 búzios abertos e 1 fechado . 
Respondem : OBÁ e ALOIÁ . 
As orixás respondem com a presença da justiça a ser feita e mudanças repentinas que favoreçam o consulente . 
Porém , o fator emocional estará abalado e , consequentemente , problemas surgirão derivados deste fato , chegando a causar intrigas e desonras . 
ODU : OUTUBÊ KONTAM 
Caída de 16 búzios abertos . 
Respondem : TODOS OS ORIXÁS . 
O orixá responde com a verdade , a luminosidade , dos triunfos , dos lucros , viagens e propostas que o favorecerão . As relações emocionais estarão em estado de positividade e esplendor . Contudo , pode surgir o lado negativo , a partir do momento em que o consulente adquirir novos lucros através de herança . AGÔ ! 
O JOGO DE ODU 
Este método é mais abrangente e leva no jogo os dezesseis ( 16 ) búzios . 
RESULTADOS : 
ODU : OKARAN 
Caída de 1 búzio aberto e 15 fechados 
Responde : EXU 
Responde : “NÃO e SIM !” 
Aqui , EXU está dificultando a realização dos negócios , propiciando discussões, inimizades , provocando inveja e perturbações pessoais e emocionais de toda ordem , que ,no momento , confundem o consulente , fazendo - o abalar o meio em que vive . Problemas espirituais acentuados ,sustos , perdas , trabalhos feitos contra o consulente , aprisionamento , perigos . Porém , EXU pode responder positivamente em questões com perguntas mais precisas, pois simboliza que o orixá está presente e “de pé” ( OTUBI ) . 
ODU : EGI OKÔ 
Caídas de 2 búzios abertos e 14 fechados . 
Responde : OGUM 
Responde : “SIM !” 
OGUM sempre favorece as situações do cotidiano , contudo , com problemas iniciais . 
OGUM estabelece demandas , guerras , triunfos , porém , com inimigos ocultos . 
Este resultado indica também a necessidade de perseverança , para que o consulente sobreponha - se às provas , aos empecilhos iminentes para só depois obter os resultados concretos e esperados . 
Odu da cautela . 
ODU : ETA OGUNDÁ 
Caída de 3 búzios abertos 13 fechados . 
Responde : OBALUAIÊ . 
Responde : “NÃO !” 
OBALUAIÊ é forte e sempre responde com força e decisão para suplantar os empecilhos do dia - a - dia . Está caída denota doenças , golpes ,paixões impossíveis , dinheiro ganho através de herança , possibilidades de suicídio de alguém próximo ao consulente , tendências para obstáculos e inimigos contínuos, sugerindo , então , mais cautela neste momento e uma atenção rigorosa à saúde . 
Odu da saúde . 
ODU : YOROSUN 
Caída de 4 búzios abertos e 14 fechados . 
Responde : YEMANJÁ . 
Responde : “TALVEZ !” 
YEMANJÁ , aqui , denota calúnia , falsidade e indecisão . Um indivíduo desconfiado e falso próximo ao consulente , provoca surpresas desfavoráveis . 
Indecisão e intrigas estão rodando - o , fazendo com perca oportunidades pessoais quase concretizadas . Contudo , a força positiva de YEMANJÁ equilibra o lado profissional . 
Odu da indecisão , da família . 
ODU : OXÉ 
Caída de 5 búzios abertos e 11 fechados . 
Responde : OXUM . 
Responde : “SIM !” 
OXUM sempre favorece as relações , mas somente depois de algum sofrimento , lágrimas e angústia . A abundância estará em tudo o que o consulente procurar realizar , propiciando momentos bons para novos negócios , desde que corretos e justos . As ilusões podem ser constantes . Saúde instável e notícias inesperadas . 
Odu da felicidade , da bênção e da fama . 
ODU : OBARÁ 
Caída de 6 búzios abertos e 10 fechados . 
Respondem : OXOSSI e LOGUM - NEDÉ 
Responde : “SIM !” 
OXOSSI e LOGUM - NEDÉ unidos , sempre indicam o caminho mais exato , o mais direto , sem indecisões , indo em busca daquilo que deseja . Expressa o apoio de sua força , colocando ao lado do consulente amigos ou parentes que possam auxilia - lo neste momento . 
Odu da sorte e da riqueza . 
ODU : ODI 
Caída de 7 búzios abertos e 9 fechados . 
Responde : OMULU ou OXALÁ . 
Responde : “NÃO !” 
Representa os prazeres , as possibilidades de viagens , a ambição que desenvolve a vida profissional , levando - a desfechos que elevarão a situação atual do consulente . Deve controlar a ansiedade e ater - se a problemas de saúde que , aparentemente , pareçam banais . 
Odu de maior força negativa , acarreta misérias e infortúnios graves . 
ODU : EGI ONILÉ 
Caída de 8 búzios abertos e 8 fechados . 
Responde : OXAGUIÃ . 
Responde : “NÃO e SIM !” 
Proteção espiritual , força e honestidade são aspectos positivos desta caída , que promove a construção e a elevação pessoal e profissional , harmonizando e tranqüilizando . No sentido negativo , sugere ao consulente que refreie as suas paixões , a voluptuosidade , o ciúmes e o desejo de vingança . 
Odu do engano , da traição e da mentira . 
ODU ; OSSÁ 
Caída de 9 búzios abertos e7 fechados . 
Responde : YEMANJÁ . 
Responde : “TALVEZ !” 
Está caída denota força de vontade para o consulente conseguir o que procura , pois , tem poder de ação pouco desenvolvido para continuar na estrada . É preciso controlar o autoritarismo para não sofrer privações e desgostos por conseqüências de seus atos . Relacionamentos frágeis , baseados na profissão em breve . 
Odu do início e das viagens que propiciam as mudanças . 
ODU : OFUN
Caída de 10 búzios abertos e 6 fechados . 
Responde : OXALUFÃ . 
Responde : “SIM !” 
OXALUFÃ sempre permite a entrada da luz , da resolução dos problemas, da bondade e de toda a realização que esteja em comum acordo com estes propósitos . Não adianta querer enganar ou “montar” um outro caminho . Sugere ao consulente permanecer onde está . Sensibilidade na região do rosto , garganta , nariz e olhos . Relacionamentos pessoais e profissionais tranqüilos e sem interferências . 
Odu da teimosia , porém , munida de sorte . 
ODU : OWARIN 
Caída de 11 búzios abertos e 5 fechados . 
Responde : IANSÃ . 
Responde : “TALVEZ !” 
YANSÃ sempre responde positivamente , dando , neste caso , dubiedade às questões . Para confundir o consulente , insinua desuniões , conflitos e inimigos gerados , muitas vezes , por forças ocultas . Sensibilidade na saúde . A força de YANSÃ interfere espiritualmente , protegendo o dia - a - dia do consulente e sugerindo perspectivas de resultados favoráveis . 
Odu do progresso , porém , com grandes problemas iniciais . 
ODU : EGI LAXEBORÁ 
Caída de 12 búzios abertos e 4 fechados . 
Responde : XANGÔ . 
Responde : “SIM !” 
A força da justiça de XANGÔ favorece o consulente dando - lhe esclarecimentos sobre negócios pendentes , facilitando os negócios ou as transações , desde que estejam de acordo com a verdade e todos tirem proveito dos resultados . Emocionalmente , não admite e nem favorece nenhum tipo de traição . 
Odu dos problemas e discórdias que geram os atrasos pessoais e profissionais . 
ODU : EGI OLOGBON 
Caída de 13 búzios abertos e 3 fechados . 
Responde : NANÃ e OBALUAIÊ . 
Responde : “SIM e NÃO !” 
Superação de todas as dificuldades apresentadas . Sorte nas relações emocionais e profissionais . Porém , está caída significa transformação com o poder de renovação , com mudanças radicais na vida do consulente . A saúde precisa ser melhor administrada , principalmente os cuidados diários que parecem insignificantes , dando atenção especial ao desgaste desnecessário de energias vitais . 
Odu das dificuldades,da presença da morte e das paixões obsessivas . 
ODU : IKÁ ORI 
Caída de 14 búzios abertos e 2 fechados . 
Responde : OXUMARÊ e OSSAIM . 
Responde : “TALVEZ !” 
OXUMARÊ sempre responde com fertilidade e dubiamente : em negócios estará favorecendo o consulente com a riqueza e a sorte ; 
emocionalmente , representa uma forte instabilidade nas relações , não conseguindo unificar a sua predisposição para dois amores e duas situações simultâneas . Indica também traição emocional , devendo evitar , neste momento, qualquer tipo de união ou sociedade . 
Odu das vitórias sobre as demandas alheias . 
ODU : OBE OGUNDÁ . 
Caída de15 búzios abertos e 1 fechado 
Responde : OBÁ e EWÁ . 
Responde : “TALVEZ !” 
Existe uma grande probalidade de conseguir o empreendido , pois EWÁ representa a força , a determinação , a iniciativa e a coragem real , que detém todo o poder para alcançar os objetivos . Tudo o que estiver no início terá perspectivas grandes sucesso . 
Contudo , a presença de OBÁ pode propiciar disputas e imprevistos com poucas chances de êxito , caso o negócio em questão já esteja em andamento . 
Aqui , simbolicamente , o orixá EXU aparece solicitando oferendas ( OBUKÓ ). 
Odu dos empecilhos confusos e das dificuldades de conclusão . 
ODU : ALAFIA 
Caídas de 16 búzios abertos 
Responde : ORUNMILÁ . 
Responde : “SIM , COM CERTEZA !” 
Significa a luz , a força e a verdade ao lado do consulente para todo e qualquer tipo de resolução e decisão que precisa tomar . O cuidado , aqui , está apenas na orientação e apoio daqueles que estão ao seu redor saiba avaliar bem as intenções . 
Odu da felicidade e da sorte pura , que gera somente triunfos . 
CAÍDA DE 16 BÚZIOS FECHADOS .
SOLICITA - SE A IFÁ UMA NOVA JOGADA A FIM DE QUE SE COMPROVE O INTETO . 
SEM RESPOSTAS .