Nome de um rio em Oxogbô, região da Nigéria, em Ijexá. É ele considerado a morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação entre rios e Orixás femininos da mitologia africana, Oxum é destacada como a dona da água doce e, por extensão, de todos os rios. Portanto seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, a água semiparada das lagoas não pantanosas, pois as predominantemente lodosas são destinadas à Nanã e, principalmente as cachoeiras são de Oxum, onde costumam ser-lhe entregues as comidas rituais votivas e presentes de seus filhos-de-santo.
Oxum domina os rios e as cachoeiras, imagens cristalinas de sua influência: atrás de uma superfície aparentemente calma podem existir fortes correntes e cavernas profundas.
Oxum é conhecida por sua delicadeza. As lendas adornam-na com ricas vestes e objetos de uso pessoal Orixá feminino, onde sua imagem é quase sempre associada a maternidade, sendo comum ser invocada com a expressão "Mamãe Oxum". Gosta de usar colares, jóias, tudo relacionado à vaidade, perfumes, etc.
Filha predileta de Oxalá e Yemanjá. Nos mitos, ela foi casada com Oxossi, a quem engana, com Xangô, com ogum, de quem sofria maus tratos e xangô a salva.
Seduz Obaluaiê, que fica perdidamente apaixonado, obtendo dele, assim, que afaste a peste do reino de Xangô. Mas Oxum é considerada unanimente como uma das esposas de xangô e rival de Iansã e Obá.
Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro (na África seu metal era o cobre), riqueza e do amor, foi rainha em Oyó, sendo a sua preferida pela jovialidade e beleza.
À Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem. A maternidade é sua grande força, tanto que quando uma mulher tem dificuldade para engravidar, é à Oxum que se pede ajuda. Oxum é essencialmente o Orixá das mulheres, preside a menstruação, a gravidez e o parto. Desempenha importante função nos ritos de iniciação, que são a gestação e o nascimento. Orixá da maternidade, ama as crianças, protege a vida e tem funções de cura.
Oxum mostrou que a menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e de inferioridade nas mulheres, pelo contrário proclama a realidade do poder feminino, a possibilidade de gerar filhos.
Fecundidade e fertilidade são por extensão, abundância e fartura e num sentido mais amplo, a fertilidade irá atuar no campo das idéias, despertando a criatividade do ser humano, que possibilitará o seu desenvolvimento. Oxum é o orixá da riqueza - dona do ouro, fruto das entranhas da terra. É alegre, risonha, cheia de dengos, inteligente, mulher-menina que brinca de boneca, e mulher-sábia, generosa e compassiva, nunca se enfurecendo. Elegante, cheia de jóias, é a rainha que nada recusa, tudo dá. Tem o título de iyalodê entre os povos iorubá: aquela que comanda as mulheres na cidade, arbitra litígios e é responsável pela boa ordem na feira.
Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação até o momento do parto, onde Iemanjá ampara a cabeça da criança e a entrega aos seus Pais e Mães de cabeça. Oxum continua ainda zelando pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar.
É o orixá do amor, Oxum é doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do seu mel, seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo perfumes e belos artefatos, tudo para satisfazer sua vaidade. Na mitologia dos orixás ela se apresenta com características específicas, que a tornam bastante popular nos cultos de origem negra e também nas manifestações artísticas sobre essa religiosidade. O orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para conquistar os prazeres da vida e realizar proezas diversas. Amante da fortuna, do esplendor e do poder, Oxum não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que através de atos extremos contra quem está em seu caminho. Ela lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Seu maior desejo, no entanto é ser amada, o que a faz correr grandes riscos, assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este orixá é tanto uma brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a frágil e sensual ninfa amorosa. Determinação, malícia para ludibriar os inimigos, ternura para com seus queridos, Oxum é, sobretudo a deusa do amor.
O Orixá amante ataca as concorrentes, para que não roubem sua cena, pois ela deve ser a única capaz de centralizar as atenções. Na arte da sedução não pode haver ninguém superior a Oxum. No entanto ela se entrega por completo quando perdidamente apaixonada afinal o romantismo é outra marca sua. Da África tribal à sociedade urbana brasileira, a musa que dança nos terreiros de espelho em punho para refletir sua beleza estonteante é tão amada quanto à divina mãe que concede a valiosa fertilidade e se doa por seus filhos. Por todos seus atributos a belíssima Oxum não poderia ser menos admirada e amada, não por acaso a cor dela é o reluzente amarelo ouro, pois como cantou Caetano Veloso, “gente é pra brilhar”, mas Oxum é o próprio brilho em orixá.
A face de Oxum é esperada ansiosamente por sua mãe, que para engravidar leva ebó (oferenda) ao rio. E tal desespero não é o de Iemanjá ao ver sua filhinha sangrar logo após nascer. Para curá-la a mãe mobiliza Ogum, que recorre ao curandeiro Ossãe, afinal a primeira e tão querida filha de Iemanjá não podia morrer. Filha mimada, Oxum é guardada por Orumilá, que a cria.
Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Iemanjá é a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas – mas nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá (sendo a segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã), não é jovem. É a que tenta manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades contrastantes, é a que chora, pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar básica.
Para Oxum, então, foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo em que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês.Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus domínios, a atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do panteão místico Iorubano.
Sua busca de prazer implica sexo e também ausência de conflitos abertos – é dos poucos Orixás Iorubas que absolutamente não gosta da guerra.
Tudo que sai da boca dos filhos da Oxum deve ser levado em conta, pois eles têm o poder da palavra, ensinando feitiços ou revelando presságios.
Desempenha importante papel no jogo de búzios, pois à ela quem formula as perguntas que Exú responde.
No Candomblé, quando Oxum dança traz na mão uma espada e um espelho, revelando-se em sua condição de guerreira da sedução. Ela se banha no rio, penteia seus cabelos, põe suas jóias e pulseiras, tudo isso num movimento lânguido e provocante
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Ora iê iê ô !!!
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Sou metal, raio, relâmpago e trovão !!!
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segunda-feira, dezembro 08, 2008
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Eparrei Iansã !!!
FESTA DE SANTA BÁRBARA - IANSÃ
A religiosidade do povo baiano deveria servir de exemplo de tolerância ao mundo. Em que lugar do planeta uma santa católica comunga a mesma identidade de uma entidade essencialmente africana? É assim, no dia 4 de dezembro, que católicos, adeptos do candomblé, umbanda e outras religiões celebram Santa Bárbara e Iansã numa das festas mais disputadas do calendário religioso de Salvador. Iniciada, como em outras festividades religiosas, com uma alvorada de fogos às 5 horas da manhã, acontece na Igreja de Nossa senhora do Rosário dos Pretos uma missa às 7 horas. Devido ao numeroso público, é realizada também uma missa campal. Finalizando os festejos, a imagem de Santa Bárbara deixa a igreja seguindo em procissão até o quartel de bombeiros na Barroquinha, onde faz uma parada para seguir adiante até o Mercado de Santa Bárbara onde é servido um caruru para a população. O caruru de Santa Bárbara é realizado em diversas localidades da Cidade, alguns batem recorde na quantidade de quiabos anualmente. A devoção à Santa Bárbara, padroeira dos bombeiros, enche as ruas de vermelho, incendiando as ruas com fé, regada a muita cerveja.
FÉ QUE DESABROCHOU QUAL FLOR – Por Gloria Kaiser
Bárbara sabia que seu pai jamais admitiria uma cristã em sua casa, mas não temia mais a sua ira; ela confiava no "Pai Nosso". E para que seu pai, ao voltar, pudesse identificar de longe que sua filha tornara-se cristã durante a sua ausência, ela mandou abrir uma terceira janela na torre.
Maximino Dióscoro enfureceu-se de raiva e decepção. Somente neste momento ele reconheceu que havia colocado dentro de sua casa uma cristã, Lydia. Que havia se concentrado apenas no seu perfeito conhecimento de grego quando a escolheu, e que não havia se dado conta de que ela vinha da cidade em que Paulo de Tarso havia traduzido para o grego As Visões de Jesus. Saulo/Paulo era o "perigoso" propagador do cristianismo.
No auge de sua ira, Dióscoro quis mandar matar Lydia, mas esta conseguiu fugir. Bárbara igualmente tentou fugir, mas foi encontrada pelos servidores de seu pai e levada a julgamento. Foi-lhe dada a oportunidade de negar ser seguidora da nova religião, o que ela não fez. Foi então, torturada, tocada nua pelas ruas, blasfemada e teve seu corpo cruelmente mutilado.
Bárbara, entretanto, resistiu a todos os ferimentos; a limitação da torre, e a autoridade de seu pai não contavam mais; as dores físicas não contavam mais, pois o seu espírito, o seu horizonte havia se expandido, ela passara a viver na firme convicção daquele amor com o qual o trino Deus a nutria e fortalecia. Somente o seu corpo estremecera; o seu interior permanecera inatingível aos seus executores. Quando, finalmente, não aceitou se reconverter aos deuses gregos, apesar de todas as torturas sofridas, ela foi condenada à morte.
Em Izmit, porém, não se encontrou um único verdugo pronto a executar a pena de morte, pois secretamente muitas pessoas já haviam se tornado seguidoras da nova "religião do amor". O juiz determinou que Maximino Dióscoro, o próprio pai, executasse a pena. Após a publicação da sentença, Bárbara foi mantida presa numa cela por mais 20 dias; uma última oportunidade concedida pelo juiz para que negasse a nova religiao, para que se reconvertesse.
Ao ser conduzida pelo pátio da prisão, Bárbara viu os ramos pendentes de uma cerejeira e pediu ao guarda que lhe apanhasse alguns dos ramos. Levou os ramos consigo para a cela, onde, então, se prepararia para a sua derradeira hora. Bárbara orou, falou com anjos, com seres divinos que acreditava perceber em sua cela. E no vigésimo dia, no dia em que seria levada ao cadafalso, os botões dos ramos da cerejeira desabrocharam: o céu enviara o seu sinal a Bárbara! Ela havia escolhido o caminho certo, havia conseguido libertar-se do poder de seu pai através da força adquirida na nova religião, e a sua liberdade interior havia desabrochado.
Bárbara não olhou para seu pai quando posicionou a cabeça sobre o cadafalso para a execução. Manteve-se calma e deixou-se ser amarrada. Agora Maximino Dióscoro, o pai, podia exercer todo o seu poder sobre sua filha Bárbara, e assim consumou a pena. No momento em que a cabeça de sua filha separou-se do corpo, no entanto, um raio atingiu Maximino Dióscoro matando-o instantaneamente.
As pessoas que levam ramos de cerejeiras à igreja pedem a Bárbara que lhes indique um caminho que as liberte da limitação e do isolamento; Pedem ajuda para encontrar um novo começo. Rezam para que os botões dos ramos de cerejeira abram em flor, apesar de ainda ser dezembro na Europa, de os dias ainda estarem curtos e escuros, e de a natureza ainda mostrar-se enrijecida de frio. No silêncio das semanas de advento, as pessoas conduzem o olhar para dentro de si, oram e pedem pela luz que lhes ilumine a vida, que lhes aponte o seu próprio caminho para a liberdade. E através de sua fé em Santa Bárbara, os botões desabrocharão, e o novo, a brancura da floração da cerejeira, iluminará a neblina, a escuridão.
Geralmente Bárbara é representada por uma torre com três janelinhas, que simboliza a reconciliação e a renovação da vida. É a padroeira dos montanhistas, geólogos, arquitetos e artilheiros, dos bombeiros e dos presidiários. Ela também é reverenciada como a padroeira dos moribundos, pois lhes tiraria o medo de morrer - virão anjos que aplacarão as dores da morte.
A Igreja dos Romeiros em Eibingen, na região do Rheingau, na Alemanha, guarda uma relíquia de Santa Bárbara.
Fonte: A Tarde, 01.12.2007, Cultural, p.11, Gloria Kaiser
LENDA DE IANSÃ por Luiz Carlos Pereira
Oxaguiã em certa ocasião decretou guerra a todos seus inimigos. Como eram muitos, precisava de muitas armas. Pediu a Ogum que as forjasse, delas dependeria sua vitória ou derrota. O ferreiro se pôs a trabalhar com sofreguidão, mas tantos eram os armamentos necessários que sua forja já não dava conta. Iansã, sua mulher na época, ofereceu ajuda e começou a soprar a forja para que o fogo se avivasse e Ogum pudesse continuar seu trabalho. Esse esforço conjunto fez com que as encomendas saíssem à perfeição e assim a guerra foi ganha. Oxaguiã, contente e agradecido, resolveu fazer uma visita ao casal reconhecendo o valor do trabalho feito por eles. Ao conhecer a bela mulher ficou totalmente apaixonado e tudo fez para que ela o acompanhasse. As belas e encantadoras promessas feitas em sussurros encantaram Iansã e ela se foi com o rei para seu castelo deixando Ogum desanimado e tristonho. Anos mais tarde nova guerra foi decretada. Oxaguiã correu a casa do ferreiro para fazer nova encomenda, conhecia e respeitava o trabalho de Ogum, este, porém o recebeu friamente dizendo que desta vez já não contava com o valioso sopro de Iansã o que deixava sua forja fria para o feitio de tantas armas. O rei garantiu-lhe que teria o sopro necessário. Chegando ao seu reino ordenou à mulher que ajudasse Ogum, mas teria que ser dali, não poderia voltar ao velho lar. Depois de muito pensar no que fazer, Iansã sentou-se em frente a uma janela da torre mais alta da construção e começou a soprar. Primeiro em pequenas baforadas que apenas faziam brisa. A casa do ferreiro ficava do outro lado da terra e o sopro a ser enviado tinha que ser mais forte. Concentrando-se em sua tarefa, puxava o ar e o soltava cada vez com maior ímpeto. Em pouco tempo o sopro transformou-se em vento que balançava as folhas das árvores. Ao cair da tarde transformara-se em um tufão que varria todos os campos e terras por onde passava e chegava à forja de Ogum com a força necessária para avivar o fogo tão necessário. Reconhecendo o esforço da mulher querida, ele se pos a trabalhar com afinco. Pelas cidades onde os ventos passavam todos habitantes prostravam-se em terra para louvar a tempestade da bela Oyá. Foi assim que Oxaguiã venceu a guerra novamente, usando o trabalho do casal que ele separara. Ainda hoje, quando há missões especiais, Ogum se põe em frente à forja e Iansã de sua torre sopra com energia. Separados por quilômetros de terra, encontram-se a força e a tempestade!
Fonte:http://pt.shvoong.com/humanities/religious-studies/1679573-lenda-ians%C3%A3/
A religiosidade do povo baiano deveria servir de exemplo de tolerância ao mundo. Em que lugar do planeta uma santa católica comunga a mesma identidade de uma entidade essencialmente africana? É assim, no dia 4 de dezembro, que católicos, adeptos do candomblé, umbanda e outras religiões celebram Santa Bárbara e Iansã numa das festas mais disputadas do calendário religioso de Salvador. Iniciada, como em outras festividades religiosas, com uma alvorada de fogos às 5 horas da manhã, acontece na Igreja de Nossa senhora do Rosário dos Pretos uma missa às 7 horas. Devido ao numeroso público, é realizada também uma missa campal. Finalizando os festejos, a imagem de Santa Bárbara deixa a igreja seguindo em procissão até o quartel de bombeiros na Barroquinha, onde faz uma parada para seguir adiante até o Mercado de Santa Bárbara onde é servido um caruru para a população. O caruru de Santa Bárbara é realizado em diversas localidades da Cidade, alguns batem recorde na quantidade de quiabos anualmente. A devoção à Santa Bárbara, padroeira dos bombeiros, enche as ruas de vermelho, incendiando as ruas com fé, regada a muita cerveja.
FÉ QUE DESABROCHOU QUAL FLOR – Por Gloria Kaiser
Bárbara sabia que seu pai jamais admitiria uma cristã em sua casa, mas não temia mais a sua ira; ela confiava no "Pai Nosso". E para que seu pai, ao voltar, pudesse identificar de longe que sua filha tornara-se cristã durante a sua ausência, ela mandou abrir uma terceira janela na torre.
Maximino Dióscoro enfureceu-se de raiva e decepção. Somente neste momento ele reconheceu que havia colocado dentro de sua casa uma cristã, Lydia. Que havia se concentrado apenas no seu perfeito conhecimento de grego quando a escolheu, e que não havia se dado conta de que ela vinha da cidade em que Paulo de Tarso havia traduzido para o grego As Visões de Jesus. Saulo/Paulo era o "perigoso" propagador do cristianismo.
No auge de sua ira, Dióscoro quis mandar matar Lydia, mas esta conseguiu fugir. Bárbara igualmente tentou fugir, mas foi encontrada pelos servidores de seu pai e levada a julgamento. Foi-lhe dada a oportunidade de negar ser seguidora da nova religião, o que ela não fez. Foi então, torturada, tocada nua pelas ruas, blasfemada e teve seu corpo cruelmente mutilado.
Bárbara, entretanto, resistiu a todos os ferimentos; a limitação da torre, e a autoridade de seu pai não contavam mais; as dores físicas não contavam mais, pois o seu espírito, o seu horizonte havia se expandido, ela passara a viver na firme convicção daquele amor com o qual o trino Deus a nutria e fortalecia. Somente o seu corpo estremecera; o seu interior permanecera inatingível aos seus executores. Quando, finalmente, não aceitou se reconverter aos deuses gregos, apesar de todas as torturas sofridas, ela foi condenada à morte.
Em Izmit, porém, não se encontrou um único verdugo pronto a executar a pena de morte, pois secretamente muitas pessoas já haviam se tornado seguidoras da nova "religião do amor". O juiz determinou que Maximino Dióscoro, o próprio pai, executasse a pena. Após a publicação da sentença, Bárbara foi mantida presa numa cela por mais 20 dias; uma última oportunidade concedida pelo juiz para que negasse a nova religiao, para que se reconvertesse.
Ao ser conduzida pelo pátio da prisão, Bárbara viu os ramos pendentes de uma cerejeira e pediu ao guarda que lhe apanhasse alguns dos ramos. Levou os ramos consigo para a cela, onde, então, se prepararia para a sua derradeira hora. Bárbara orou, falou com anjos, com seres divinos que acreditava perceber em sua cela. E no vigésimo dia, no dia em que seria levada ao cadafalso, os botões dos ramos da cerejeira desabrocharam: o céu enviara o seu sinal a Bárbara! Ela havia escolhido o caminho certo, havia conseguido libertar-se do poder de seu pai através da força adquirida na nova religião, e a sua liberdade interior havia desabrochado.
Bárbara não olhou para seu pai quando posicionou a cabeça sobre o cadafalso para a execução. Manteve-se calma e deixou-se ser amarrada. Agora Maximino Dióscoro, o pai, podia exercer todo o seu poder sobre sua filha Bárbara, e assim consumou a pena. No momento em que a cabeça de sua filha separou-se do corpo, no entanto, um raio atingiu Maximino Dióscoro matando-o instantaneamente.
As pessoas que levam ramos de cerejeiras à igreja pedem a Bárbara que lhes indique um caminho que as liberte da limitação e do isolamento; Pedem ajuda para encontrar um novo começo. Rezam para que os botões dos ramos de cerejeira abram em flor, apesar de ainda ser dezembro na Europa, de os dias ainda estarem curtos e escuros, e de a natureza ainda mostrar-se enrijecida de frio. No silêncio das semanas de advento, as pessoas conduzem o olhar para dentro de si, oram e pedem pela luz que lhes ilumine a vida, que lhes aponte o seu próprio caminho para a liberdade. E através de sua fé em Santa Bárbara, os botões desabrocharão, e o novo, a brancura da floração da cerejeira, iluminará a neblina, a escuridão.
Geralmente Bárbara é representada por uma torre com três janelinhas, que simboliza a reconciliação e a renovação da vida. É a padroeira dos montanhistas, geólogos, arquitetos e artilheiros, dos bombeiros e dos presidiários. Ela também é reverenciada como a padroeira dos moribundos, pois lhes tiraria o medo de morrer - virão anjos que aplacarão as dores da morte.
A Igreja dos Romeiros em Eibingen, na região do Rheingau, na Alemanha, guarda uma relíquia de Santa Bárbara.
Fonte: A Tarde, 01.12.2007, Cultural, p.11, Gloria Kaiser
LENDA DE IANSÃ por Luiz Carlos Pereira
Oxaguiã em certa ocasião decretou guerra a todos seus inimigos. Como eram muitos, precisava de muitas armas. Pediu a Ogum que as forjasse, delas dependeria sua vitória ou derrota. O ferreiro se pôs a trabalhar com sofreguidão, mas tantos eram os armamentos necessários que sua forja já não dava conta. Iansã, sua mulher na época, ofereceu ajuda e começou a soprar a forja para que o fogo se avivasse e Ogum pudesse continuar seu trabalho. Esse esforço conjunto fez com que as encomendas saíssem à perfeição e assim a guerra foi ganha. Oxaguiã, contente e agradecido, resolveu fazer uma visita ao casal reconhecendo o valor do trabalho feito por eles. Ao conhecer a bela mulher ficou totalmente apaixonado e tudo fez para que ela o acompanhasse. As belas e encantadoras promessas feitas em sussurros encantaram Iansã e ela se foi com o rei para seu castelo deixando Ogum desanimado e tristonho. Anos mais tarde nova guerra foi decretada. Oxaguiã correu a casa do ferreiro para fazer nova encomenda, conhecia e respeitava o trabalho de Ogum, este, porém o recebeu friamente dizendo que desta vez já não contava com o valioso sopro de Iansã o que deixava sua forja fria para o feitio de tantas armas. O rei garantiu-lhe que teria o sopro necessário. Chegando ao seu reino ordenou à mulher que ajudasse Ogum, mas teria que ser dali, não poderia voltar ao velho lar. Depois de muito pensar no que fazer, Iansã sentou-se em frente a uma janela da torre mais alta da construção e começou a soprar. Primeiro em pequenas baforadas que apenas faziam brisa. A casa do ferreiro ficava do outro lado da terra e o sopro a ser enviado tinha que ser mais forte. Concentrando-se em sua tarefa, puxava o ar e o soltava cada vez com maior ímpeto. Em pouco tempo o sopro transformou-se em vento que balançava as folhas das árvores. Ao cair da tarde transformara-se em um tufão que varria todos os campos e terras por onde passava e chegava à forja de Ogum com a força necessária para avivar o fogo tão necessário. Reconhecendo o esforço da mulher querida, ele se pos a trabalhar com afinco. Pelas cidades onde os ventos passavam todos habitantes prostravam-se em terra para louvar a tempestade da bela Oyá. Foi assim que Oxaguiã venceu a guerra novamente, usando o trabalho do casal que ele separara. Ainda hoje, quando há missões especiais, Ogum se põe em frente à forja e Iansã de sua torre sopra com energia. Separados por quilômetros de terra, encontram-se a força e a tempestade!
Fonte:http://pt.shvoong.com/humanities/religious-studies/1679573-lenda-ians%C3%A3/
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Sou metal, raio, relâmpago e trovão !!!
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quarta-feira, dezembro 03, 2008
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Eparrei Iansã
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Samba !!!
Patrimônio Imaterial
O Samba de Roda no Recôncavo Baiano, é uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba se evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.
Origens
O samba teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos. Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original. Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social.
O Samba de Roda no Recôncavo Baiano, é uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba se evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.
Origens
O samba teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos. Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original. Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social.
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terça-feira, dezembro 02, 2008
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Viva o dia do Samba
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Comer bola de fogo !!!
Acarajé, comida ritual da orixá Iansã. Na África, é chamado de àkàrà que significa bola de fogo, enquanto je possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”.
O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas, Oxum e Iansã. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo.
O acarajé é feito com feijão-fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal.
O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa está no ponto, fica com a aparência de espuma. Para fritar, use uma panela funda com bastante azeite-de-dendê ou azeite doce.
Normalmente usam-se duas colheres para fritar, uma colher para pegar a massa e uma colher de pau para moldar os bolinhos. O azeite deve estar bem quente antes de colocar o primeiro acarajé para fritar.
Esse primeiro acarajé sempre é oferecido a Exu pela primazia que tem no candomblé. Os seguintes são fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos.
"A arte culinária na Bahia, de 1916, conta, na primeira descrição etnográfica do acarajé, que "no início, o feijão fradinho era ralado na pedra, de 50 cm de comprimento por 23 de largura, tendo cerca de 10 cm de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, impelido para frente e para trás, sobre a pedra, na atitude de quem mói, triturava facilmente o milho, o feijão, o arroz".
Manuel Querino
O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas, Oxum e Iansã. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo.
O acarajé é feito com feijão-fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal.
O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa está no ponto, fica com a aparência de espuma. Para fritar, use uma panela funda com bastante azeite-de-dendê ou azeite doce.
Normalmente usam-se duas colheres para fritar, uma colher para pegar a massa e uma colher de pau para moldar os bolinhos. O azeite deve estar bem quente antes de colocar o primeiro acarajé para fritar.
Esse primeiro acarajé sempre é oferecido a Exu pela primazia que tem no candomblé. Os seguintes são fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos.
"A arte culinária na Bahia, de 1916, conta, na primeira descrição etnográfica do acarajé, que "no início, o feijão fradinho era ralado na pedra, de 50 cm de comprimento por 23 de largura, tendo cerca de 10 cm de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, impelido para frente e para trás, sobre a pedra, na atitude de quem mói, triturava facilmente o milho, o feijão, o arroz".
Manuel Querino
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Sou metal, raio, relâmpago e trovão !!!
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quarta-feira, novembro 26, 2008
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Acarajé
Acarajé
Originado nos cultos de candomblé, onde servia como uma oferenda a Iansã, rainha dos raios e dos ventos, o acarajé tem mais de 300 anos de existência. Ao longo desse período, uma série de mudanças ocorreu: a receita já não leva apenas o tradicional bolinho de feijão; a vestimenta branca, a saia rodada e a bata que caracterizam a vestimenta da baiana foram substituídas por outras roupas; e a preparação do quitute – até então restrita às mulheres – passou também a ser feita por homens.
Além disso, o acarajé deixou de ser encontrado somente no tabuleiro da baiana e, hoje, pode ser comprado em delicatessens e restaurantes. Outra transformação, esta mais recente, é a venda da iguaria por pessoas de outras religiões, além do candomblé. Os evangélicos, por exemplo, chamam a iguaria de “bolinho de Jesus”, e alguns deles se recusam a vestir o traje de baiana. Essas mudanças fazem com que o acarajé perca a identidade?
O assunto é polêmico e divide opiniões, mas, para a antropóloga Gerlaine Martini, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), sim. O assunto fez parte da sua tese de doutorado defendida em julho de 2007. Intitulado Baianas do Acarajé – A uniformização do típico em uma tradição culinária afro-brasileira, a autora analisou as transformações sofridas por suas formas tradicionais de venda a partir do século XX.
Além da busca pela natureza e a importância da atividade da venda de acarajé em Salvador, o trabalho tem como cerne o surgimento do chamado “acarajé de Jesus”, prática bastante recente da venda de acarajé por baianas convertidas ao protestantismo, principalmente o neopentecostal, que almejava se desvincular totalmente da tradição.
Religião – “Percebemos uma forte mudança na tradição quando adeptas do candomblé se tornam protestantes. Mesmo professando uma nova crença, desejam manter sua fonte de renda. Para isso, decidem retirar todos os signos que liguem o quitute à religião africana, como a roupa branca, o turbante e as contas no pescoço. Desfiguram o ofício ao querer que o acarajé seja visto não como uma oferenda, mas apenas como uma refeição”, explica a antropóloga brasiliense.
Para realizar o trabalho, Gerlaine Martini residiu no terreiro Ilê Odô Ogê – Pilão de Prata, localizado na Boca do Rio, e permaneceu um período no Pelourinho, onde se encontra a sede da Associação das Baianas do Acarajé e Mingau (Abam). “Também procurei visitar diversos bairros, as festas de largo e busquei inclusive os tabuleiros dos considerados evangélicos. Observei o cotidiano de venda nos pontos, desde os de menores recursos até os mais consagrados pela opinião popular”, relata.
Na opinião da antropóloga, além da venda do acarajé por pessoas de diferentes religiões, outra mudança que descaracteriza o quitute é a venda do produto fora dos tabuleiros.
“A existência do tabuleiro e o fato de ser preparado na rua são tradições que devem ser respeitadas. Isso precisa ser preservado, e deixa de ser quando o acarajé passa a ser vendido em restaurantes e delicatessens”, diz.
Para a presidente da Abam, Maria Leda Marques, o crescimento indiscriminado da venda de acarajés em Salvador, seja por estabelecimentos ou por adeptos de outras religiões, é um dos fatores que podem levar a uma possível perda de identidade.
“Há pessoas vendendo o acarajé sem nenhum compromisso com a nossa história, com a cultura, e é preciso preservá-la independentemente da religião. É preciso saber conviver com as diferenças, mas respeitando o lado cultural”, afirma.
Maria Leda critica a postura adotada por algumas vendedoras de acarajé evangélicas que chamam a iguaria de “bolinho de Jesus” e se recusam a se trajar de baiana. “Eu desconheço que, em algum momento na história, Jesus Cristo tenha comido acarajé para que eles chamem de o bolinho de Jesus. O acarajé, até hoje, é uma oferenda a Iansã, pertence e sempre pertenceu aos orixás. Não podemos e nem queremos impedir quem quer que seja de vender acarajé. O que pedimos é que respeitem a história”, exige.
Segundo ela, mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado pelas baianas tradicionais uma comida sagrada. “Apesar de todas essas mudanças, para as baianas legítimas, o bolinho de feijão-fradinho frito no azeite de dendê não pode ser dissociado do candomblé. Daí a importância de se manter a receita e lutar para que essa tradição seja passada de pais para filhos”.
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quarta-feira, novembro 26, 2008
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Jornal A TARDE
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
No tabuleiro da baiana tem...
A origem das baianas remonta ao período da Colônia, quando as negras de ganho percorriam as ruas da cidade com tabuleiros equilibrados sobre a cabeça vendendo comida. No tabuleiro, estavam as iguarias dos orixás, acarajé, vatapá, abará, que as filhas de santo comercializavam como obrigação do Candomblé. Só as iniciadas podiam vender o acarajé. Para isso vestiam bata e saia rendada brancas, colocavam o torso, o pano da costa, as pulseiras, balangandãs e colares na cor do seu orixá.
As africanas vendedoras de comida foram as primeiras baianas que Salvador conheceu ainda na época da colônia. Alforriadas ou escravas de ganho, elas vendiam de porta em porta, beijus, cuzcuz, bolinhos e outras iguarias da culinária afro-baiana. Saiam impecavelmente vestidas com batas, saias brancas, torso e pano da costa, enfeitadas de colares, brincos e pulseiras (os balandangãs) e colocavam os tabuleiros equilibrados na cabeça. Até a comida mais famosa de Salvador, o acarajé, era vendida de porta em porta.
Na sua origem, o acarajé só podia ser vendido exclusivamente pelas filhas de santo de Iansã (Santa Bárbara no sincretismo entre o Catolicismo e o Candomblé), em cumprimento à obrigação do seu Orixá, que determinava inclusive o tempo em que essa obrigação deveria ser mantida. O preparo dos bolinhos – uma massa de feijão fradinho, cebola e sal frita no azeite de dendê - era feito dentro do próprio terreiro de Candomblé, de onde a baiana saía com todos os preceitos que a situação exigia, ostentando um colar de contas vermelhas para simbolizar que era filha de Iansã.
Há mais ou menos 50 anos, vender acarajé tornou-se um meio de vida para a população afro-descendente de Salvador, ligada ou não ao Candomblé. Dessa época para cá, as baianas passaram a trabalhar em pontos fixos, sendo os mais tradicionais os largos de Amaralina, Itapuã e o de Santana, no bairro do Rio Vermelho. Segundo dados da ABA - Associação das Baianas de Acarajé de Salvador existem 4 mil baianas, inclusive homens, vendendo os bolinhos em cima de tabuleiros espalhados por quase todos os bairros da cidade.
No ritual, vale lembrar que existe também o akará, bolinho feito especificamente para Iansã, em tamanho maior, redondo e com grandes camarões em cima. Há ainda o akará oval, comida de Xangô, feito com a mesma massa do akará redondo, mas sem camarões.
Site Oficial de Turismo da Cidade de Salvador
As africanas vendedoras de comida foram as primeiras baianas que Salvador conheceu ainda na época da colônia. Alforriadas ou escravas de ganho, elas vendiam de porta em porta, beijus, cuzcuz, bolinhos e outras iguarias da culinária afro-baiana. Saiam impecavelmente vestidas com batas, saias brancas, torso e pano da costa, enfeitadas de colares, brincos e pulseiras (os balandangãs) e colocavam os tabuleiros equilibrados na cabeça. Até a comida mais famosa de Salvador, o acarajé, era vendida de porta em porta.
Na sua origem, o acarajé só podia ser vendido exclusivamente pelas filhas de santo de Iansã (Santa Bárbara no sincretismo entre o Catolicismo e o Candomblé), em cumprimento à obrigação do seu Orixá, que determinava inclusive o tempo em que essa obrigação deveria ser mantida. O preparo dos bolinhos – uma massa de feijão fradinho, cebola e sal frita no azeite de dendê - era feito dentro do próprio terreiro de Candomblé, de onde a baiana saía com todos os preceitos que a situação exigia, ostentando um colar de contas vermelhas para simbolizar que era filha de Iansã.
Há mais ou menos 50 anos, vender acarajé tornou-se um meio de vida para a população afro-descendente de Salvador, ligada ou não ao Candomblé. Dessa época para cá, as baianas passaram a trabalhar em pontos fixos, sendo os mais tradicionais os largos de Amaralina, Itapuã e o de Santana, no bairro do Rio Vermelho. Segundo dados da ABA - Associação das Baianas de Acarajé de Salvador existem 4 mil baianas, inclusive homens, vendendo os bolinhos em cima de tabuleiros espalhados por quase todos os bairros da cidade.
No ritual, vale lembrar que existe também o akará, bolinho feito especificamente para Iansã, em tamanho maior, redondo e com grandes camarões em cima. Há ainda o akará oval, comida de Xangô, feito com a mesma massa do akará redondo, mas sem camarões.
Site Oficial de Turismo da Cidade de Salvador
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quinta-feira, outubro 30, 2008
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Baianas
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Filhos de Iansan
Arquétipo dos filhos de Iansan:
Os filhos desse orixá são muito extrovertidos, apreciando boas companhias, festas, viagens e divertimentos em geral. Possuem muita vitalidade, estando sempre dispostos para fazer o que gostam. Não suportam trabalhar em lugares fechados e, principalmente, obedecer ordens, pois não gostam de se sentir inferiorizados. Por isso, são instáveis em sua vida profissional. Não aceitam que pessoas de fora se intrometam na rotina de sua casa ou dêem palpites em sua vida familiar. Não gostam que lhe digam o que fazer, ou que lhe façam críticas. Sempre tentarão justificar suas atitudes, mesmo que sejam injustificáveis. Dão muito valor à segurança de um lar e de uma família bem constituída e feliz. Adoram sua casa, embora não agüentem ficar presas a ela. São muito sensuais e apaixonam-se com freqüência, só aceitando viver com alguém se existir amor. Quando amam de verdade, fazem de tudo para manter essa relação. São ciumentos, possessivos e incapazes de perdoar ou esquecer uma traição. Quando são provocados, enfurecem-se de uma tal maneira, que ninguém ousa enfrentá-los. A fúria não demora muito para passar, fazendo-os voltar ao normal, como se nada tivesse acontecido. Geralmente arrependem-se por agir dessa forma. Em seu estado normal, podem ser dóceis e amáveis. Gostam de usar de franqueza, pois odeiam mentiras e qualquer coisa que manche sua reputação. Algumas vezes são ousados e arrogantes, possuindo um gênio e uma natureza difícil de lidar. São muito francos e diretos, não havendo ética que os segure. Gostam de lutar pelo que acreditam e acham justo. Os filhos de Oyá possuem uma grande necessidade de afirmação. Duas espadas e um par de chifres de búfalo representam a imágem de Oyà. Seus adeptos não podem sequer encostar em carneiro e em volta dos pescoços usam contas de um certo tom de vermelho ( Marrom ).
Os filhos desse orixá são muito extrovertidos, apreciando boas companhias, festas, viagens e divertimentos em geral. Possuem muita vitalidade, estando sempre dispostos para fazer o que gostam. Não suportam trabalhar em lugares fechados e, principalmente, obedecer ordens, pois não gostam de se sentir inferiorizados. Por isso, são instáveis em sua vida profissional. Não aceitam que pessoas de fora se intrometam na rotina de sua casa ou dêem palpites em sua vida familiar. Não gostam que lhe digam o que fazer, ou que lhe façam críticas. Sempre tentarão justificar suas atitudes, mesmo que sejam injustificáveis. Dão muito valor à segurança de um lar e de uma família bem constituída e feliz. Adoram sua casa, embora não agüentem ficar presas a ela. São muito sensuais e apaixonam-se com freqüência, só aceitando viver com alguém se existir amor. Quando amam de verdade, fazem de tudo para manter essa relação. São ciumentos, possessivos e incapazes de perdoar ou esquecer uma traição. Quando são provocados, enfurecem-se de uma tal maneira, que ninguém ousa enfrentá-los. A fúria não demora muito para passar, fazendo-os voltar ao normal, como se nada tivesse acontecido. Geralmente arrependem-se por agir dessa forma. Em seu estado normal, podem ser dóceis e amáveis. Gostam de usar de franqueza, pois odeiam mentiras e qualquer coisa que manche sua reputação. Algumas vezes são ousados e arrogantes, possuindo um gênio e uma natureza difícil de lidar. São muito francos e diretos, não havendo ética que os segure. Gostam de lutar pelo que acreditam e acham justo. Os filhos de Oyá possuem uma grande necessidade de afirmação. Duas espadas e um par de chifres de búfalo representam a imágem de Oyà. Seus adeptos não podem sequer encostar em carneiro e em volta dos pescoços usam contas de um certo tom de vermelho ( Marrom ).
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segunda-feira, outubro 13, 2008
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Axé
O orixá do fogo !!!
Oyá recebeu, de Olorun, a missão de transformar e renovar a natureza através do vento, que ela sabe manipular. O vento nem sempre é tão forte, mas, algumas vezes, forma-se uma tormenta, que provoca muita destruição e mudanças por onde passa, havendo uma reciclagem natural. Normalmente, Oyá sopra a brisa, que, com sua doçura, espalha a criação, fazendo voar as sementes, que irão germinar na terra e fazer brotar uma nova vida. Além disso, esse vento manso também é responsável pelo processo de evaporação de todas as águas da terra, atuando junto aos rios e mares. Esse fenômeno é vital para a renovação dos recursos naturais, que, ao provocar as chuvas, estarão fertilizando a terra. Apesar de dominar o vento, Oyá originou-se na água, assim como as outras iyabas, que possuem o poder da procriação e da fertilidade. Conhecida no Brasil como Yansã, cujo nome advém de algumas formas prováveis: Oyamésàn - nove Oyàs; usado como um dos nomes de Oyà
Ìyá omo mésàn, mãe de nove crianças, Iansã , que da lenda da criação da roupa de Egúngún por Oyà. Ìyámésàn "a mãe (transformada em) nove", que vem da história de Ifá, da sua relação com Ogun.
Observe-se que em todas as formas, está relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú.
Está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns). Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. Principal esposa de Xangô, impetuosa, guerreira e de forte personalidade, também rainha dos espíritos dos mortos, sendo reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá, chama-se Odò Oyà.
Oyá, em tempos remotos, era patrona (ou matrona) de uma sociedade secreta feminina, que cultuava os ancestrais (pessoas já desencarnadas pertencentes à religião), que denominamos Egungun. Foi o orixá Ogun que conseguiu acabar com a primazia das mulheres nesse culto, que passou a ser exclusivamente masculino. Mas, apesar disto, Oyá ainda é reverenciada nessa sociedade.
Oyá, segundo a mitologia, é um orixá muito forte, enfrentando a tudo e a todos por seus ideais. Não aceita a submissão ou qualquer tipo de prisão. A prostituição está ligada à Terra, e não aos orixás.
Faz parte de sua indumentária a espada curva, o erukere, que usava para sua defesa, além de muitos braceletes e objetos de cobre. Sua dança é muito expansiva, ocupando grande espaço e chamando muita atenção. Duas espadas e um par de chifres de búfalo representam a imágem de Oyà. Seus adeptos não podem sequer encostar em carneiro e em volta dos pescoços usam contas de um certo tom de vermelho ( Marrom ). Foi a única mulher de Sango que o acompanhou em sua fuga para a terra de Tapa, mas se desencorajou em Ira, sua cidade natal, onde, de acordo com o ditado "Oyà wole ni ile Ira, Sango wole ni Koso" (Oyà entrou na terra na casa de Ira, Sango entrou em Koso), ela suicidou-se ao receber a noticia da morte de Sango. Oya tornou-se a divindade do Rio Níger. Os tornados e tempestades são as marcas de seu descontentamento.
Suas contas são vermelhas ou tijolo, o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica). Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga, eruesin [eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns"). Afefe, o vento, a tempestade, acompanha Oyà. Foi Yansan quem introduziu a casa nas roças de orixás. Antes, as festas eram realizadas ao ar livre. Por isso, nas cumeeiras das casas são realizadas oferendas, tanto para ela, como para Ogun. Com Oxalá, grande orixá fun-fun, aprendeu sobre o uso do raciocínio e o dom da paciência. Por isso ela não desiste facilmente de seus objetivos, sabendo esperar o momento certo para conquistá-los. Oyá é puro movimento. Não pode ficar parada, para não extinguir sua energia. O vento nunca morre, ele está sempre percorrendo novos espaços.
Embora tenha sido esposa de Sangô , Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários Reis. Foi paixão de Ogum, Osogiyan e de Esú. Conviveu e seduziu Osossi, Logun-Edé e tentou em vão relacionar - se com Obaluaê. Sobre este assunto a história conta que Iansã percorreu vários Reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente tudo. Em Irê , terra de Ogum foi a grande paixão do Guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganhou deste o direito de usá-la.Depois partiu e foi para Oxogbo, terra de Osogiyan .Com ele aprendeu o uso do Escudo para se defender de ataques inimigos e recebeu o direito de usá-lo.Depois partiu e nas estradas deparou-se com Esú.Com ele aprendeu os mistérios do fogo e da magia .No reino de Osossi, seduziu o Deus da Caça, e aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal com a ajuda da magia aprendida com Esú .Seduziu Logun-Odé ,e com ele aprendeu a pescar. Foi para o Reino de Obaluaê pois queria descobrir seus mistérios e conhecer seu rosto. Lá chegando, insinuou-se. Mas muito desconfiado , Obaluaê perguntou o que Oya queria e ela respondeu :-"queria ser sua amiga". Então , fez sua Dança dos Ventos, que já havia seduzido vários reis. Contudo, sem emocionar ou sequer atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzí-lo, Iansã procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim dirigiu-se ao homem da palha: -"Aprendi muito com os outros Reis, mas só me falta aprender algo contigo." - "Quer mesmo aprender, Oya? Vou te ensinar a tratar dos Mortos". Venceu seu medo com sua ânsia de aprender e com ele descobriu como conviver com os Eguns e a controlá-los. Partiu então para o Reino de Sangô, pois lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas ao chegar ao reino do Rei do Trovão, Iansã aprendeu mais do que isso, aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão violenta, pois Sangô dividiu com ela os poderes do raio e deu à ela seu coração .O fogo das paixões, o fogo da alegria e o que queima.
Observe-se que em todas as formas, está relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú.
Está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns). Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. Principal esposa de Xangô, impetuosa, guerreira e de forte personalidade, também rainha dos espíritos dos mortos, sendo reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá, chama-se Odò Oyà.
Oyá, em tempos remotos, era patrona (ou matrona) de uma sociedade secreta feminina, que cultuava os ancestrais (pessoas já desencarnadas pertencentes à religião), que denominamos Egungun. Foi o orixá Ogun que conseguiu acabar com a primazia das mulheres nesse culto, que passou a ser exclusivamente masculino. Mas, apesar disto, Oyá ainda é reverenciada nessa sociedade.
Oyá, segundo a mitologia, é um orixá muito forte, enfrentando a tudo e a todos por seus ideais. Não aceita a submissão ou qualquer tipo de prisão. A prostituição está ligada à Terra, e não aos orixás.
Faz parte de sua indumentária a espada curva, o erukere, que usava para sua defesa, além de muitos braceletes e objetos de cobre. Sua dança é muito expansiva, ocupando grande espaço e chamando muita atenção. Duas espadas e um par de chifres de búfalo representam a imágem de Oyà. Seus adeptos não podem sequer encostar em carneiro e em volta dos pescoços usam contas de um certo tom de vermelho ( Marrom ). Foi a única mulher de Sango que o acompanhou em sua fuga para a terra de Tapa, mas se desencorajou em Ira, sua cidade natal, onde, de acordo com o ditado "Oyà wole ni ile Ira, Sango wole ni Koso" (Oyà entrou na terra na casa de Ira, Sango entrou em Koso), ela suicidou-se ao receber a noticia da morte de Sango. Oya tornou-se a divindade do Rio Níger. Os tornados e tempestades são as marcas de seu descontentamento.
Suas contas são vermelhas ou tijolo, o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica). Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga, eruesin [eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns"). Afefe, o vento, a tempestade, acompanha Oyà. Foi Yansan quem introduziu a casa nas roças de orixás. Antes, as festas eram realizadas ao ar livre. Por isso, nas cumeeiras das casas são realizadas oferendas, tanto para ela, como para Ogun. Com Oxalá, grande orixá fun-fun, aprendeu sobre o uso do raciocínio e o dom da paciência. Por isso ela não desiste facilmente de seus objetivos, sabendo esperar o momento certo para conquistá-los. Oyá é puro movimento. Não pode ficar parada, para não extinguir sua energia. O vento nunca morre, ele está sempre percorrendo novos espaços.
Embora tenha sido esposa de Sangô , Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários Reis. Foi paixão de Ogum, Osogiyan e de Esú. Conviveu e seduziu Osossi, Logun-Edé e tentou em vão relacionar - se com Obaluaê. Sobre este assunto a história conta que Iansã percorreu vários Reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente tudo. Em Irê , terra de Ogum foi a grande paixão do Guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganhou deste o direito de usá-la.Depois partiu e foi para Oxogbo, terra de Osogiyan .Com ele aprendeu o uso do Escudo para se defender de ataques inimigos e recebeu o direito de usá-lo.Depois partiu e nas estradas deparou-se com Esú.Com ele aprendeu os mistérios do fogo e da magia .No reino de Osossi, seduziu o Deus da Caça, e aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal com a ajuda da magia aprendida com Esú .Seduziu Logun-Odé ,e com ele aprendeu a pescar. Foi para o Reino de Obaluaê pois queria descobrir seus mistérios e conhecer seu rosto. Lá chegando, insinuou-se. Mas muito desconfiado , Obaluaê perguntou o que Oya queria e ela respondeu :-"queria ser sua amiga". Então , fez sua Dança dos Ventos, que já havia seduzido vários reis. Contudo, sem emocionar ou sequer atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzí-lo, Iansã procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim dirigiu-se ao homem da palha: -"Aprendi muito com os outros Reis, mas só me falta aprender algo contigo." - "Quer mesmo aprender, Oya? Vou te ensinar a tratar dos Mortos". Venceu seu medo com sua ânsia de aprender e com ele descobriu como conviver com os Eguns e a controlá-los. Partiu então para o Reino de Sangô, pois lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas ao chegar ao reino do Rei do Trovão, Iansã aprendeu mais do que isso, aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão violenta, pois Sangô dividiu com ela os poderes do raio e deu à ela seu coração .O fogo das paixões, o fogo da alegria e o que queima.
Ela é o Orixá do Fogo
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segunda-feira, outubro 13, 2008
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sábado, 27 de setembro de 2008
Iansã e Xangô
Iansã e Xangô tiveram dois filhos gêmeos. Só que, quando eles ainda eram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianças do povo, e um dos gêmeos morreu. Os pais ficaram desesperados e Iansã, como é amiga dos Eguns, resolveu pedir sua ajuda. Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que havia morrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o no lugar de honra da casa. Todos os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava com ela como se fosse seu filho vivo. Comovidos com seu amor pela criança, os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus dois filhos.
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Axé
Viva Cosme e Damião - os Ibejis
Os Ibejis são filhos de Iansã com Xangô onde a dona dos ventos deu para Oxum criar. Os Ibejis representam a solidariedade, a gemelaridade (qualidade das coisas gêmeas, compostas de dois inseparáveis, e assim do próprio processo de conhecimento humano, composto de pares inseparáveis de oposições) são entidades Gêmeas que formam um único orixá, permanentemente duplo, (formado por duas entidades distintas), que coexistem, representando o princípio básico da dualidade. São Orixás crianças. Representam ainda os irmãos, a infância, o inicio da vida, momento em que a dependência da solidariedade é maior.
Ìbejì é o Orixá dos gêmeos. Da-se o nome de Taiwo ao primeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último. Os Yorubá acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mais velho. Cada gêmeo é representado por uma imagem.
Os Yorubá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ibeji. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em honra ao Orixá.
Oxum os abraçou e os criou como se fossem seus filhos. O animal tradicionalmente associado à Ibeji é o macaco colobo, um cercopiteco endêmico nas florestas da África Equatorial. A espécie em questão é o colobus polykomos, ou "colobo real", que é acompanhado de uma grande mística entre os povos africanos. Eles possuem coloração preta, com detalhes brancos, e pelas manhãs eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em oração ou contemplação, daí eles serem considerados por vários povos como mensageiros dos deuses, ou tendo a habilidade de escutar os deuses. A mãe colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (que nasce totalmente branco) nas costas. O colobo é chamado em Yorubá de edun oròòkun, e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são encontrados vagando na floresta e resgatado pelas mães colobos pelo seu comportamento peculiar.
Ao contrário dos erês, entidades infantis ligadas a todos os Orixás e seres humanos, são divindades infantis, Orixás-crianças. Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas... São divindades gêmeas infantis, é um Orixá duplo e tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual. Divide-se em masculino e feminino, (gêmeos).
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quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Minha Mãe...
Minha mãe Iansã ...
Iansã e Xangô sempre foram muito companheiros. O problema é que Xangô, como rei, queria sempre ser o mais poderoso de todos. Iansã não se conformava com isso, porque sempre foi muito independente... Um dia, disseram a Xangô que, num reino vizinho, havia um sacerdote que conhecia uma poção mágica capaz de dar o poder de lançar fogo pela boca. Como Xangô estava envolvido numa luta, pediu pra Iansã ir buscar a poção para ele. Na volta, ela resolveu que também queria este poder, mas pra não deixar o marido perceber, ela bebeu só um pouquinho da poção mágica. Resultado: o poder ficou menor... e no lugar de soltar fogo pela boca, Iansã se tornou dona dos ventos e dos raios.
Iansã era mesmo apaixonada por Xangô - nunca deixou de gostar dele. Quando Xangô morreu, ela ficou tão desesperada, que pediu aos orixás para ir para o mundo dos mortos - ficar junto do marido - e se matou. Por ter ido pela própria vontade, Iansã se tornou amiga dos Eguns. Por isso que Iansã é o único Orixá que tem coragem de participar do culto dos mortos, e ainda domina todos...
Passional, audaciosa, alegre, agitada... líder, vaidosa... intrigante, vingativa e irritável. É a senhora deusa dos ventos e das tempestades. Mãe de nove filhos.
Era apaixonada por Xangô. Eles se conheceram quando ela era casada com Ogum - e Xangô foi fazer uma visita. Foi amor a primeira vista... Os dois se apaixonaram e Iansã largou Ogum. Tempos depois, com saudades, Iansã voltou para Ogum, mas Xangô não se rendeu e atacou o reino de Ogum com seu exército. Durante a luta, Ogum mandou Iansã para o reino de Oxossi, para que ela ficasse protegida. Quando Xangô, vencedor, foi buscar a mulher amada, ela já tinha casado com Oxossi... Mais uma vez Xangô resolveu lutar pela mulher e Oxossi mandou Iansã para o reino de Omolu. Acredita que a história se repetiu? Até que Iansã foi mulher de todos os orixás... e... voltou a viver com Xangô. Desse casamento nasceram os gêmeos Ibeji.
Iansã e Xangô sempre foram muito companheiros. O problema é que Xangô, como rei, queria sempre ser o mais poderoso de todos. Iansã não se conformava com isso, porque sempre foi muito independente... Um dia, disseram a Xangô que, num reino vizinho, havia um sacerdote que conhecia uma poção mágica capaz de dar o poder de lançar fogo pela boca. Como Xangô estava envolvido numa luta, pediu pra Iansã ir buscar a poção para ele. Na volta, ela resolveu que também queria este poder, mas pra não deixar o marido perceber, ela bebeu só um pouquinho da poção mágica. Resultado: o poder ficou menor... e no lugar de soltar fogo pela boca, Iansã se tornou dona dos ventos e dos raios.
Iansã era mesmo apaixonada por Xangô - nunca deixou de gostar dele. Quando Xangô morreu, ela ficou tão desesperada, que pediu aos orixás para ir para o mundo dos mortos - ficar junto do marido - e se matou. Por ter ido pela própria vontade, Iansã se tornou amiga dos Eguns. Por isso que Iansã é o único Orixá que tem coragem de participar do culto dos mortos, e ainda domina todos...
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quinta-feira, setembro 25, 2008
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quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Acarajé... Acará... Axé !!!
Para fazer um verdadeiro acarajé há todo um processo. Em primeiro lugar, só uma filha-de-santo ou filho-de-santo deve prepará-lo. O acarajé, palavra iorubá (acara = bola de fogo e jé / ajeum = comer) é um bolinho originário da África. Feito com feijão fradinho descascado e moído, frito no dendê, faz parte da culinária do candomblé. Está relacionado a um mito sobre a Xangô e suas esposas, Oxum e Iansã, sendo ofertado a esses orixás. Portanto não é só juntar os ingredientes e vender. Deve-se levar em conta a história desse povo que veio nos navios negreiros e sofreu muito preconceito e humilhação. Deve-se respeitar a cultura. Isso não significa que uma pessoa não possa oferecer em casa um almoço "baiano". Ao contrário, pode e deve. Mas que nas ruas, seja mantida a tradição.
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quarta-feira, setembro 24, 2008
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terça-feira, 23 de setembro de 2008
Primavera e Sol... Viva !!!
Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...
Beto Guedes - Ronaldo Bastos
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terça-feira, setembro 23, 2008
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segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Oyamésàn
Oyá recebeu, de Olorun, a missão de transformar e renovar a natureza através do vento, que ela sabe manipular. O vento nem sempre é tão forte, mas, algumas vezes, forma-se uma tormenta, que provoca muita destruição e mudanças por onde passa, havendo uma reciclagem natural. Normalmente, Oyá sopra a brisa, que, com sua doçura, espalha a criação, fazendo voar as sementes, que irão germinar na terra e fazer brotar uma nova vida. Além disso, esse vento manso também é responsável pelo processo de evaporação de todas as águas da terra, atuando junto aos rios e mares. Esse fenômeno é vital para a renovação dos recursos naturais, que, ao provocar as chuvas, estarão fertilizando a terra.
Apesar de dominar o vento, Oyá originou-se na água, assim como as outras iyabas, que possuem o poder da procriação e da fertilidade.
Conhecida no Brasil como Yansã, cujo nome advém de algumas formas prováveis: Oyamésàn - nove Oyàs; usado como um dos nomes de Oyà.
Ìyá omo mésàn, mãe de nove crianças!!!
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segunda-feira, setembro 22, 2008
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sábado, 20 de setembro de 2008
Candomblé não é Umbanda
Elucidar de uma forma definitiva a diferença entre Candomblé e Umbanda, é um dos meus grandes objetivos com esta obra, pois a frase mais comum que ouvimos como candomblecista, após uma explanação mesmo que resumida é que: eu achava que tudo era a mesma "coisa".
O que primeiro respondo quando me perguntam sobre a diferença entre Candomblé e Umbanda, é que: não há semelhança, esta eu considero a melhor resposta, pois é o fato, não há a menor semelhança.
A começar pelas origens, o Candomblé é uma religião africana que existe desde os tempos mais remotos daquele continente, que é o berço da terra, de forma que se funde sua origem com os primeiros contatos de pessoas que lá chegaram, existem citações na teologia africana que Odudúwa era Nimrod, o conquistador caldeu primo de Abraão e neto de Caim, que foi designado por Olodumarè para levar a remissão e a palavra de Olurún (Deus) aos filhos de Caim que, amaldiçoados, viviam na África.
Este fato data de 1850 A.C., sendo que Caim pode ter vivido entre 2100 a 2300 A.C. - Oranian , neto de Odudúwa , viveu em 1500 e seu filho Xangô por volta de 1400. As coincidências existentes nos rituais africanos, como a Kaballah hebraica, são imensas, e vem provar a tese da estreita ligação entre Abraão, pai dos semitas, e Odudúwa, (Nimrod) pai dos africanos.
Isso pode ser constatado no relacionamento existente entre o símbolo de um elemental africano chamado Dan a serpente, e uma das 12 tribos de Israel, cujo nome é Dan, e seu símbolo, a serpente telúrica.
Citação que faremos adiante na Teologia Yorubana que fala da criação da terra. De uma forma básica, no Candomblé não existem "incorporações" de espíritos, pois os orixás, de quem sentimos força e vibrações, são energias puras da natureza, que não passaram pela vida, ou seja não são "entidades", mas elementais puros da natureza, criados por Olorún.
No Candomblé a consulta é feita através da leitura esotérico/divinatória do jogo de búzios (no Brasil), forma de leitura exclusiva do povo candomblecista, que trataremos em capítulo próprio, e o tratamento para cada caso, é feito com elementos da natureza, oriundos dos reinos vegetal, animal e mineral, através e ebós, oferendas, Orôs (rezas) e rituais africanos.
A Umbanda por sua vez, sem qualquer demérito a quem a pratica, pois se levada de uma forma séria e consciente tem seu mérito, valor e aplicação, é uma religião brasileira, que advém do sincretismo católico-feitichista, necessário em uma época de grande repressão das religiões africanas, em que era proibido o culto dos orixás na sua forma de origem, e esta adaptação se fez necessária, a partir desta premissa, a Umbanda começou tomar corpo, com algum conhecimento de alguns africanos no trato com seus ancestrais, que era comum a "incorporação" de algum ente falecido, por um elégún (aquele que é montado por) por motivos familiares.
É muito comum nos dias de hoje, Ilês que praticam Candomblé e Umbanda, porém em dias, horários e formas diferenciados, mas é uma atitude não compactuada, bem como a utilização do sincretismo com os santos católicos, pelas tradicionais Casas de Candomblé cujas raízes foram plantadas no Nordeste do país, mais precisamente em Pernambuco e na Bahia. A Umbanda por sua vez, a consulta é feita através de um médium "incorporado" , e os "trabalhos" pelo espírito ali incorporado com seus elementos rituais.
Babalorixá Mavam Dilè
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Na hipotese...
Duas pessoas brigando.
Passando um filho de Ogum, ou ele passa direto e nem olha, ou já vai se meter na briga.
Um filho de Xangô para, fica olhando, e já começa a reclamar. Coitado do baixinho! Por que será esta briga? Acho que aquele alto não tem razão. E pior, nem sabe brigar. É um fraco. E fica questionando.
Um filho de Oxossi para, senta no chão e, rindo, fica assistindo e se deleitando com a briga. Deu a entender ter terminado. Achei sugestiva sua explicação.
Alguém indagou qual seria o comportamento das filhas do povo da água. Diante da minha negativa, alguém se propôs a completar. Bem, disse, uma filha de Iemanjá chamaria os dois, colocaria suas cabeças em seu colo e os acalmaria recomendando paz.
Uma filha de Iansã já reclamaria e chamaria a polícia. E parou. De propósito, o esperto.
Bem, perguntou alguém, e uma filha de Oxum, que faria? Nada, respondeu. Nem poderia. Os dois estavam brigando por causa dela...
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quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Os ORIXÁS
Um babalawo me contou:
"Antigamente, os orixás eram homens. Homens que se tornaram orixás por causa de seus poderes. Homens que se tornaram orixás por causa de sua sabedoria. Eles eram respeitados por causa de sua força, Eles eram venerados por causa de suas virtudes. Nós adoramos sua memória e os altos feitos que realizaram. Foi assim que estes homens tornaram-se orixás. Os homens eram numerosos sobre a Terra. Antigamente, como hoje, Muitos deles não eram valentes nem sábios. A memória destes não se perpetuou Eles foram completamente esquecidos; Não se tornaram orixás. Em cada vila, um culto se estabeleceu Sobre a lembrança de um ancestral de prestígio E lendas foram transmitidas de geração em geração para render-lhes homenagem".
Poema como disseram Carybé e Fatumbi Pierre Verger
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Iansã - Orixá dos Ventos e da Tempestade !!!
Oxaguiam (Oxalá novo e guerreiro) estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas eram as armas para guerrear. Ogum fazia as armas, mas fazia lentamente. Oxaguiam pediu a seu amigo Ogum urgência, Mas o ferreiro já fazia o possível. O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava como o tempo. Tanto reclamou Oxaguiam que Oiá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ogum a apressar a fabricação. Oiá se pôs a soprar o fogo da forja de Ogum e seu sopro avivava intensamente o fogo e o fogo aumentado derretia o ferro mais rapidamente. Logo Ogum pode fazer muitas armas e com as armas Oxaguiam venceu a guerra. Oxaguiam veio então agradecer Ogum. E na casa de Ogum enamorou-se de Oiá. Um dia fugiram Oxaguiam e Oiá, deixando Ogum enfurecido e sua forja fria. Quando mais tarde Oxaguiam voltou à guerra e quando precisou de armas muito urgentemente, Oiá teve que voltar a avivar a forja. E lá da casa de Oxaguiam, onde vivia, Oiá soprava em direção à forja de Ogum. E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Oxaguiam da de Ogum. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas com furor. E o povo se acostumou com o sopro de Oiá cruzando os ares e logo o chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oiá a forja de Ogum. Tão forte que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oiá e o povo chamava a isso TEMPESTADE.
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Iansã Ganha de Obaluaiê o Poder Sobre os Mortos
Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiê entrou, mas ninguém se aproximava dele, nenhuma mulher quis dançar com ele.Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Obaluaiê e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas ekedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador.O povo o aclamou por sua beleza. Obaluaiê ficou mais do que contente com a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Iansã então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no ar o eruexim (o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo). Iansã tornou-se Iansã de Balé, a rainha dos espíritos dos mortos, a condutora dos eguns, rainha que foi sempre a grande paixão de Obaluaiê.
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As Conquistas de Iansã
Iansã percorreu vários reinos, foi paixão de Ogum, Oxaguian, Exu, Oxossi e Logun-Edé. Em Ifé, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do manuseio da espada. Em Oxogbô, terra de Oxaguian, aprendeu e recebeu o direito de usar o escudo. Deparou-se com Exu nas estradas, com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxossi, seduziu o deus da caça, aprendendo a caçar, tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal (com a ajuda da magia aprendida com Exu). Seduziu o jovem Logun-Edé e com ele aprendeu a pescar. Iansã partiu, então, para o reino de Obaluaiê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto, mas nada conseguiu pela sedução. Porém, Obaluaiê resolveu ensinar-lhe a tratar dos mortos. De início, Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e aprendeu a conviver com os Eguns e controlá-los. Partiu, então, para Oyó, reino de Xangô, e lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis, e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Iansã aprendeu muito mais, aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.
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terça-feira, 16 de setembro de 2008
Geminiana
"Era manhã quando Deus parou diante de suas 12 crianças e em cada uma delas plantou a semente da vida Humana. Uma por uma, elas se dirigiram a Ele para receber seu dom e conhecer a sua missão".
Gêmeos - 21 de Maio a 20 de Junho:
"A ti, Gêmeos, atribuo a tarefa de comunicar ao mundo Minha Idéia. Por isso te dou perguntas sem respostas. Em tua busca pelo conhecimento, inquietarás os que estão ao teu redor, para que compreendam o que vêem e o que ouvem. Tu serás um, mas pensarás e falarás por dois. E para que faças um bom trabalho, dou-te a provação da superficialidade para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da inteligência".
Mensagem Para a Mulher de Gêmeos:
Mesmo que pensem conhecer esta mulher a fundo, as opiniões dos amigos e parentes nunca serão parecidas. A geminiana equivale a várias mulheres, todas diferentes, que variam conforme seu estado de espírito.
Quem conhece uma mulher de gêmeos sabe que é muito difícil ver a mesma pessoa por muito tempo. Suas fotos nunca parecem ser da mesma pessoa e suas mudanças de comportamento deixam qualquer um sem saber se acabam de conhecer uma nova mulher ou se ainda está falando com uma velha amiga! Sim, o signo de Gêmeos é o signo da mutação, de todos aqueles que gostam de mudar, experimentar e ultrapassar horizontes. Se existe algo que pode matar esta mulher é a monotonia. Como um camaleão ela vai assumindo várias formas, encantando e intrigando os homens. Ao contrário do que possa parecer, seu jeito misterioso consegue agradar a muitos homens que acabam ficando apaixonados.
A mulher de gêmeos não muda de personalidade. Ela apenas mostra todas as mulheres que vivem dentro dela.
Às vezes ela pode ser tão volúvel e imprevisível, que se deixará encantar pelo sorriso ou pelo olhar de uma nova paixão para, logo depois, começar a criticá-lo com a mesma intensidade. Então, o homem que antes era maravilhoso, vai se tornar tão cheio de defeitos que ela se perguntará como foi capaz de se apaixonar por alguém assim?
Esta capacidade que ela tem para se apaixonar e se desiludir logo em seguida pode partir muitos corações até que tenha certeza de que realmente acabou de conhecer o homem de sua vida. Bem, para falar a verdade, é ele que vai ter que convencê-la de que é o homem de sua vida! Se deixar para ela a tarefa de analisá-lo, pode ter uma tremenda decepção! E a melhor maneira de conquistá-la é sendo sempre a mesma pessoa. Ela aprecia mudanças em sua vida na sua personalidade e adora experimentar novas sensações. Mas quer um homem bem previsível ao seu lado. Previsível, mas nunca passivo!
Seu temperamento faz com que aceite as mudanças com mais facilidade que as outras mulheres, desde que não esteja relacionado com o comportamento de seu parceiro.
Para ela é difícil entregar-se a uma pessoa sem enfrentar suas dúvidas.
Sabem aqueles desenhos onde alguém é atormentado por um anjinho e um diabinho que ficam dando opiniões sobre o que é melhor fazer? Pois é mais ou menos assim que funciona a mente desta mulher. Sua dualidade sempre estará analisando os prós e contras de todos os relacionamentos. Aquele homem carinhoso e romântico será capaz de ganhar o suficiente para sustentar a casa? E aquele homem que ganha dinheiro como ninguém, não será um tanto frio para confortar seu coração quando estiver carente?
Tirando o amor e o romance que costumam atormentá-la com a idéia de perder sua liberdade, nas outras coisas ela é bem direta e não costuma fazer rodeios!
Mas não se preocupe, ela vai acabar fazendo sempre a melhor escolha do momento. Se algum dia ela descobrir que a melhor escolha que fez acabou se tornando um pesadelo, não pensará duas vezes em largar tudo para recomeçar do zero! A mulher de gêmeos não se prende muito aos seus erros se descobrir que fez uma escolha errada! Ela vai aprender com a experiência e dificilmente vai repetir os mesmos erros!
Normalmente ela é uma companheira animada, agradável e alegre.
Tirando suas fases azedas que fazem com que fique insuportável com seu cinismo e língua afiada, seu outro lado romântico e aventureiro faz com que tenhamos a sensação de que estamos diante de uma grande amiga ao invés de uma namorada. Ela acompanhará o namorado em tudo que fizer, desde uma escalada em uma montanha até uma aventura na África! Para ela não existe esta coisa de separar as atividades entre feminina e masculina, quando esta apaixonada. Para onde ele for, ela estará ao seu lado!
A geminiana pode estar apaixonada, mas dificilmente deixará de achar outros homens atraentes.
Também costuma ser muito criativa quando o assunto é amor. Curiosa e com uma imaginação fértil, ela é ótima para apimentar relacionamentos. Sua imaginação se revelará quando sua curiosidade for excitada por uma nova descoberta. Para ela não basta ouvir palavras carinhosas e juras de amor. O verdadeiro amante deve agradar seus ouvidos com palavras dóceis, mas não pode se esquecer de surpreendê-la na hora do sexo! Lembrem-se que ela detesta monotonia.
A geminiana costuma associar sexo com amor como ninguém. Sua mente não consegue entender como alguém pode amá-la sem fazer com que suba pelas paredes!
Ela jamais tomará um ônibus se pode ir de avião. Jamais ficará calada se puder falar. E jamais andará quando puder correr. Por isso nunca vai se contentar com o mínimo em um relacionamento quando pode ter muito mais.
Apesar de muitas vezes parecer fria e distante, ela deseja ser amada e mimada. Mostre que sempre estará ao seu lado, apesar de suas crises de mau-humor, e terá uma mulher que se entregará por inteira. Aliás, o melhor remédio contra o mau-humor da geminiana é sempre demonstrar amor! Não há chatice que dure muito tempo!
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terça-feira, setembro 16, 2008
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Minha condição humana me fascina
Minha condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e ignoro por que estou nesta terra, mas às vezes o pressinto. Pela experiência cotidiana concreta e intuitiva, eu me descubro vivo para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam inteiramente, mas ainda para outros que por acaso, descobri terem emoções semelhantes às minhas.E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida_ corpo e alma_ integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos. Gostaria de dar tanto quanto recebo e não paro de receber. Mas depois experimento o sentimento satisfeito de minha solidão e quase demonstro má consciência ao exigir ainda alguma coisa de outrem. Vejo os homens se diferenciarem pelas classes sociais e sei que nada as justifica a não ser pela violência. Sonho ser acessível e desejável para todos uma vida simples e natural, de corpo e de espírito.Recuso-me a crer na liberdade e neste conceito filosófico. Eu não sou livre, e sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por convicções íntimas. Ainda jovem, fiquei impressionado pela máxima de Schopenhauer: "O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode querer o que quer"; e hoje diante do espetáculo aterrador das injustiças humanas, esta moral me tranqüiliza e me educa. Aprendo a tolerar aquilo que me faz sofrer. Suporto então melhor o meu sentimento de responsabilidade. Ele já não me esmaga e deixo de me levar, a mim a ao outros, a sério demais. Vejo então o mundo com bom humor. Não posso me preocupar com o sentido ou a finalidade de minha existência, nem da dos outros, porque, do ponto de vista estritamente objetivo é absurdo. E, no entanto, como homem, alguns ideais dirigem minhas ações e orientam meus juízos. Porque jamais considerei o prazer e a felicidade como um fim em si e deixo este tipo de satisfação aos indivíduos reduzidos a instintos de grupo.Em compensação, foram ideais que suscitaram meus esforços e me permitiram viver. Chamam-se o bem, a beleza, a verdade. Se não me identifico com outras sensibilidades semelhantes à minha e se não me obstino incansavelmente em perseguir este ideal eternamente inacessível na arte e na ciência, a vida perde todo o sentido pra mim. Ora, a humanidade se apaixona por finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória, o luxo. Desde moço já as desprezava.Tenho forte amor pela justiça, pelo compromisso social. Mas com muita dificuldade me integro com os homens e em suas comunidades. Não lhes sinto a falta porque sou profundamente um solitário. Sinto-me realmente ligado ao Estado, à pátria, a meus amigos, a minha família no sentido completo do termo. Mas meu coração experimenta, diante desses laços, curioso sentimento de estranheza, de afastamento e a idade vem acentuando ainda mais essa distância. Conheço com lucidez e sem prevenção as fronteiras da comunicação e da harmonia entre mim e os outros homens. Com isso perdi algo da ingenuidade ou da inocência, mas ganhei minha independência. Já não mais firmo uma opinião, um hábito ou um julgamento sobre outra pessoa. Testei o homem. É inconsistente.
Albert Einstein - Como vejo o mundo
Albert Einstein - Como vejo o mundo
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terça-feira, setembro 16, 2008
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