AXÉ !!!

"Energia mágica, universal sagrada do orixá. Energia muito forte, mas que por si só é neutra. Manipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos... o conteúdo mais importante do "TERREIRO DO CANDOMBLÉ" é o AXÉ. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o de vir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital."



sábado, 7 de fevereiro de 2009

Odoiá !!! Odoiá

Iemanjá era "casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei de Ifé", cansada de sua permanência em Ifé, fugiu em direção ao oeste. Outrora, Olokun lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparo, pois não se sabia o que poderia acontecer amanhã, com a recomendação de quebrá-lo no chão em caso de extremo perigo. E assim Iemanjá foi instalar-se no entardecer da terra oeste. Olofin, Rei de Ifé, lançou seu exército à procura de sua mulher. Cercada, Iemanjá ao invés de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Criou-se o rio na mesma hora levando-a para Okun (o oceano), lugar de residência de Olokun, seu pai.


Ela é representada nas imagens com o aspecto de uma matrona, de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios mais que majestosos ou somente um deles, segundo outra lenda - foi origem de desentendimentos com seu marido, embora ela já o houvesse honestamente prevenido antes do casamento que não toleraria a mínima alusão desagradável ou irônica a esse respeito. Tudo ia muito bem e o casal vivia feliz. Uma noite, porém, o marido havia se embriagado com vinho de palma e, não mais podendo controlar as suas palavras, fez comentários sobre seus seios volumosos. Tomada de cólera, Iemanjá bateu com o pé no chão e transformou-se num rio a fim de voltar para Olóòdun, como na lenda precedente.


Para Iemanjá, Olodumare destinou os cuidados da casa de Oxalá, assim como a criação dos filhos e de todos os afazeres domésticos. Iemanjá trabalhava e reclamava de sua condição de menos favorecida, afinal, todos os outros deuses recebiam oferendas e homenagens e ela, vivia como escrava. Durante muito tempo Iemanjá reclamou dessa condição e tanto falou nos ouvidos de Oxalá, que este enlouqueceu. O ori (cabeça) de Oxalá não suportou os reclamos de Iemanjá. Oxalá ficou enfermo, Iemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e, em poucos dias, utilizando-se de ori (banha vegetal), de omi-tutu (água fresca), de obi (fruta conhecida como nóz-de-cola), eyelé-funfun (pombos brancos) e esò (frutas) deliciosas e doces, curou Oxalá. Oxalá agradecido foi a Olodumare pedir para que deixasse a Iemanjá o poder de cuidar de todas as cabeças. Desde então Iemanjá recebe oferendas e é homenageada quando se faz o bori (ritual propiciatório à cabeça) e demais ritos à cabeça.


Orunmilá que tinha os segredos da noite precisava ser detido com seus feitiços desenfreados. Era um dos homens mais bonitos e encantadores, tinha todas as mulheres, mas não queria nenhuma e não amava nenhuma. Oxalá queria tirar a maldade e os segredos de Orumila, mas só havia um jeito de conseguir tal feito pedindo a mulher mais bonita que o encantasse e tirasse todos os segredos dele. Então Oxalá chamou Iemanjá, que não tinha filhos e família e nem um amor para seduzi-lo e conhecer os seus segredos. Oxalá fez com ela um trato no qual ela só teria essas intenções e que depois voltaria para reinar ao lado dele novamente. Iemanjá foi e com o tempo eles se apaixonaram. Iemanjá e Orunmilá já não conseguiam viver longe um do outro... Ela conseguiu tirar todos os segredos e feitiços dele e eles tiveram muitos filhos Orixás...


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