Nome de um rio em Oxogbô, região da Nigéria, em Ijexá. É ele considerado a morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação entre rios e Orixás femininos da mitologia africana, Oxum é destacada como a dona da água doce e, por extensão, de todos os rios. Portanto seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, a água semiparada das lagoas não pantanosas, pois as predominantemente lodosas são destinadas à Nanã e, principalmente as cachoeiras são de Oxum, onde costumam ser-lhe entregues as comidas rituais votivas e presentes de seus filhos-de-santo.
Oxum domina os rios e as cachoeiras, imagens cristalinas de sua influência: atrás de uma superfície aparentemente calma podem existir fortes correntes e cavernas profundas.
Oxum é conhecida por sua delicadeza. As lendas adornam-na com ricas vestes e objetos de uso pessoal Orixá feminino, onde sua imagem é quase sempre associada a maternidade, sendo comum ser invocada com a expressão "Mamãe Oxum". Gosta de usar colares, jóias, tudo relacionado à vaidade, perfumes, etc.
Filha predileta de Oxalá e Yemanjá. Nos mitos, ela foi casada com Oxossi, a quem engana, com Xangô, com ogum, de quem sofria maus tratos e xangô a salva.
Seduz Obaluaiê, que fica perdidamente apaixonado, obtendo dele, assim, que afaste a peste do reino de Xangô. Mas Oxum é considerada unanimente como uma das esposas de xangô e rival de Iansã e Obá.
Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro (na África seu metal era o cobre), riqueza e do amor, foi rainha em Oyó, sendo a sua preferida pela jovialidade e beleza.
À Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem. A maternidade é sua grande força, tanto que quando uma mulher tem dificuldade para engravidar, é à Oxum que se pede ajuda. Oxum é essencialmente o Orixá das mulheres, preside a menstruação, a gravidez e o parto. Desempenha importante função nos ritos de iniciação, que são a gestação e o nascimento. Orixá da maternidade, ama as crianças, protege a vida e tem funções de cura.
Oxum mostrou que a menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e de inferioridade nas mulheres, pelo contrário proclama a realidade do poder feminino, a possibilidade de gerar filhos.
Fecundidade e fertilidade são por extensão, abundância e fartura e num sentido mais amplo, a fertilidade irá atuar no campo das idéias, despertando a criatividade do ser humano, que possibilitará o seu desenvolvimento. Oxum é o orixá da riqueza - dona do ouro, fruto das entranhas da terra. É alegre, risonha, cheia de dengos, inteligente, mulher-menina que brinca de boneca, e mulher-sábia, generosa e compassiva, nunca se enfurecendo. Elegante, cheia de jóias, é a rainha que nada recusa, tudo dá. Tem o título de iyalodê entre os povos iorubá: aquela que comanda as mulheres na cidade, arbitra litígios e é responsável pela boa ordem na feira.
Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação até o momento do parto, onde Iemanjá ampara a cabeça da criança e a entrega aos seus Pais e Mães de cabeça. Oxum continua ainda zelando pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar.
É o orixá do amor, Oxum é doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do seu mel, seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo perfumes e belos artefatos, tudo para satisfazer sua vaidade. Na mitologia dos orixás ela se apresenta com características específicas, que a tornam bastante popular nos cultos de origem negra e também nas manifestações artísticas sobre essa religiosidade. O orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para conquistar os prazeres da vida e realizar proezas diversas. Amante da fortuna, do esplendor e do poder, Oxum não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que através de atos extremos contra quem está em seu caminho. Ela lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Seu maior desejo, no entanto é ser amada, o que a faz correr grandes riscos, assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este orixá é tanto uma brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a frágil e sensual ninfa amorosa. Determinação, malícia para ludibriar os inimigos, ternura para com seus queridos, Oxum é, sobretudo a deusa do amor.
O Orixá amante ataca as concorrentes, para que não roubem sua cena, pois ela deve ser a única capaz de centralizar as atenções. Na arte da sedução não pode haver ninguém superior a Oxum. No entanto ela se entrega por completo quando perdidamente apaixonada afinal o romantismo é outra marca sua. Da África tribal à sociedade urbana brasileira, a musa que dança nos terreiros de espelho em punho para refletir sua beleza estonteante é tão amada quanto à divina mãe que concede a valiosa fertilidade e se doa por seus filhos. Por todos seus atributos a belíssima Oxum não poderia ser menos admirada e amada, não por acaso a cor dela é o reluzente amarelo ouro, pois como cantou Caetano Veloso, “gente é pra brilhar”, mas Oxum é o próprio brilho em orixá.
A face de Oxum é esperada ansiosamente por sua mãe, que para engravidar leva ebó (oferenda) ao rio. E tal desespero não é o de Iemanjá ao ver sua filhinha sangrar logo após nascer. Para curá-la a mãe mobiliza Ogum, que recorre ao curandeiro Ossãe, afinal a primeira e tão querida filha de Iemanjá não podia morrer. Filha mimada, Oxum é guardada por Orumilá, que a cria.
Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Iemanjá é a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas – mas nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá (sendo a segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã), não é jovem. É a que tenta manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades contrastantes, é a que chora, pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar básica.
Para Oxum, então, foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo em que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês.Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus domínios, a atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do panteão místico Iorubano.
Sua busca de prazer implica sexo e também ausência de conflitos abertos – é dos poucos Orixás Iorubas que absolutamente não gosta da guerra.
Tudo que sai da boca dos filhos da Oxum deve ser levado em conta, pois eles têm o poder da palavra, ensinando feitiços ou revelando presságios.
Desempenha importante papel no jogo de búzios, pois à ela quem formula as perguntas que Exú responde.
No Candomblé, quando Oxum dança traz na mão uma espada e um espelho, revelando-se em sua condição de guerreira da sedução. Ela se banha no rio, penteia seus cabelos, põe suas jóias e pulseiras, tudo isso num movimento lânguido e provocante
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Ora iê iê ô !!!
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Sou metal, raio, relâmpago e trovão !!!
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segunda-feira, dezembro 08, 2008
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Viva 8 de Dezembro
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Eparrei Iansã !!!
FESTA DE SANTA BÁRBARA - IANSÃ
A religiosidade do povo baiano deveria servir de exemplo de tolerância ao mundo. Em que lugar do planeta uma santa católica comunga a mesma identidade de uma entidade essencialmente africana? É assim, no dia 4 de dezembro, que católicos, adeptos do candomblé, umbanda e outras religiões celebram Santa Bárbara e Iansã numa das festas mais disputadas do calendário religioso de Salvador. Iniciada, como em outras festividades religiosas, com uma alvorada de fogos às 5 horas da manhã, acontece na Igreja de Nossa senhora do Rosário dos Pretos uma missa às 7 horas. Devido ao numeroso público, é realizada também uma missa campal. Finalizando os festejos, a imagem de Santa Bárbara deixa a igreja seguindo em procissão até o quartel de bombeiros na Barroquinha, onde faz uma parada para seguir adiante até o Mercado de Santa Bárbara onde é servido um caruru para a população. O caruru de Santa Bárbara é realizado em diversas localidades da Cidade, alguns batem recorde na quantidade de quiabos anualmente. A devoção à Santa Bárbara, padroeira dos bombeiros, enche as ruas de vermelho, incendiando as ruas com fé, regada a muita cerveja.
FÉ QUE DESABROCHOU QUAL FLOR – Por Gloria Kaiser
Bárbara sabia que seu pai jamais admitiria uma cristã em sua casa, mas não temia mais a sua ira; ela confiava no "Pai Nosso". E para que seu pai, ao voltar, pudesse identificar de longe que sua filha tornara-se cristã durante a sua ausência, ela mandou abrir uma terceira janela na torre.
Maximino Dióscoro enfureceu-se de raiva e decepção. Somente neste momento ele reconheceu que havia colocado dentro de sua casa uma cristã, Lydia. Que havia se concentrado apenas no seu perfeito conhecimento de grego quando a escolheu, e que não havia se dado conta de que ela vinha da cidade em que Paulo de Tarso havia traduzido para o grego As Visões de Jesus. Saulo/Paulo era o "perigoso" propagador do cristianismo.
No auge de sua ira, Dióscoro quis mandar matar Lydia, mas esta conseguiu fugir. Bárbara igualmente tentou fugir, mas foi encontrada pelos servidores de seu pai e levada a julgamento. Foi-lhe dada a oportunidade de negar ser seguidora da nova religião, o que ela não fez. Foi então, torturada, tocada nua pelas ruas, blasfemada e teve seu corpo cruelmente mutilado.
Bárbara, entretanto, resistiu a todos os ferimentos; a limitação da torre, e a autoridade de seu pai não contavam mais; as dores físicas não contavam mais, pois o seu espírito, o seu horizonte havia se expandido, ela passara a viver na firme convicção daquele amor com o qual o trino Deus a nutria e fortalecia. Somente o seu corpo estremecera; o seu interior permanecera inatingível aos seus executores. Quando, finalmente, não aceitou se reconverter aos deuses gregos, apesar de todas as torturas sofridas, ela foi condenada à morte.
Em Izmit, porém, não se encontrou um único verdugo pronto a executar a pena de morte, pois secretamente muitas pessoas já haviam se tornado seguidoras da nova "religião do amor". O juiz determinou que Maximino Dióscoro, o próprio pai, executasse a pena. Após a publicação da sentença, Bárbara foi mantida presa numa cela por mais 20 dias; uma última oportunidade concedida pelo juiz para que negasse a nova religiao, para que se reconvertesse.
Ao ser conduzida pelo pátio da prisão, Bárbara viu os ramos pendentes de uma cerejeira e pediu ao guarda que lhe apanhasse alguns dos ramos. Levou os ramos consigo para a cela, onde, então, se prepararia para a sua derradeira hora. Bárbara orou, falou com anjos, com seres divinos que acreditava perceber em sua cela. E no vigésimo dia, no dia em que seria levada ao cadafalso, os botões dos ramos da cerejeira desabrocharam: o céu enviara o seu sinal a Bárbara! Ela havia escolhido o caminho certo, havia conseguido libertar-se do poder de seu pai através da força adquirida na nova religião, e a sua liberdade interior havia desabrochado.
Bárbara não olhou para seu pai quando posicionou a cabeça sobre o cadafalso para a execução. Manteve-se calma e deixou-se ser amarrada. Agora Maximino Dióscoro, o pai, podia exercer todo o seu poder sobre sua filha Bárbara, e assim consumou a pena. No momento em que a cabeça de sua filha separou-se do corpo, no entanto, um raio atingiu Maximino Dióscoro matando-o instantaneamente.
As pessoas que levam ramos de cerejeiras à igreja pedem a Bárbara que lhes indique um caminho que as liberte da limitação e do isolamento; Pedem ajuda para encontrar um novo começo. Rezam para que os botões dos ramos de cerejeira abram em flor, apesar de ainda ser dezembro na Europa, de os dias ainda estarem curtos e escuros, e de a natureza ainda mostrar-se enrijecida de frio. No silêncio das semanas de advento, as pessoas conduzem o olhar para dentro de si, oram e pedem pela luz que lhes ilumine a vida, que lhes aponte o seu próprio caminho para a liberdade. E através de sua fé em Santa Bárbara, os botões desabrocharão, e o novo, a brancura da floração da cerejeira, iluminará a neblina, a escuridão.
Geralmente Bárbara é representada por uma torre com três janelinhas, que simboliza a reconciliação e a renovação da vida. É a padroeira dos montanhistas, geólogos, arquitetos e artilheiros, dos bombeiros e dos presidiários. Ela também é reverenciada como a padroeira dos moribundos, pois lhes tiraria o medo de morrer - virão anjos que aplacarão as dores da morte.
A Igreja dos Romeiros em Eibingen, na região do Rheingau, na Alemanha, guarda uma relíquia de Santa Bárbara.
Fonte: A Tarde, 01.12.2007, Cultural, p.11, Gloria Kaiser
LENDA DE IANSÃ por Luiz Carlos Pereira
Oxaguiã em certa ocasião decretou guerra a todos seus inimigos. Como eram muitos, precisava de muitas armas. Pediu a Ogum que as forjasse, delas dependeria sua vitória ou derrota. O ferreiro se pôs a trabalhar com sofreguidão, mas tantos eram os armamentos necessários que sua forja já não dava conta. Iansã, sua mulher na época, ofereceu ajuda e começou a soprar a forja para que o fogo se avivasse e Ogum pudesse continuar seu trabalho. Esse esforço conjunto fez com que as encomendas saíssem à perfeição e assim a guerra foi ganha. Oxaguiã, contente e agradecido, resolveu fazer uma visita ao casal reconhecendo o valor do trabalho feito por eles. Ao conhecer a bela mulher ficou totalmente apaixonado e tudo fez para que ela o acompanhasse. As belas e encantadoras promessas feitas em sussurros encantaram Iansã e ela se foi com o rei para seu castelo deixando Ogum desanimado e tristonho. Anos mais tarde nova guerra foi decretada. Oxaguiã correu a casa do ferreiro para fazer nova encomenda, conhecia e respeitava o trabalho de Ogum, este, porém o recebeu friamente dizendo que desta vez já não contava com o valioso sopro de Iansã o que deixava sua forja fria para o feitio de tantas armas. O rei garantiu-lhe que teria o sopro necessário. Chegando ao seu reino ordenou à mulher que ajudasse Ogum, mas teria que ser dali, não poderia voltar ao velho lar. Depois de muito pensar no que fazer, Iansã sentou-se em frente a uma janela da torre mais alta da construção e começou a soprar. Primeiro em pequenas baforadas que apenas faziam brisa. A casa do ferreiro ficava do outro lado da terra e o sopro a ser enviado tinha que ser mais forte. Concentrando-se em sua tarefa, puxava o ar e o soltava cada vez com maior ímpeto. Em pouco tempo o sopro transformou-se em vento que balançava as folhas das árvores. Ao cair da tarde transformara-se em um tufão que varria todos os campos e terras por onde passava e chegava à forja de Ogum com a força necessária para avivar o fogo tão necessário. Reconhecendo o esforço da mulher querida, ele se pos a trabalhar com afinco. Pelas cidades onde os ventos passavam todos habitantes prostravam-se em terra para louvar a tempestade da bela Oyá. Foi assim que Oxaguiã venceu a guerra novamente, usando o trabalho do casal que ele separara. Ainda hoje, quando há missões especiais, Ogum se põe em frente à forja e Iansã de sua torre sopra com energia. Separados por quilômetros de terra, encontram-se a força e a tempestade!
Fonte:http://pt.shvoong.com/humanities/religious-studies/1679573-lenda-ians%C3%A3/
A religiosidade do povo baiano deveria servir de exemplo de tolerância ao mundo. Em que lugar do planeta uma santa católica comunga a mesma identidade de uma entidade essencialmente africana? É assim, no dia 4 de dezembro, que católicos, adeptos do candomblé, umbanda e outras religiões celebram Santa Bárbara e Iansã numa das festas mais disputadas do calendário religioso de Salvador. Iniciada, como em outras festividades religiosas, com uma alvorada de fogos às 5 horas da manhã, acontece na Igreja de Nossa senhora do Rosário dos Pretos uma missa às 7 horas. Devido ao numeroso público, é realizada também uma missa campal. Finalizando os festejos, a imagem de Santa Bárbara deixa a igreja seguindo em procissão até o quartel de bombeiros na Barroquinha, onde faz uma parada para seguir adiante até o Mercado de Santa Bárbara onde é servido um caruru para a população. O caruru de Santa Bárbara é realizado em diversas localidades da Cidade, alguns batem recorde na quantidade de quiabos anualmente. A devoção à Santa Bárbara, padroeira dos bombeiros, enche as ruas de vermelho, incendiando as ruas com fé, regada a muita cerveja.
FÉ QUE DESABROCHOU QUAL FLOR – Por Gloria Kaiser
Bárbara sabia que seu pai jamais admitiria uma cristã em sua casa, mas não temia mais a sua ira; ela confiava no "Pai Nosso". E para que seu pai, ao voltar, pudesse identificar de longe que sua filha tornara-se cristã durante a sua ausência, ela mandou abrir uma terceira janela na torre.
Maximino Dióscoro enfureceu-se de raiva e decepção. Somente neste momento ele reconheceu que havia colocado dentro de sua casa uma cristã, Lydia. Que havia se concentrado apenas no seu perfeito conhecimento de grego quando a escolheu, e que não havia se dado conta de que ela vinha da cidade em que Paulo de Tarso havia traduzido para o grego As Visões de Jesus. Saulo/Paulo era o "perigoso" propagador do cristianismo.
No auge de sua ira, Dióscoro quis mandar matar Lydia, mas esta conseguiu fugir. Bárbara igualmente tentou fugir, mas foi encontrada pelos servidores de seu pai e levada a julgamento. Foi-lhe dada a oportunidade de negar ser seguidora da nova religião, o que ela não fez. Foi então, torturada, tocada nua pelas ruas, blasfemada e teve seu corpo cruelmente mutilado.
Bárbara, entretanto, resistiu a todos os ferimentos; a limitação da torre, e a autoridade de seu pai não contavam mais; as dores físicas não contavam mais, pois o seu espírito, o seu horizonte havia se expandido, ela passara a viver na firme convicção daquele amor com o qual o trino Deus a nutria e fortalecia. Somente o seu corpo estremecera; o seu interior permanecera inatingível aos seus executores. Quando, finalmente, não aceitou se reconverter aos deuses gregos, apesar de todas as torturas sofridas, ela foi condenada à morte.
Em Izmit, porém, não se encontrou um único verdugo pronto a executar a pena de morte, pois secretamente muitas pessoas já haviam se tornado seguidoras da nova "religião do amor". O juiz determinou que Maximino Dióscoro, o próprio pai, executasse a pena. Após a publicação da sentença, Bárbara foi mantida presa numa cela por mais 20 dias; uma última oportunidade concedida pelo juiz para que negasse a nova religiao, para que se reconvertesse.
Ao ser conduzida pelo pátio da prisão, Bárbara viu os ramos pendentes de uma cerejeira e pediu ao guarda que lhe apanhasse alguns dos ramos. Levou os ramos consigo para a cela, onde, então, se prepararia para a sua derradeira hora. Bárbara orou, falou com anjos, com seres divinos que acreditava perceber em sua cela. E no vigésimo dia, no dia em que seria levada ao cadafalso, os botões dos ramos da cerejeira desabrocharam: o céu enviara o seu sinal a Bárbara! Ela havia escolhido o caminho certo, havia conseguido libertar-se do poder de seu pai através da força adquirida na nova religião, e a sua liberdade interior havia desabrochado.
Bárbara não olhou para seu pai quando posicionou a cabeça sobre o cadafalso para a execução. Manteve-se calma e deixou-se ser amarrada. Agora Maximino Dióscoro, o pai, podia exercer todo o seu poder sobre sua filha Bárbara, e assim consumou a pena. No momento em que a cabeça de sua filha separou-se do corpo, no entanto, um raio atingiu Maximino Dióscoro matando-o instantaneamente.
As pessoas que levam ramos de cerejeiras à igreja pedem a Bárbara que lhes indique um caminho que as liberte da limitação e do isolamento; Pedem ajuda para encontrar um novo começo. Rezam para que os botões dos ramos de cerejeira abram em flor, apesar de ainda ser dezembro na Europa, de os dias ainda estarem curtos e escuros, e de a natureza ainda mostrar-se enrijecida de frio. No silêncio das semanas de advento, as pessoas conduzem o olhar para dentro de si, oram e pedem pela luz que lhes ilumine a vida, que lhes aponte o seu próprio caminho para a liberdade. E através de sua fé em Santa Bárbara, os botões desabrocharão, e o novo, a brancura da floração da cerejeira, iluminará a neblina, a escuridão.
Geralmente Bárbara é representada por uma torre com três janelinhas, que simboliza a reconciliação e a renovação da vida. É a padroeira dos montanhistas, geólogos, arquitetos e artilheiros, dos bombeiros e dos presidiários. Ela também é reverenciada como a padroeira dos moribundos, pois lhes tiraria o medo de morrer - virão anjos que aplacarão as dores da morte.
A Igreja dos Romeiros em Eibingen, na região do Rheingau, na Alemanha, guarda uma relíquia de Santa Bárbara.
Fonte: A Tarde, 01.12.2007, Cultural, p.11, Gloria Kaiser
LENDA DE IANSÃ por Luiz Carlos Pereira
Oxaguiã em certa ocasião decretou guerra a todos seus inimigos. Como eram muitos, precisava de muitas armas. Pediu a Ogum que as forjasse, delas dependeria sua vitória ou derrota. O ferreiro se pôs a trabalhar com sofreguidão, mas tantos eram os armamentos necessários que sua forja já não dava conta. Iansã, sua mulher na época, ofereceu ajuda e começou a soprar a forja para que o fogo se avivasse e Ogum pudesse continuar seu trabalho. Esse esforço conjunto fez com que as encomendas saíssem à perfeição e assim a guerra foi ganha. Oxaguiã, contente e agradecido, resolveu fazer uma visita ao casal reconhecendo o valor do trabalho feito por eles. Ao conhecer a bela mulher ficou totalmente apaixonado e tudo fez para que ela o acompanhasse. As belas e encantadoras promessas feitas em sussurros encantaram Iansã e ela se foi com o rei para seu castelo deixando Ogum desanimado e tristonho. Anos mais tarde nova guerra foi decretada. Oxaguiã correu a casa do ferreiro para fazer nova encomenda, conhecia e respeitava o trabalho de Ogum, este, porém o recebeu friamente dizendo que desta vez já não contava com o valioso sopro de Iansã o que deixava sua forja fria para o feitio de tantas armas. O rei garantiu-lhe que teria o sopro necessário. Chegando ao seu reino ordenou à mulher que ajudasse Ogum, mas teria que ser dali, não poderia voltar ao velho lar. Depois de muito pensar no que fazer, Iansã sentou-se em frente a uma janela da torre mais alta da construção e começou a soprar. Primeiro em pequenas baforadas que apenas faziam brisa. A casa do ferreiro ficava do outro lado da terra e o sopro a ser enviado tinha que ser mais forte. Concentrando-se em sua tarefa, puxava o ar e o soltava cada vez com maior ímpeto. Em pouco tempo o sopro transformou-se em vento que balançava as folhas das árvores. Ao cair da tarde transformara-se em um tufão que varria todos os campos e terras por onde passava e chegava à forja de Ogum com a força necessária para avivar o fogo tão necessário. Reconhecendo o esforço da mulher querida, ele se pos a trabalhar com afinco. Pelas cidades onde os ventos passavam todos habitantes prostravam-se em terra para louvar a tempestade da bela Oyá. Foi assim que Oxaguiã venceu a guerra novamente, usando o trabalho do casal que ele separara. Ainda hoje, quando há missões especiais, Ogum se põe em frente à forja e Iansã de sua torre sopra com energia. Separados por quilômetros de terra, encontram-se a força e a tempestade!
Fonte:http://pt.shvoong.com/humanities/religious-studies/1679573-lenda-ians%C3%A3/
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quarta-feira, dezembro 03, 2008
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terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Samba !!!
Patrimônio Imaterial
O Samba de Roda no Recôncavo Baiano, é uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba se evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.
Origens
O samba teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos. Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original. Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social.
O Samba de Roda no Recôncavo Baiano, é uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba se evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.
Origens
O samba teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos. Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original. Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social.
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terça-feira, dezembro 02, 2008
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