AXÉ !!!

"Energia mágica, universal sagrada do orixá. Energia muito forte, mas que por si só é neutra. Manipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos... o conteúdo mais importante do "TERREIRO DO CANDOMBLÉ" é o AXÉ. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o de vir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital."



domingo, 22 de fevereiro de 2009

Filhos de Gandhi - 60 anos

Filhos De Gandhi

Omolu, Ogum, Oxum, Oxumaré
Todo o pessoal
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Iansã, Iemanjá, chama Xangô
Oxossi também
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Mercador, Cavaleiro de Bagdá
Oh, Filhos de Obá
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Senhor do Bonfim, faz um favor pra mim
Chama o pessoal
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Oh, meu Deus do céu, na terra é carnaval
Chama o pessoal
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi


Gilberto Gil



sábado, 7 de fevereiro de 2009

Odoiá !!! Odoiá

Iemanjá era "casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei de Ifé", cansada de sua permanência em Ifé, fugiu em direção ao oeste. Outrora, Olokun lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparo, pois não se sabia o que poderia acontecer amanhã, com a recomendação de quebrá-lo no chão em caso de extremo perigo. E assim Iemanjá foi instalar-se no entardecer da terra oeste. Olofin, Rei de Ifé, lançou seu exército à procura de sua mulher. Cercada, Iemanjá ao invés de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Criou-se o rio na mesma hora levando-a para Okun (o oceano), lugar de residência de Olokun, seu pai.


Ela é representada nas imagens com o aspecto de uma matrona, de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios mais que majestosos ou somente um deles, segundo outra lenda - foi origem de desentendimentos com seu marido, embora ela já o houvesse honestamente prevenido antes do casamento que não toleraria a mínima alusão desagradável ou irônica a esse respeito. Tudo ia muito bem e o casal vivia feliz. Uma noite, porém, o marido havia se embriagado com vinho de palma e, não mais podendo controlar as suas palavras, fez comentários sobre seus seios volumosos. Tomada de cólera, Iemanjá bateu com o pé no chão e transformou-se num rio a fim de voltar para Olóòdun, como na lenda precedente.


Para Iemanjá, Olodumare destinou os cuidados da casa de Oxalá, assim como a criação dos filhos e de todos os afazeres domésticos. Iemanjá trabalhava e reclamava de sua condição de menos favorecida, afinal, todos os outros deuses recebiam oferendas e homenagens e ela, vivia como escrava. Durante muito tempo Iemanjá reclamou dessa condição e tanto falou nos ouvidos de Oxalá, que este enlouqueceu. O ori (cabeça) de Oxalá não suportou os reclamos de Iemanjá. Oxalá ficou enfermo, Iemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e, em poucos dias, utilizando-se de ori (banha vegetal), de omi-tutu (água fresca), de obi (fruta conhecida como nóz-de-cola), eyelé-funfun (pombos brancos) e esò (frutas) deliciosas e doces, curou Oxalá. Oxalá agradecido foi a Olodumare pedir para que deixasse a Iemanjá o poder de cuidar de todas as cabeças. Desde então Iemanjá recebe oferendas e é homenageada quando se faz o bori (ritual propiciatório à cabeça) e demais ritos à cabeça.


Orunmilá que tinha os segredos da noite precisava ser detido com seus feitiços desenfreados. Era um dos homens mais bonitos e encantadores, tinha todas as mulheres, mas não queria nenhuma e não amava nenhuma. Oxalá queria tirar a maldade e os segredos de Orumila, mas só havia um jeito de conseguir tal feito pedindo a mulher mais bonita que o encantasse e tirasse todos os segredos dele. Então Oxalá chamou Iemanjá, que não tinha filhos e família e nem um amor para seduzi-lo e conhecer os seus segredos. Oxalá fez com ela um trato no qual ela só teria essas intenções e que depois voltaria para reinar ao lado dele novamente. Iemanjá foi e com o tempo eles se apaixonaram. Iemanjá e Orunmilá já não conseguiam viver longe um do outro... Ela conseguiu tirar todos os segredos e feitiços dele e eles tiveram muitos filhos Orixás...


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Odoiá !!! Salve Iemanjá !!!

Conta a tradição dos povos iorubás (atual Nigéria), que Iemanjá era a filha de Olokum, deus do mar. Em Ifé, tornou-se a esposa de Olofin-Odudua, com o qual teve dez filhos, todos orixás. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos. Cansada da sua estadia em Ifé, Iemanjá fugiu na direção do “entardecer-da-terra”, como os iorubas designam o Oeste, chegando a Abeokutá. Iemanjá continuava muito bonita. Okerê propôs-lhe casamento. Ela aceitou com a condição que ele jamais ridicularizasse a imensidão dos seus seios. Um dia, Okerê voltou para casa bêbado. Tropeçou em Iemanjá, que lhe chamou de bêbado imprestável. Okerê então gritou: "Você, com esses peitos compridos e balançantes!" Ofendida, Iemanjá fugiu. Okerê colocou seus guerreiros em perseguição e Iemanjá, vendo-se cercada, lembrou que tinha recebido de Olokum uma garrafa, com a recomendação que só abrisse em caso de necessidade. Iemanjá tropeçou e esta quebrou-se, nascendo um rio de águas tumultuadas, que levaram Iemanjá em direção ao oceano, residência de Olokum. Okerê tentou impedir a fuga de sua mulher e se transformou numa colina. Iemanjá, vendo bloqueado seu caminho, chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos, que lançou um raio sobre a colina Okerê, que abriu-se em duas, dando passagem para Iemanjá, que foi para o mar, ao encontro de Olokum. Iemanjá usa roupas cobertas de pérola, tem filhos no mundo inteiro e está em todo lugar onde chega o mar. Seus filhos fazem oferendas para acalmá-la e agradá-la. Iemanjá, Odô Ijá (rainha das águas), nunca mais voltou para a terra. Ainda existe, na Nigéria, uma colina dividida em duas, de nome Okerê, que dá passagem ao rio Ogun, que corre para o oceano.

A tradição da festa em homenagem a Iemanjá teve início no ano de 1923, quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer presentes para a mãe das águas. Nesta época os peixes estavam escassos no mar. Todos os anos os pescadores pedem a Iemanjá que lhes dê fartura de peixes e um mar tranqüilo.

É a única grande festa religiosa baiana que não tem origem no catolicismo e sim no candomblé.

A celebração começou a ser feita em conjunto com a Igreja Católica, numa demonstração do sincretismo religioso da Bahia. Na década de 1960, um padre teria ofendido os pescadores, chamando-os de ignorantes por cultuarem uma sereia. O foto provocou um rompimento com a igreja e a partir daí os pescadores passaram a realizar a festa apenas em homenagem a Iemanjá.

Existe uma superstição sobre os presentes dados a Iemanjá que não afundam, indo parar na areia da praia. Segundo ela, Iemanjá não gostou do presente e o teria devolvido, causando grande frustração aos devotos. Em geral, presentes feitos com materiais leves ou ocos costumam não afundar. Nem mesmo o presente principal, feito pelos pescadores, está livre deste infortúnio. Algumas vezes foi preciso amarrá-lo a algo pesado para que pudesse afundar.

Segundo a lenda, o cavalo marinho é o guardião da casa de Iemanjá, sendo ele o seu mensageiro mais rápido. É comum que imagens deste animal sejam oferecidas pelos devotos. Em 2007, o presente principal dos pescadores foi a imagem de um cavalo marinho adornado.

Presente principal: Todos os anos um presente principal é preparado para ser oferecido à Iemanjá. Sob ele vão as oferendas preparadas pela ialorixá responsável pelo comando da festa. Estas oferendas, cujos preparativos são cercados de rituais e fundamentos sagrados e secretos, demoram sete dias para ficar prontas.

Dentre os presentes oferecidos a Iemanjá no dia 2 de fevereiro podemos listar os seguintes: flores, perfumes, espelhos, enfeites diversos como anéis, colares, fitas, brincos, pentes, bijuterias, jóias, relógios, maquiagens e ainda bonecas, velas, bebidas e comidas tais como manjar, fava cozida com camarão, cebola e azeite doce, champanhe dentre outros.

Nas ruas do Rio Vermelho desfilam grupos de samba de roda e ijexá, capoeira, blocos afros, grupos fantasiados, fanfarras dentre outros. Alguns destes grupos desfilam exclusivamente na Festa do Rio Vermelho, numa prova da devoção do povo baiano.

A escultura de Iemanjá localizada em frente à Casa do Peso foi confeccionada por Manoel Bonfim em 1970. Trata-se de uma escultura de uma sereia feita de gesso, assentada sobre pedestal de concreto revestido com apliques variados, conchas e pedras portuguesas. É de propriedade da Colônia de Pesca Z1.